PETRÓLEO: Futuros seguem operando em queda com oferta maior no mercado

Porto Alegre, 11 de abril de 2022 – Os preços dos contratos futuros de
petróleo caem perto dos 4%, com ambos os benchmarks abaixo da linha dos US$ 100
o barril – menor preço desde o início da guerra na Ucrânia há seis semanas.
As quedas são impulsionadas por fatores como preocupações na demanda global
devido aos lockdowns na China, inflação e a liberação de reservas de
petróleo das potências ocidentais.

A intensificação das restrições na China tem o potencial de reduzir o
preço do petróleo, segundo analistas. O país é o maior importador de
petróleo do mundo, e a região de Xangai consome 4% da totalidade do petróleo
chinês. O impacto à demanda vem à medida que o lado da oferta da equação se
depara com o conflito na Ucrânia envolvendo a Rússia, que é um importante
produtor de petróleo e gás.

“Os preços do petróleo estão sentindo o peso dos temores de recessão,
bem como a liberação das reservas estratégicas globais. No entanto, enquanto
essas liberações petróleo podem dar algum alívio a curto prazo, a defesa
global contra o próximo choque da commodity estará comprometida”, afirma o
analista do Price Futures, Phil Flynn.

Na semana passada, a Agência Internacional de Energia anunciou que seus
países membros liberariam 120 milhões de barris das suas reservas de
emergência, dos quais 60 milhões de barris seriam dos Estados Unidos. O
anúncio seguiu o governo Biden informando que liberaria 180 milhões de barris
da Reserva Estratégica de Petróleo, em um esforço para aliviar a alta dos
preços.

Os preços do petróleo dispararam quando a Rússia invadiu a Ucrânia. O
WTI negociou brevemente até US$ 130,50 em 7 de março, o nível mais alto desde
julho de 2008. O contrato caiu quase 30% desde então. Enquanto isso, o Brent
subiu para US$ 139,13 em março.

Parte da mudança é graças aos temores sobre o que uma interrupção no
fornecimento russo significaria para um mercado com oferta já apertada. A AIE
previu anteriormente que três milhões de barris por dia de produção de
petróleo russo estavam em risco.

As empresas de Wall Street foram rápidas em apontar que inundar o mercado
com reservas emergenciais de petróleo de aliviará o aumento dos preços no
curto prazo, mas não aborda as questões fundamentais no mercado.

Por volta de 13h23 (horário de Brasília), o preço do contrato do
petróleo WTI negociado na Nymex com entrega para maio caía 4,28%, cotado a US$
94,05 o barril. Já o preço do contrato do Brent negociado na plataforma ICE,
com entrega para junho regredia 4,07%, cotado a US$ 98,59 o barril. As
informações são da Agência CMA.

Revisão: Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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