PETRÓLEO: Futuros próximos da estabilidade enquanto aguarda sinais sobre demanda

Porto Alegre, 3 de fevereiro de 2023 – Os preços dos contratos futuros de petróleo estão
próximos da estabilidade, mas caminham para a segunda semana de perdas, já que o mercado aguarda
novos sinais de recuperação da demanda por combustível na China e o impacto do embargo da União
Europeia e do limite de preço dos produtos petrolíferos russos.

O Brent está prestes a registrar uma queda de mais de 5% esta semana, enquanto o WTI está a
caminho de uma queda de 4%.

“É provável que os preços do petróleo subam até que fique claro com que dinâmica a demanda
chinesa se recuperará ou quais serão as consequências do embargo da União Europeia e dos limites
de preços”, disse o Commerzbank.

Os analistas do ANZ apontaram para um salto acentuado no tráfego nas 15 maiores cidades da
China após o feriado do Ano Novo Lunar, mas também observaram que os traders chineses estiveram
“relativamente ausentes”.

Um dólar um pouco mais forte antes dos dados de empregos nos Estados Unidos manteve os ganhos
contidos. Uma moeda norte-americana mais forte pode reduzir a demanda por petróleo porque
geralmente torna a commodity cotada em dólar mais cara para aqueles que possuem outras moedas.

É provável que o crescimento do emprego nos Estados Unidos em janeiro tenha permanecido forte
graças a um mercado de trabalho resiliente, mas as expectativas de uma desaceleração contínua
nos ganhos salariais podem dar ao Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) algum
conforto em sua luta contra a inflação.

O banco central dos Estados Unidos desacelerou seus aumentos de taxas básicas para uma
elevação de 0,25 ponto percentual (pp), mas o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em
inglês) também projeta que será necessário “aumento contínuo” nos custos de empréstimos.

Os aumentos nas taxas de juros em 2023 provavelmente pesarão nas economias dos Estados Unidos e
da Europa, aumentando os temores de uma desaceleração econômica que provavelmente afetará a
demanda global por petróleo bruto, disse Priyanka Sachdeva, analista de mercado da Phillip Nova.

Os investidores também estão de olho nos desdobramentos da proibição de 5 de fevereiro da
União Europeia aos produtos refinados russos, com os países da UE buscando um acordo para
estabelecer limites de preços para os produtos petrolíferos russos.

O Kremlin disse que o embargo da UE aos produtos petrolíferos refinados da Rússia levaria a um
maior desequilíbrio nos mercados globais de energia.

Por volta de 9h46 (horário de Brasília), o preço do contrato do petróleo WTI negociado na
Nymex com entrega para março subia 0,09%, cotado a US$ 75,95 o barril. Já o preço do contrato do
Brent negociado na plataforma ICE, com entrega para abril avançava 0,10%, cotado a US$ 82,28 o
barril.

As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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