As políticas públicas voltadas para o campo implementadas pelo Governo do Estado vão garantir neste ano a maior safra agrícola da história do Rio Grande do Sul: 30 milhões de toneladas. O anúncio da projeção dos números dos principais grãos cultivados no Estado – arroz, soja, milho, trigo e feijão – foi realizado pelo governador Tarso Genro na quinta-feira (24), no Salão Alberto Pasqualini, no Palácio Piratini. O chefe do Executivo afirmou que o aumento da produção de 9,2% em relação à safra anterior representa um impacto de R$ 24 bilhões na economia gaúcha.
Acompanhado dos secretários da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Claudio Fioreze, do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativsmo, Elton Scapini, e do presidente da Emater, Lino de David, o governador disse que o crescimento da safra está atrelado aos três Planos Safra gaúchos e aos programas Mais Água, Mais Renda e Irrigando a Agricultura Familiar. Tarso ressaltou a participação do Banrisul, Badesul e BRDE na consolidação das políticas para a reorganização do sistema cooperativo no Estado – a partir de refinanciamentos e qualificação do setor. “Pelo levantamento da Emater, o Rio Grande do Sul ainda deve superar a barreira dos 30 milhões de toneladas e ultrapassar o volume de 30,7 milhões toneladas. É a maior safra da história do Estado, superando as 28,6 milhões de toneladas colhidas em 2011. Isso significa um avanço extraordinário”, garantiu o governador. A projeção se deve ao fato de que as colheitas ainda não estão 100% concluídas, mas em uma média de 80%.
Junto ao presidente da Emater, Tarso lembrou que a instituição foi fundamental no processo de recuperação das políticas para o campo. “Quando chegamos ao governo, a Emater passava por dificuldades de funcionamento e infraestrutura, sem falar da falta de recursos, de pessoal, e de uma política salarial não condizente com as responsabilidades da instituição. A Emater teve um papel muito importante, dando suporte às grandes políticas do governo no campo, originárias das secretarias de Desenvolvimento Rural e da Agricultura. Estas duas são instituições-chave que têm e tiveram papel importantíssimo no período em que estamos à frente do governo”.
Crédito
Fioreze explicou que, nos últimos três anos, o Estado colheu as maiores safras de grãos. Comparou, ainda, com a produção da década de 1980, que era de 14 milhões de toneladas, e passou a 30 milhões este ano. No período, houve aumento de 118%, enquanto a área plantada elevou-se em apenas 8%. Há três décadas, eram 7,8 milhões hectares plantados. Hoje, são 8,16 milhões. “Esse índice está associado ao grande ganho de produtividade. A média desses cinco grãos, que em 1980/81 era de apenas 1.860 kg/ha, hoje está em 3.767 kg/ha”.
Além de destacar o fortalecimento da pesquisa agropecuária, da assistência técnica e extensão rural, das politicas específicas para a agricultura familiar e do empreendedorismo dos agricultores, Fioreze apontou como decisiva a elevação do crédito para o setor – que passou de R$ 25 bilhões para mais de R$ 160 bilhões. E reconheceu ainda o acerto da política industrial.
Lino de David atribuiu a safra recorde a três fatores: financiamento e crédito barato, com juros baixo; acesso ao conhecimento técnico por parte dos agricultores; e manejo e incorporação de tecnologia. “Somados a isso estão os preços estáveis ao longo dos últimos anos e as condições climáticas que, apesar de alguns problemas pontuais, não interferiram de forma negativa na economia dos produtores”. “Das 22 cadeias produtivas contempladas, temos oito estreitamente ligadas ao setor do agronegócio. Além da criação da Secretaria de Desenvolvimento Rural, que fortaleceu e recuperou os instrumentos de políticas públicas, especialmente os mais de 370 mil agricultores familiares no RS”.
Ao enumerar algumas ações voltadas à agricultura familiar, Scapini também disse que uma das principais medidas do governo foi a criação da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo e destacou a sanção do Executivo do projeto de lei – em 2011 – que permitiu a anistia de 53 mil agricultores que estavam impedidos de acessar crédito. “A criação da SDR permitiu um atendimento diferenciado, com prioridade aos nossos públicos especiais, agricultores familiares, às nossas agroindústrias e ao setor cooperativo do Estado”.
O secretário reforçou as ações direcionadas ao setor cooperativo, que vão desde os programas de gestão e crédito às políticas de tributação, e disse que sua pasta deverá totalizar, até o final deste ano, investimentos de R$ 900 milhões no setor – metade do valor destinado à recuperação da Emater.
Ao comparar a expectativa atual com a safra passada, apresentam-se os seguintes resultados por cultura:
Soja – Aumento de 5,46% na área cultivada (4,98 milhões ha); aumento de 3,57% na produção (13,21 milhões t) e redução de 1,78% na produtividade (2,65 mil kg/ha). Impacto econômico de R$ 13,69 bilhões.
Milho – Redução de 9,92% na área cultivada (932,04 mil ha); redução de 0,78% na produção (5,30 milhões t), mas aumento de 10,13% na produtividade (5,69 mil kg/ha). Impacto econômico de R$ 2,23 bilhões.
O Estado plantou, também, cerca de 350 mil hectares com milho destinado à produção de silagem. Deve-se colher aproximadamente 12,4 milhões de toneladas de massa verde destinada à produção leiteira. Aproximadamente ¼ da área total dos dois tipos de milho (grão e silagem – 1,25 milhão ha) foi cultivada com sementes oriundas do Programa Troca-Troca do Governo do Estado.
Arroz – Aumento de 2,89% na área cultivada (1,11 milhão ha); aumento de 8,25% na produção (8,77 milhões t) e aumento de 5,21% na produtividade (7,88 mil kg/ha). Impacto econômico de R$ 5,97 bilhões.
Feijão 1ª Safra – Redução de 5,11% na área cultivada (50,21 mil ha), aumento de 15,42% na produção (78,41 mil t) e aumento de 21,64% na produtividade (1,56 mil kg/ha). Impacto econômico de R$ 182,25 milhões.
Feijão 2ª Safra – Aumento de 20,59% na área cultivada (23,34 mil ha); aumento de 32,59% na produção (35,15 mil t) e aumento de 9,45% na produtividade (1,50 mil kg/ha). Impacto econômico de R$ 81,71 milhões.
A safra do trigo teve aumento de quase 80% na produção (3,35 milhões t). Impacto econômico de R$ 1,96 bilhão.
De acordo com o secretário Fioreze, vários foram os fatores que compuseram os bons números. “O Plano Safra Federal e Plano Safra Estadual, assim como as demais políticas públicas, o acesso e conhecimento a irrigação, o manejo e a incorporação das novas tecnologias, a injeção de crédito agropecuário, foram alguns dos itens para que chegássemos a esses números”. Fioreze também destacou a importância do sistema de defesa agropecuária, o fortalecimento da pesquisa agropecuária, bem como a extensão rural e o empreendedorismo dos produtores como fatores fundamentais para o desenvolvimento, nesse sentido.
Fonte: Seapa/RS.
Cotação semanal
Dados referentes a semana 22/11/2024
Suíno Independente kg vivo
R$ 9,53Farelo de soja à vista tonelada
R$ 71,50Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 1.975,00Preço base - Integração
Atualizado em: 07/11/2024 17:50