Porto Alegre, 28 de janeiro de 2015 – A Petrobras divulgou nesta madrugada
os resultados financeiros do terceiro trimestre do ano passado, mas não
reconheceu as baixas contábeis resultantes de atos ilícitos contra a companhia
revelados pelas investigações da Operação Lava Jato. Os números também
não foram revisados por auditores.
No documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a
petrolífera reconhece que precisará ajustar o valor dos próprios ativos em
função dos crimes cometidos contra a companhia por fornecedores, agentes
políticos, funcionários e outras pessoas.
A Petrobras explica também que tentou reavaliar aproximadamente R$ 188,4
bilhões em ativos – ou um terço do ativo imobilizado total – à luz das
informações trazidas pelas investigações da Polícia Federal e usando como
referência os contratos firmados entre a Petrobras e as empresas citadas na
Operação Lava Jato entre 2004 e abril de 2012.
A análise, no entanto, foi considerada insuficiente para medir potenciais
pagamentos indevidos porque o ajuste seria composto de elementos que não teriam
relação direta com os pagamentos indevidos.
Ainda assim, segundo a Petrobras, a avaliação mostrou que os ativos com
valor justo abaixo do imobilizado totalizaram R$ 88,6 bilhões de diferença e
que os ativos com valor justo superior totalizaram R$ 27,2 bilhões de
diferença.
“Aprofundaremos outra metodologia que tome por base valores, prazos e
informações contidos nos depoimentos em conformidade com as exigências dos
órgãos reguladores (CVM e SEC), visando a emissão das demonstrações
contábeis revisadas”, afirmou.
RESULTADOS
O lucro líquido do terceiro trimestre de 2014 caiu 9,07% em relação ao
observado no mesmo período do ano passado, para R$ 3,087 bilhões. O resultado
foi inferior às expectativas ao que o mercado esperava em novembro, quando
estava programada originalmente a divulgação do balanço da Petrobras. Na
época, a projeção era de lucro de R$ 4,494 bilhões.
A receita da Petrobras com vendas somou R$ 88,377 bilhões, um aumento de
13,74%. Analistas esperavam que a receita cresceria um pouco menos, para R$
87,045 bilhões.
O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização)
ajustado da estatal somou R$ 11,735 bilhões no terceiro trimestre, queda de
10,35% na comparação com o terceiro trimestre de 2013. Analistas esperavam que
o ebitda somasse R$ 18,849 bilhões.
Na comparação entre o terceiro e o segundo trimestre do ano passado, o
lucro encolheu 38% e a receita aumentou 7%, enquanto o ebitda retraiu 28%.
No acumulado de janeiro a setembro de 2014, o lucro líquido somou R$
13,439 bilhões, valor 23% menor quando comparado ao lucro do mesmo intervalo do
ano anterior, de R$ 17,289 bilhões.
A receita de vendas, nessa mesma base de comparação, teve alta de 13%,
saindo de R$ 223,862 bilhões para montante de R$ 252,220 bilhões. O ebitda
ajustado no período caiu 11%, saindo de R$ 47,413 bilhões para R$ 42,330
bilhões.
OPERACIONAL
A produção total de óleo e gás natural no terceiro trimestre de 2014
foi de 2,746 milhões de barris por dia (bpd), alta de 8,88% ante os 2,522
milhões de bpd do mesmo intervalo de 2013. Na comparação com o segundo
trimestre, quando foram reportados 2,6 milhões de bpd, houve crescimento de 6%.
De janeiro a setembro, a produção atingiu 2,627 milhões de bpd, alta de 3%
ante os 2,542 milhões de bpd verificados no mesmo período de 2013.
A produção doméstica de petróleo e gás natural liquefeito (LGN) no
Brasil foi de 2,531 milhões de bpd no terceiro trimestre de 2014, aumento de
9,37% em relação aos 2,383 milhões de bpd registrados um ano antes. Na
comparação com o segundo trimestre, o avanço foi de 6% na comparação com os
2,383 milhões de bpd produzidos naquele período.
No acumulado do ano, a produção nacional ficou em 2,413 milhões de bpd,
alta de 4% ante os 2,314 milhões de bpd registrados entre janeiro e setembro de
2013. Com informações da Agência CMA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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