PETRÓLEO: Reguladores do Texas recusam-se a forçar corte de produção

Porto Alegre, 22 de abril de 2020 – Os reguladores do Texas se recusaram a
agir ontem sob uma proposta de limitar a produção estadual de petróleo, mas o
setor de petróleo não convencional de Estados Unidos está cortando de
qualquer maneira. As informações são da agência de notícias “Dow Jones”.

A Comissão Ferroviária do Texas, que regula o setor de petróleo e gás
no maior estado produtor do país, adiou a decisão de restringir a produção
pela primeira vez desde década de 1970. Os comissários planejam revisar se
devem forçar os operadores a reduzir a produção em 5 de maio.

No entanto, as forças do mercado livre já estão fazendo com que algumas
empresas reduzam a produção conforme a demanda por combustível cai e
instalações de armazenamento se enchem, deixando as empresas sem ter para onde
enviar seu petróleo.

Os produtores de petróleo não convencional dos Estados Unidos, da
Continental Resources à Cimarex Energy, disseram que estão reduzir a
produção em resposta a um declínio acentuado nos preços do petróleo. Na
segunda-feira, o petróleo de referência dos Estados Unidos caiu abaixo de zero
pela primeira vez, já que alguns vendedores efetivamente pagaram aos
compradores para levar petróleo de suas mãos.

O Texas debateu se a produção seria cortada em resposta a uma proposta da
perfuradora Pioneer Natural Resources e Parsley Energy. A ideia dividiu os
três membros da comissão. Wayne Christian e Christi Craddick disseram que a
comissão precisava de mais tempo para considerar cortes e garantir que uma
medida não seja amarrada no tribunal. “Precisamos ter certeza quando
apresentarmos a proposta que atenda aos requisitos legais”, afirmou Christian.

Enquanto isso, o comissário Ryan Sitton disse que estava pronto para
exigir cortes em 1 de junho de 20%, ou cerca de um milhão de barris por dia
(bpd), a partir dos níveis de produção no final de 2019, se outros estados ou
países concordam em cortar mais quatro milhões de bpd. “Levar semanas, até
dias agora para agir é uma escolha em si”, disse Sitton. “Eu não acredito
que a inatividade da nossa parte é aceitável”.

Os reguladores do Texas realizaram uma maratona virtual na semana passada
para solicitar opiniões sobre um potencial corte que destacou as divisões da
indústria sobre se o Estado deveria impor limites de produção.

De um modo geral, restringir a produção ajudaria os pequenos produtores
que não tem escala para garantir que seu petróleo chegue ao mercado ou, nesse
ambiente, instalações de armazenamento. Participantes maiores, como Exxon
Mobil e Occidental Petroleum, se opuseram a intervenções regulatórias. Com
informações da Agência CMA

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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