PETRÓLEO: Futuros operam em queda acima de 3% com liberação de reservas

Porto Alegre, 11 de abril de 2022 – Os preços dos contratos futuros de
petróleo caem mais de 3% e ficam abaixo da linha dos US$ 100 o barril, afetados
pelos planos de liberar grandes volumes de petróleo e derivados dos estoques
estratégicos de diversos país, além da continuidade dos bloqueios de
coronavírus na China.

O Bank of America manteve sua previsão para o petróleo Brent em uma
média de US$ 102 por barril para 2022 e 2023, mas reduziu seu preço de verão
para US$ 120. O banco de investimento suíço UBS também reduziu sua previsão
de junho para o Brent em US$ 10 para US$ 115 o barril.

“A liberação de reservas estratégicas de petróleo do governo deve
aliviar um pouco o aperto do mercado nos próximos meses, reduzindo a
necessidade de aumento dos preços para desencadear a queda da demanda no curto
prazo”, afirmam analistas da UBS.

Os países membros da Agência Internacional de Energia (AIE) liberarão 60
milhões de barris nos próximos seis meses, com os Estados Unidos despachando
sua fatia como parte de sua liberação de 180 milhões de barris anunciada em
março.

As medidas visam compensar um déficit no petróleo russo depois que Moscou
foi atingida por pesadas sanções por sua invasão da Ucrânia, que Moscou
descreve como uma “operação militar especial”.

A liberação dos volumes da Reserva Estratégica de Petróleo (SPR)
equivale a 1,3 milhão de barris por dia (bpd) nos próximos seis meses e é
suficiente para compensar um déficit de 1 milhão de bpd no fornecimento de
petróleo russo, disseram analistas do JP Morgan.

O braço executivo da União Europeia está elaborando propostas para um
possível embargo de petróleo russo, disseram os ministros das Relações
Exteriores da Irlanda, Lituânia e Holanda, embora ainda não haja acordo para
proibir o petróleo russo.

O mercado também tem observado os desenvolvimentos na China, onde as
autoridades mantiveram Xangai, uma cidade de 26 milhões de pessoas, trancada
sob sua política de “tolerância zero” para o covid-19. Foi anunciado que
Xangai começará a aliviar os bloqueios em algumas áreas a partir de hoje.

A demanda de combustível na India, o terceiro maior importador e
consumidor de petróleo do mundo, subiu para um recorde de três anos em março,
com as vendas de gasolina atingindo um pico recorde.

Por volta de 10h22 (horário de Brasília), o preço do contrato do
petróleo WTI negociado na Nymex com entrega para maio caía 3,72%, cotado a US$
94,60 o barril. Já o preço do contrato do Brent negociado na plataforma ICE,
com entrega para junho regredia 3,49%, cotado a US$ 99,19 o barril. Com
informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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