Porto Alegre, 23 de fevereiro de 2015 – A Federação da Agricultura do
Rio Grande do Sul (Farsul) apresentou hoje (23) propostas para otimizar a
logística do Superporto de Rio Grande e melhorar a navegabilidade das hidrovias
do Estado. O trabalho, desenvolvido durante nove meses pela Federação,
operadores e usuários do porto, busca ampliar o calado do local e implantar um
sistema moderno de gerenciamento de tráfego marítimo, entre outras medidas.
O investimento calculado é de R$ 180 milhões. “É um investimento
público que rapidamente traz resultados, com o aumento da competitividade e da
movimentação no porto e consequente desenvolvimento econômico. Para os
produtores rurais, o resultado esperado é o aumento do prêmio e de preços
pagos à soja e outros grãos entregues em Rio Grande, ou seja, mais dinheiro no
bolso do agricultor e circulando na economia”, disse o presidente do Sistema
Farsul, Carlos Sperotto.
A principal mudança é a dragagem de manutenção que permite ampliar o
calado do porto de 42 para 47 pés, o que possibilitaria tráfego de navios
maiores e aumento de carga dos navios que já utilizam o local. Atualmente, o
máximo de carga que os navios costumam transportar é 50 mil toneladas. Com a
ampliação, há possibilidade de embarcar 75 mil toneladas em navios de classes
superiores à Panamax, reduzindo o custo por tonelada.
Sob responsabilidade da Secretaria Especial dos Portos, o processo está
em fase de licitação até 27 de fevereiro. Duas empresas estariam interessadas
em tocar o projeto até o momento, revela o superintendente do Porto de Rio
Grande, Janir Branco.
Para a agricultura, a operação de navios maiores no porto tende a
diminuir o custo do frete e aumentar o prêmio ao produtor, que leva em conta
fatores como a eficiência do porto exportador e é definido conforme análise
do mercado. Com as melhorias sugeridas, o prêmio deve subir, aumentando também
a renda do produtor. Um navio que parte para o mar parcialmente carregado, por
exemplo, tem os preços desvalorizados.
Outra sugestão do grupo é a implantação, no Superporto, do Sistema de
Gestão de Tráfego de Embarcações (VTMIS, na sigla em inglês), que monitora,
em tempo real e sob qualquer condição climática, a posição e a velocidade
das embarcações do porto, entre outras informações, além de fornecer dados
precisos sobre o nível de água, salinidade, velocidade da corrente e de
ventos. Tudo isso é observado de torres de controle automático, aumentando a
segurança do local e agilizando as operações.
O projeto para instalação, aquisição dos equipamentos e capacitação
da equipe está em andamento. Se as melhorias forem implementadas, haverá a
possibilidade de manobras 24 horas por dia, mesmo em condições adversas.
As demais ações envolvem sinalização nas bacias de evolução (áreas
de giro) dos navios, através do posicionamento das bóias de sinalização no
canal de acesso ao porto, e a homologação, por parte da Marinha, do regramento
para a entrada de navios de até 370 metros de comprimento e a autorização
para uso de 47 pés do calado. Em relação às hidrovias, o grupo sugere
dragagem e melhoria nas instalações e sinalizações ao longo das principais
vias que ligam portos como o de Estrela ao Superporto de Rio Grande, atendendo
não só as demandas do Estado, como também os países vizinhos Uruguai e
Argentina.
O custo para o monitoramento via VTMIS seria de R$ 25 milhões, de acordo
com documentos enviados pelo Sistema Farsul ao Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento e à presidenta Dilma Rousseff. A sinalização de
todo o canal, por sua vez, demandaria outros R$ 5 milhões. Em torno de R$ 120
milhões seriam necessários para melhorar o aproveitamento de rios, lagoas e
canais navegáveis como hidrovias, além de R$ 30 milhões para a sinalização
destas. O custo total, portanto, é de cerca de R$ 180 milhões.
O Superintendente do Porto, Janir Branco garantiu que todas as sugestões
estão na agenda do governo. “Nossas pautas são convergentes”, afirmou ao
presidente do Sistema Farsul e demais entidades do grupo. O secretário de
Transporte e Mobilidade, Pedro Westphalen, destacou que essa é uma etapa
importante para diminuir o custo logístico no Estado e integrar os modais
rodoviários, ferroviários e hidroviários.
Westphalen acrescentou que a única maneira dessas iniciativas avançarem
é através de parcerias entre o poder público e empresas privadas. As
propostas foram apresentadas ao governo do Estado, representado pelos
secretários de Transporte e Mobilidade, Pedro Westphalen, acompanhado pelo
superintendente do Porto de Rio Grande, Janir Branco; de Agricultura e
Pecuária, Ernani Polo; e de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia,
Fábio Branco.
Participaram também da reunião o diretor do Departamento de
Propriedade Intelectual e Tecnologia da Agropecuária do Ministério da
Agricultura, Hélcio Botelho, representando o secretário do Desenvolvimento
Agropecuário e Cooperativismo, Caio Tibério da Rocha; o secretário de
Infraestrutura Portuária da SEP, Américo Leite de Almeida; presidente da
Fiergs, Heitor José Muller; representantes da Fecomércio e Federasul, além de
operadores e usuários que integraram o grupo de trabalho com a Farsul. As
informações partem da Assessoria de Imprensa da Farsul.
Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras
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Atualizado em: 17/06/2025 09:45