Porto Alegre, 20 de janeiro de 2015 – O Porto de Santos, superando as
estimativas divulgadas, em dezembro último, pela Companhia Docas do Estado de
São Paulo (Codesp), movimentou no ano passado 111,1 milhões de toneladas de
cargas. Esse volume é o segundo maior da história do porto, ficando abaixo
somente 2,6% do apurado em 2013 (114,0 milhões t), considerado um ano atípico
na curva de movimentação do complexo portuário. Em dezembro, a Codesp estimou
que o movimento de cargas atingiria 110,5 milhões t em 2014.
Esse resultado foi determinado pelo recorde obtido na movimentação do
mês de dezembro (9,0 milhões t), que ficou 6,2% acima do mesmo período do ano
anterior (8,4 milhões t). As exportações tiveram um crescimento, no mês, de
5,9%%, totalizando 6,0 milhões t, enquanto as importações aumentaram 6,9%,
somando 2,9 milhões t.
O presidente da Codesp, Angelino Caputo, explica que a movimentação de
cargas em 2014 foi afetada por uma combinação de fatores decorrentes de
aspectos climáticos, preços das commodities agrícolas e conjuntura econômica
internacional desfavorável. Para Caputo, 2013 foi um ano totalmente atípico
na curva de crescimento da movimentação do Porto de Santos. Apesar do
movimento neste ano ter sido menor que em 2013, ainda assim, permaneceu dentro
da curva estabelecida pela consultoria Louis Berger, dentro do Plano de
Expansão do Porto de Santos, explica o presidente.
Os produtos que contribuíram para o bom desempenho mensal foram, na
exportação, o açúcar, com 1,4 milhão t (+17,2%), o café em grãos, com
144,0 mil t (+49,2%), o complexo soja, com 247,2 mil t (+30,3%), e, na
importação, o adubo, com 310,6 mil t (+8,7%), carvão, com 130,6 mil t
(+47,7%), gás liquefeito de petróleo, com 79,7 mil t (+41,5%), e minério de
ferro, com 75,7 (+129,3%).
A carga conteinerizada manteve a performance apresentada durante todo o
ano, atingindo um crescimento de 9,5% no mês de dezembro (315,3 mil teu) e 6,8%
no acumulado do ano (3,6 milhões teu).
Acumulado
No acumulado do ano, as exportações chegaram a 76,5 milhões t,
decrescendo 33,7% em comparação com o apurado no ano passado. Já as
importações em 2014 (334,5 milhões t) se mantiveram no mesmo patamar de 2013
(34,5 milhões t). Os principais destaques foram o farelo de soja, com 3,8
milhões t (+41,4%), e o café em grãos, com 1,5 milhão t (+37,6%). Os
produtos que mais contribuíram para a queda na movimentação foram o açúcar
(-10,5%), o álcool (-42,7%), a soja em grãos (-4,8%), o milho (-19,3%) e
minério de ferro (-56,4%).
A crise internacional que afetou os principais países da Europa, Ásia e
Américas acabou se refletindo com força nos mercados internacionais de
commodities agrícolas e minerais. No caso das commodities agrícolas, somou-se
a um cenário de demanda retraída a confirmação de uma supersafra
norte-americana de soja e milho em 2014, o que elevou a oferta global destes
grãos a um patamar recorde. Como consequência, houve a intensificação da
trajetória declinante dos preços das commodities nas principais bolsas
internacionais.
O preço do milho foi o que mais sentiu o efeito do aumento da oferta
global, com queda de, aproximadamente, 37% ante o já retraído preço de 2013,
fazendo com que sua cotação voltasse ao patamar praticado em 2009. Da mesma
forma, os preços da soja em grãos e farelo de soja também sofreram quedas
significativas ao longo de 2014. Enquanto isso, a cotação do açúcar
permaneceu estável, mas em patamar deprimido historicamente, com os mercados
bem abastecidos com os maiores volumes exportados por outros importantes
produtores, como a India.
Os produtores brasileiros, além de terem suas receitas comprimidas pelas
quedas dos preços internacionais (parcialmente compensada pela desvalorização
do real), tiveram a produtividade de suas lavouras afetadas pela forte estiagem
que caracterizou o ano de 2014.
A seca intensa, que em São Paulo foi a pior em oitenta anos e levou à
paralisação da hidrovia Tietê-Paraná (importante via de escoamento da safra
direcionada ao nosso porto), reduziu a produtividade das safras de açúcar,
milho e soja, fazendo com que a produção destes produtos ficasse abaixo das
estimativas divulgadas no início do ano. No caso do setor sucroalcooleiro, os
baixos preços internacionais do açúcar motivaram os produtores a
privilegiarem a produção de etanol para abastecimento do mercado interno.
Além disso, o porto sofreu dois grandes incêndios em 2014, que afetaram os
embarques do produto.
Devido à histórica relação do Porto de Santos com o agronegócio
brasileiro, foi inevitável que este cenário adverso para o setor tivesse
reflexo sobre a movimentação de cargas.
Apesar desse cenário, o Complexo Portuário Santista obteve quatro
recordes mensais no ano passado, que incluem, além de dezembro, os meses de
fevereiro (7,7 milhões t), março (10,4 milhões t) e junho (9,8 milhões t).
O fluxo de navios, mantendo a tendência do porto de receber embarcações
maiores e em menor quantidade, graças aos efeitos do aprofundamento do canal de
navegação, apresentou queda de 1,1%, totalizando 5.193 embarcações.
Balança Comercial
O Porto de Santos foi responsável pela movimentação de 25,3% da corrente
de comércio brasileira (US$ 229,1 bilhões), atingindo US$ 116,1 bilhões. As
importações totalizaram US$ 58,4 bilhões e as exportações US$ 57,7
bilhões.
Os principais parceiros comerciais foram, na importação, a China, com
22,2%, seguida pelos Estados Unidos (17,1%) e Alemanha (10,4%) e na exportação
novamente a China (14,7%), os Estados Unidos (13,3%) e a Holanda (6,9%). Entre
as cargas mais importadas aparecem outros inseticidas (1,5%), outras caixas de
marchas (1,27%) e outras partes e acessórios de carroçarias para veículos
automóveis (1,12%). Na exportação aparecem a soja (1,2%), outros açúcares
de cana (9,0%) e café não torrado, não descafeinado, em grão (8,6%).
Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 29/11/2024
Suíno Independente kg vivo
R$ 9,53Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.943,33Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 71,25Preço base - Integração
Atualizado em: 29/11/2024 10:30