PETRÓLEO: Futuros seguem em queda puxados por dólar e estoques dos EUA

Porto Alegre, 27 de abril de 2022 – Os preços dos contratos futuros de
petróleo seguem em queda no início da tarde, com o dólar em alta – o que
torna os barris mais caros – e depois de um relatório semanal do Departamento
de Energia dos Estados Unidos misto, mostrando um aumento nos estoques de
petróleo no país, e queda nos estoques de gasolina e derivados.

A commodity reduziu parte das perdas depois da divulgação dos estoques de
petróleo dos Estados Unidos, que subiram em 700 mil barris, ou 0,2%, na semana
encerrada em 22 de abril, para 414,4 milhões de barris. Analistas previam alta
de 600 mil barris.

Já os estoques de gasolina diminuíram em 1,6 milhão de barris, ou 0,7%,
para 230,8 milhões de barris, e os estoques de outros derivados recuaram em 1,4
milhão de barris, ou 1,3%, para 107,3 milhões de barris.

O dólar subiu para a maior alta em cinco anos, tornando as compras de
petróleo mais caras para os detentores de outras moedas.

Os mercados de energia em todo o mundo estão lidando com interrupções
maciças no fornecimento após a invasão da Ucrânia pela Rússia e
subsequentes sanções impostas a Moscou pelos Estados Unidos e seus aliados no
Ocidente.

Moscou intensificou seu uso de energia como um bastão contra países
contrários à invasão esta semana, como a gigante russa de energia Gazprom
dizendo hoje que suspendeu o fornecimento de gás para a Bulgária e a Polônia
após os países se recusarem a pagar pela energia em moeda russa.

“Os preços do petróleo e do diesel subiram depois que surgiram relatos de
que a Rússia cortou o fornecimento de gás para a Polônia e, mais tarde, para
a Bulgária, por preocupação de que a redução do fornecimento de gás
natural para a Europa forçará o continente a usar formas alternativas de
energia”, explica o analista do Price Futures, Phil Flynn.

A chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que a Rússia
estava usando combustíveis fósseis para chantagear a União Europeia, mas
acrescentou que a era dos combustíveis fósseis russos na Europa estava
chegando ao fim.

A Alemanha, que tem confiado na Rússia para sua segurança energética,
está avançando com as tentativas de se tornar independente das importações
russas de gás e petróleo, enfrentando um impacto em seu crescimento.

O ministro da economia da Alemanha disse que os planos de assumir o controle
da refinaria PCK Schwedt, de propriedade majoritária da Rosneft e o último
grande comprador do petróleo russo na Alemanha, estavam progredindo.

Já pelo lado da demanda, o banco central da China disse que intensificaria o
apoio monetário enquanto Pequim corre para acabar com um surto nascente de
covid-19 e evitar o mesmo tipo de lockdowns de Xangai.

Há pouco, o preço do contrato do petróleo WTI negociado na Nymex com
entrega para maio caía 1,15%, cotado a US$ 100,53 o barril. Já o preço do
contrato do Brent negociado na plataforma ICE, com entrega para junho regredia
0,57%, cotado a US$ 104,39 o barril

As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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