Porto Alegre, 1 de fevereiro de 2021 – As eleições para presidente da
Câmara dos Deputados e do Senado acontecem hoje, em meio a relatos de
interferência do Planalto na disputa em favor do deputado Arthur Lira (PP-AL) e
do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e à notícia de que o atual presidente da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), teria ameaçado acatar pedido de impeachment
contra o presidente Jair Bolsonaro.
Na Câmara, a previsão é de que a eleição só comece a partir das 19h
(de Brasília). Antes disso, os partidos terão que formalizar os blocos de cada
candidato, às 12h, farão reunião de líderes, às 14h, e o registro das
candidaturas, às 17h. No Senado a sessão preparatória está agendada para as
14h, o que significa que a partir deste horário, presentes senadores
suficientes, a eleição pode começar. Em ambos os casos, a votação é
secreta e será presencial.
A disputa pela presidência da Câmara é a mais relevante do ponto de
vista político, porque pode determinar se Bolsonaro conseguirá um controle
maior sobre a pauta de votações e uma blindagem contra os quase 60 pedidos de
impeachment enviados à Casa e que necessariamente precisam do crivo do
presidente da Câmara para avançarem no Congresso.
Lira é o candidato mais alinhado ao governo. Seu principal rival, o
deputado Baleia Rossi (MDB-SP), é apoiado por Maia e possui mais declarações
públicas de apoio dos partidos da Câmara – inclusive das siglas de esquerda e
que fazem oposição ao governo.
Isso, em tese, deixaria Rossi mais perto da vitória do que Lira, mas como
o voto secreto e o bloco do emedebista é muito heterogêneo, analistas apontam
que há um alto potencial de dissidência oculto sob os apoios declarados ao
candidato.
O próprio Democratas, partido de Maia, estaria rachado, e segundo
notícias divulgadas na imprensa isto teria sido motivado pela oferta de cargos
e verbas extras do Executivo aos deputados.
Isso, inclusive, teria levado Maia a ameaçar acatar um dos pedidos de
impeachment contra Bolsonaro. A ameaça teria sido feita ontem durante uma
reunião em que a divisão no DEM foi exposta. Na mesma reunião, ainda de
acordo com informações divulgadas na imprensa, o PT teria dito que removeria o
apoio a Pacheco caso o DEM desembarcasse do apoio declarado a Baleia Rossi.
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Enio Verri (PT-PR), disse à
Agência CMA hoje cedo que o PT no Senado ainda está apoiando a candidatura de
Pacheco e que durante a reunião não ouviu Maia dizer que acataria pedidos de
impeachment contra Bolsonaro. Outros políticos consultados pela Agência CMA
ainda não se manifestaram sobre o assunto.
REFORMAS
Especialistas apontam que, do ponto de vista da agenda de reformas
econômicas, a vitória de qualquer um dos candidatos considerados mais viáveis
– Lira e Rossi na Câmara, Pacheco e a senadora Simone Tebet (MDB-MS), no
Senado – seria positiva, pois todos eles apoiam as propostas defendidas pelo
governo.
A diferença entre Lira e Rossi, neste aspecto, é muito pequena – Lira
quer primeiro aprovar a reforma administrativa para depois avançar com as
demais, enquanto Rossi defende aprovar primeiro a reforma tributária, para
depois liberar as outras.
Todos os candidatos também defenderam recentemente a retomada de algum
tipo de auxílio emergencial à população caso a pandemia se agrave. Todos
eles também se comprometeram a manter o teto de gastos – dispositivo
constitucional que limita o crescimento das despesas à inflação, sugerindo
que haveria algum tipo de compensação orçamentária caso o auxílio fosse
adotado novamente. Com informações da Agência CMA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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