PETRÓLEO: Futuros sobem com flexibilização na China e ameaças à oferta

Porto Alegre, 18 de maio de 2022 – Os preços do petróleo subiram na
quarta-feira com as expectativas de que a flexibilização das restrições do
COVID-19 na China aumentará a demanda e com o aumento das preocupações com a
oferta.

O petróleo Brent subiu 0,65%, a US$ 112,66 por barril, enquanto o
petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos EUA subiu 1%, para US$ 113,52,
revertendo algumas das perdas da sessão anterior.

As esperanças de mais afrouxamento do bloqueio na China aumentaram as
expectativas de recuperação da demanda. As autoridades do país permitiram que
864 instituições financeiras de Xangai retomassem o trabalho, disseram fontes
na quarta-feira, um dia depois que a cidade chinesa atingiu um marco de três
dias consecutivos sem novos casos de Covid-19 fora das zonas de quarentena.

O mercado também viu o apoio das crescentes preocupações com a oferta. A
produção de petróleo da Rússia em abril caiu quase 9% em relação ao mês
anterior, mostrou um relatório interno da Opep+ na terça-feira, quando as
sanções ocidentais a Moscou após a invasão da Ucrânia atingiram o principal
produtor de petróleo.

O aumento de preço está sendo limitado por relatos de que os EUA planejam
relaxar as sanções contra a Venezuela e permitir que a Chevron Corp negocie
licenças de petróleo com o produtor nacional da Venezuela.

Embora isso traga pouco alívio para o mercado no curto prazo, seria, no
entanto, um primeiro passo para garantir que mais petróleo possa chegar ao
mercado no futuro a partir de países atualmente sancionados, disse Barbara
Lambrecht, analista do Commerzbank.

O fracasso da União Europeia em persuadir a Hungria a suspender seu veto
sobre uma proposta de embargo ao petróleo russo está aumentando a pressão
sobre os preços, embora alguns diplomatas esperem um acordo sobre uma
proibição faseada em uma cúpula no final de maio.

E a Comissão Europeia divulgará na quarta-feira um plano de 210 bilhões
de euros sobre como a Europa pode acabar com sua dependência de combustíveis
fósseis russos até 2027.

Enquanto isso, o mercado de petróleo provavelmente seguirá as dicas da
atualização da EIA de hoje sobre os estoques de petróleo dos EUA, disse o
analista da PVM, Stephen Brennock.

Os estoques de petróleo e gasolina dos EUA caíram na semana passada,
segundo fontes do mercado citando números do American Petroleum Institute na
terça-feira.

Para as perspectivas econômicas, o presidente do Federal Reserve dos EUA,
Jerome Powell, disse na terça-feira que o banco central aumentará as taxas de
juros o quanto for necessário para sufocar a inflação que, segundo ele,
ameaça os alicerces da economia. Com informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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