Agronegócio

Retorno de sete adidos agrícolas ao Brasil deixa setor produtivo em alerta

14 de julho de 2014
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A volta dos adidos agrícolas (os representantes brasileiros para articulações comerciais em outros países) ao Brasil pegou o setor produtivo de surpresa, e a demora no envio de substitutos já começa a preocupar. Até o dia 30 de junho, o Brasil contava com oito adidos agrícolas em países importantes para o agronegócio, como Estados Unidos, Argentina, África do Sul, Rússia, Japão, Suíça, Bélgica e China, que foi o único mantido.
– Os adidos têm desenvolvido um trabalho muito importante no cenário fitossanitário, ajudado no contexto da promoção, principalmente do algodão, nas últimas missões da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Esse espaço entre a nomeação preocupa – afirma o presidente da Abrapa, Gilson Pinesso.

Para substituir os adidos, que iniciaram o trabalho em 2010, por um período de dois anos, prorrogado por mais dois anos, uma seleção avaliou 100 inscritos, a maioria funcionários de carreira da Agricultura e de áreas ligadas à relações exteriores. O ministro da Agricultura, Neri Geller, encaminhou três nomes para cada vaga, mas a burocracia do Itamaraty e da Casa Civil em avaliá-los atrasou o processo.

– Nós tomamos a decisão de trazê-los no dia 30 de junho, quando eles já tinham completado os quatro anos. Acreditávamos que seria suficiente para ter os substitutos. Nós avisamos, definimos essa data com bastante antecedência, há mais de 100 dias. Achamos que o processo fosse estar concluído, mas não foi possível a tempo – explica o coordenador-geral de articulação da Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura (Mapa), Eduardo Sampaio.

Os substitutos escolhidos pelo Mapa precisam agora ser aprovados pela presidente, Dilma Rousseff. A decisão dever sair em até 60 dias. Caso isso não aconteça, as negociações que estão em andamento, em países como a Rússia, podem ficar comprometidas.

– Para os outros países pode passar a impressão de que o Brasil não está muito interessado em manter as negociações no rumo que estavam. Temos que resolver isso logo, não podemos deixar para além de setembro, pois começa a entrar o inverno russo e eles não têm produção. É justamente onde eles fazem o jogo mais duro para baixar o preço – lembra o consultor em relações internacionais, Rafael Duarte.

– A situação não é a ideal, porque os adidos não estão mais lá, mas todas as embaixadas têm o setor de Agricultura, já tinha o diplomata que agia em conjunto com o adido e agora o diplomata está suprindo a falta do adido lá – aponta Sampaio.

Postos estratégicos

Os postos são tidos como estratégicos para diversos países, que mantêm adidos agrícolas que atuam em diversas embaixadas para facilitar o diálogo. O Brasil criou o cargo apenas em 2008 e demorou dois anos para ocupá-lo.

– Todos os países que mantêm grande fluxo de comércio agrícola contam com adidos em suas embaixadas, sempre escolhidos no corpo dos quadros técnicos de seus ministérios da Agricultura. Alguns, como os Estados Unidos, têm um serviço especifico para o tema. No Brasil há, inclusive, muitos adidos de países que têm interesse em exportar seus produtos para nós. Poderíamos dizer que o Brasil chegou tarde e modesto no tema – afirma a Secretaria de Relações Internacionais (SRI).

A secretaria avalia como “positivo” o trabalho dos adidos, destacando que foi por meio deles que o Brasil conseguiu a liberação para vender carne suína nos mercados japonês e norte-americano. A secretaria aponta também o aumento de frigoríficos autorizados a exportar para a Rússia como resultado das negociações com o país, incluindo o envio de duas missões técnicas russas para inspecionar os estabelecimentos brasileiros nos últimos dois anos.

Assim como a operação, em 2011, para aumentar o número de frigoríficos autorizados a exportar para a China – hoje, maior consumidor de carne de frango do país.

– Nos últimos 10 anos, 20 anos, o Brasil passou a ser um grande protagonista no comércio internacional de produtos agrícolas. Este comércio tem características muito diferentes dos outros produtos, já que, além das regras comerciais, entram em jogo regras técnicas extremamente complexas e sofisticadas, e aí surge a necessidade e inevitabilidade de contar com especialistas nestas posições – defende a SRI.

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