PETRÓLEO: Futuros sobem com diversas ameaças ao fornecimento global

Porto Alegre, 28 de junho de 2022 – Os preços dos contratos futuros de
petróleo estão em alta já que os principais produtores da Organização dos
Países Exportadores de Petróleo (Opep), Arábia Saudita e Emirados Árabes
Unidos, não devem conseguir aumentar sua produção significativamente,
enquanto a agitação política na Líbia e no Equador devem restringir ainda
mais a oferta.

Os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita são vistos como os dois
únicos países do cartel com capacidade ociosa disponível para compensar a
perda de suprimento russo e a fraca produção de outros países membros.

Uma onda de notícias de oferta apertada reforçou o mercado. Diz-se que
dois grandes produtores, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, estão no
limite de capacidade de curto prazo ou muito próximo disso, afirmam analistas
da Commonwealth Bank.

O ministro da Energia dos Emirados Árabes Unidos, Suhail al Mazrouei,
disse ontem que o país está produzindo quase a capacidade máxima com base em
sua cota de 3,168 milhões de barris por dia (bpd) sob o acordo com a Opep e
seus aliados, chamados de Opep +.

Seus comentários confirmaram as declarações do presidente francês
Emmanuel Macron, que disse ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que os
Emirados Árabes Unidos estavam produzindo na capacidade máxima e que a Arábia
Saudita poderia aumentar a produção em apenas 150 mil bpd.

Analistas também alertaram que a agitação política no Equador e na
Líbia pode reduzir ainda mais a oferta.

A National Oil Corp da Líbia disse que pode ter que declarar força maior
na área do Golfo de Sirte nos próximos três dias, a menos que a produção e
o transporte sejam retomados nos terminais de petróleo de lá.

O Ministério da Energia do Equador disse que o país pode suspender
completamente a produção de petróleo nos próximos dois dias em meio a
protestos contra o governo. O ex-membro da Opep estava bombeando cerca de 520
mil barris por dia antes dos protestos.

Esses fatores ressaltam a escassez no mercado, que teve uma recuperação
nesta semana, contrariando o nervosismo da recessão que pesou sobre os preços
nas duas semanas anteriores.

Líderes do G-7 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França,
Itália e Canadá) estão discutindo um possível teto de preço do petróleo
russo que atingiria o orçamento de guerra do país ao mesmo tempo em que
reduziria os preços da energia.

Por volta de 10h22 (horário de Brasília), o preço do contrato do
petróleo WTI negociado na Nymex com entrega para agosto subia 1,18%, cotado a
US$ 110,95 o barril. Já o preço do contrato do Brent negociado na plataforma
ICE, com entrega para agosto avançava 1,49%, cotado a US$ 116,81 o barril.

As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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