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SOJA: Aprosoja é contra proposta de reserva de mercado

28 de março de 2022
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Porto Alegre, 28 de março de 2022 – Representantes dos compradores de
grãos (Abiove) estudam propor ao governo federal a criação de uma reserva de
mercado, como ocorre na Argentina, para pagar mais barato pela produção
agrícola no Brasil. Em nota, a Aprosoja se manigestou contra a ideia.

A indústria esmagadora de soja no Brasil, representada pela Associação
Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), planeja propor ao
governo federal mecanismos para tarifar ou reter parte da produção de soja no
mercado interno, inibindo exportações. É a informação que tem repercutido
entre agentes do mercado, trazendo grande apreensão aos produtores e analistas
sérios do setor.

“Tivemos conhecimento de que os bons preços pagos para a soja no mercado
internacional atualmente podem ser motivo de propostas de intervenção no livre
mercado, obrigando produtores a vender percentual de sua produção para o
mercado interno, criando reserva de mercado, como ocorre na Argentina, para
pagar mais barato pela produção agrícola no Brasil”, afirmou uma das fontes
consultadas e que preferiu ficar no anonimato.

A estratégia seria segurar a produção para buscar reduzir preços no curto
e médio prazo em benefício das Trading Companies, que comprariam os grãos
com melhores margens (aumentar seus lucros). Ao mesmo tempo, seria um
estratagema para burlar a Lei Kandir – que isentou de impostos as
exportações de bens primários e semielaborados desde 1996 – e que poderia
estimular o parque industrial brasileiro a processar esses grãos,
transformando-os em farelo e óleo.

Algo semelhante já é praticado na Argentina, com as famigeradas
retenciones, políticas populistas que impuseram impostos sobre as exportações
e desestimularam a produção de grãos, tornando a já debilitada economia
argentina ainda mais frágil. Como efeitos colaterais, a Argentina se privou de
reservas cambiais robustas e viu a desvalorização da sua moeda e a inflação
explodirem a níveis recordes, o oposto do que ocorre no Brasil. Aqui houve a
desoneração tributária total das exportações de bens primários e
semielaborados, favorecendo a expansão da agropecuária brasileira e
consagrando o país como potência agro, energética, ambiental.

É preciso entender que os preços estão altos por razões que fogem ao
controle estatal. O mundo vive uma escassez na oferta de produtos em razão do
aumento da demanda, que é resultado tanto do aumento populacional quanto de
transformações demográfica em países como a China, que viu nos últimos anos
cerca de 500 milhões de pessoas deixarem a áreas rurais para se tornarem
consumidoras de classe média nos grandes centros urbanos.

Com a demanda aquecida e menos soja disponível, as crises de escassez
afetam profundamente o mercado. Foi o que ocorreu recentemente, com quebras de
produção de alguns países, entre eles a própria Argentina. Neste caso, a
baixa oferta e estoques baixos elevam preços e prêmios pagos pela soja em
grãos nos portos. O produtor rural brasileiro não define o preço que vai
cobrar. Os preços são definidos na Bolsa de Chicago, além de fatores como o
custo logístico até o ponto de produção e os prêmios pagos nos portos para
estimular ou não o carregamento de navios.

Olhando para o mercado brasileiro, seja de soja ou milho, há soja
suficiente para o abastecimento interno. O Brasil exporta excedentes há 3
décadas. Se fosse definida uma tarifa sobre exportação de soja em grãos, o
efeito seria de reduzir o preço pago ao produtor, o qual seria forçado a
fechar negócios menos atrativos, sem com isso trazer impacto algum aos preços
do óleo ou proteínas animais, que seguiriam os preços do mercado consumidor
final.

Portanto, uma medida dessa natureza seria deletéria ao país, seja
prejudicando sua imagem de uma economia de livre mercado, seja afetando o elo
mais fraco na cadeia da oleaginosa, ou ainda pior, constituindo desestímulo à
produção de soja, cultura altamente relevante do ponto de vista alimentar e
socioeconômico no Brasil.

As informações partem da assessoria de imprensa da Aprosoja.

Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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