PETRÓLEO: Futuros operam em queda com sinal de aumento de estoques nos EUA

Porto Alegre, 2 de dezembro de 2020 – Os preços dos contratos futuros de
petróleo operam em queda, pressionados pelo sinal de aumento dos estoques da
commodity nos Estados Unidos e em meio às incertezas sobre a decisão que a
Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados
poderão tomar sobre os níveis de oferta.

Dados divulgados na noite de ontem pelo American Petroleum Institute (API,
grupo que reúne as refinarias norte-americanas), as reservas de petróleo do
país subiram em 4,1 milhões de barris na semana encerrada em 27 de novembro.

O governo divulgará os dados oficiais às 12h30 e, de acordo com pesquisa
da Dow Jones, a expectativa é de queda de 1,9 milhão de barris para o
período.

Se confirmado, o avanço dos estoques de petróleo nos Estados Unidos
acontece em meio a divergências entre membros da Opep sobre os níveis de
produção para 2021. O cartel adiou para amanhã a decisão sobre os cortes de
oferta em meio a falta de consenso sobre uma possível manutenção dos níveis
atuais.

Em abril, a Opep+ concordou em realizar cortes de oferta recorde de 9,7
milhões de barris por dia (bpd). O acordo previa que os produtores devolvessem
essa produção gradualmente, em etapas de 2,0 milhões de bpd, a cada seis
meses, supondo que o pior da pandemia passaria antes do final deste ano.

No verão, o grupo avançou com o primeiro aumento na oferta e agora
avaliará se o mercado suporta um novo ajuste da oferta em um momento no qual
Estados Unidos e Europa registram recordes de casos de covid-19, com
reintrodução de medidas de distanciamento mais duras.

A esperança de uma vacina contra o novo coronavírus que possa ser usada
ainda este ano coloca em dúvida a manutenção do limite atual à oferta. Nos
últimos dias, quatro empresas e um instituto anunciaram avanços importantes
nos testes finais de seus imunizantes.

“Os traders estão cada vez mais preocupados com o caso de a Opep e os
parceiros liderados pela Rússia não chegarem a um acordo esperado para
estender os limites à produção em 7,7 milhões de bpd até o primeiro
trimestre do ano que vem, com tensões crescentes sobre o tamanho e cronograma
para cortes durante a primeira rodada de negociações”, disse o diretor da
DTN, Dominick Chirichella.

Por volta de 11h23 (de Brasília), o preço do contrato do petróleo WTI
negociado na Nymex e entrega em janeiro caía 0,17%, cotado a US$ 44,47 o
barril. Já o preço do contrato do Brent negociado na plataforma ICE com
entrega para fevereiro recuava 0,08%, cotado a US$ 47,38 barril. As
informações partem da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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