PETRÓLEO: Preços reduzem perdas, mesmo com possível queda na demanda

Porto Alegre, 14 de julho de 2022 – Os preços do petróleo reduziram as
perdas do início da tarde, quando chegaram a cair mais de 5%, porém ainda
seguem em queda com os investidores se concentrando na queda da demanda pela
commodity à medida que a perspectiva de subida de juros continua em alta, o que
deve impactar o crescimento econômico.

Ambos os benchmarks caíram nas últimas duas semanas devido a
preocupações com a recessão, apesar da queda nas exportações de petróleo
brutos e refinados da Rússia, em meio às sanções ocidentais e à
interrupção do fornecimento na Líbia.

O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) continua sua batalha
contra a maior inflação em 40 anos, com um possível aumento de taxa de 1,0
ponto percentual neste mês, depois que um relatório de inflação mostrou as
pressões sobre os preços acelerando. A reunião de política monetária do Fed
está marcada para os dias 26 a 27 de julho.

Investidores estimam que a elevação dos juros do Fed siga um movimento
surpresa semelhante ao visto pelo Banco do Canadá ontem.

Os traders também se juntaram ao dólar, muitas vezes visto como um ativo
seguro. O índice do dólar atingiu uma alta de 20 anos ontem, o que torna as
compras de petróleo mais caras para os compradores em moeda estrangeira.

Na Europa, os sinais também indicam queda na demanda, com a Comissão
Europeia cortando sua previsão de crescimento econômico e elevando a previsão
da taxa de inflação para 7,6%.

As preocupações dos bloqueios contra o coronavírus em várias cidades
chinesas para controlar novos casos de uma subvariante altamente infecciosa
também mantêm em baixa os preços do petróleo.

Dados da Administração de Informações sobre Energia dos Estados Unidos
também apontam para o afrouxamento da demanda, com o produto fornecido caindo
para 18,7 milhões de barris por dia, o menor desde junho de 2021. Já os
estoques subiram, reforçados por outra grande liberação de reservas
estratégicas.

O presidente Joe Biden visitará amanhã a Arábia Saudita, onde
participará de uma cúpula de aliados do Golfo e pedirá que a Organização
dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) bombeie mais petróleo.

“A maioria dos observadores do mercado acredita que a Arábia Saudita não
tem tanta capacidade de reposição quanto o presidente gostaria de pensar que
eles têm”, afirma o analista do Price Futures, Phil Flynn.

Por volta de 13h20 (horário de Brasília), o preço do contrato do
petróleo WTI negociado na Nymex com entrega para agosto caía 2,04%, cotado a
US$ 94,35 o barril. Já o preço do contrato do Brent negociado na plataforma
ICE, com entrega para setembro regredia 1,91%, cotado a US$ 97,66 o barril. As
informações são da Agência CMA.

Revisão: Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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