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SOJA: Audiência no PR debate medidas restritivas ao plantio da safrinha

30 de setembro de 2015
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Porto Alegre, 30 de setembro de 2015 – O secretário da Agricultura e do
Abastecimento, Norberto Ortigara, e o presidente da Agência de Defesa
Agropecuária do Paraná (Adapar), Inácio Afonso Kroetz, participaram nesta
terça-feira (29) de audiência pública na Assembleia Legislativa, sobre a
necessidade de adotar medidas restritivas para o plantio de soja safrinha no
Paraná.

As medidas são recomendadas pela pesquisa para conter o avanço da
ferrugem asiática, cujo controle está seriamente ameaçado pela resistência
dos fungos que provocam a doença e pela ineficiência dos fungicidas
disponíveis no mercado. Segundo o secretário Ortigara, o avanço da doença
pode provocar, no curto prazo, danos econômicos e comprometer o futuro da soja
plantada no Paraná e no Brasil.

A decisão será divulgada mediante portaria da Agência de Defesa
Agropecuária do Paraná (Adapar), nos próximos dias. A audiência pública foi
aberta pelo presidente da Alep, Ademar Traiano, que julgou importante a sua
realização, atendendo ao clamor dos produtores do Sudoeste do Estado, que
pediram o adiamento de uma possível proibição do plantio.

Participaram da audiência pública os dirigentes da Federação da
Agricultura do Paraná (Faep) e Organização das Cooperativas do Estado do
Paraná (Ocepar), que se alinharam às recomendações da pesquisa, que orienta
a eliminação do plantio da soja safrinha no Paraná, medida que já foi
adotada nos estados do Mato Grosso e Goiás.

A pesquisa, liderada pela Embrapa Soja, recomenda que o plantio de soja
seja feito no período definido pelo zoneamento agrícola do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que vai de 21 de setembro a 31 de
dezembro do mesmo ano. Após o período de colheita, que se estende até o mês
de maio, a recomendação é que não haja mais nenhum tipo de planta viva de
soja no solo, nem mesmo aquelas que nascem na beira das estradas.

A pesquisa argumenta que o fungo desenvolveu mecanismos de resistência e
que os fungicidas disponíveis no mercado perderam sua eficiência para o
combate. E mais, que não há, no âmbito da pesquisa, novas moléculas de
fungicidas previstas para serem liberados nos próximos oito anos.

A audiência pública na Assembleia Legislativa foi realizada a pedido dos
dirigentes da Cooperativa Mista São Cristóvão – Camisc, de Mariópolis,
região Sudoeste do Estado. O presidente da cooperativa, Nelson De Bortoli
manifestou sua preocupação com a possibilidade de proibição da soja
safrinha. Ele alegou que os municípios de Mariópolis e de Clevelândia
dependem do plantio dessa cultura, que é a alternativa mais viável
economicamente para os produtores na região no período da safrinha.

Os agricultores, disse De Bortoli, já fizeram a compra dos insumos para a
lavoura no início de 2016 e que será um grande prejuízo não contar com essa
atividade a partir do próximo ano.

Os representantes da Faep e da Ocepar se manifestaram a favor da
proibição do plantio, uma vez que a soja representa um patrimônio econômico
construído pelo conjunto de agricultores paranaenses e que não podem ir contra
a pesquisa, se ela está alertando sobre os prejuízos que esse plantio podem
impor no curto prazo.

“Toda vez que fomos contra a pesquisa levamos prejuízos”, disse Nelson
Costa, superintendente da Ocepar. A mesma posição foi adotada por Pedro
Loyola, chefe do departamento técnico e e econômico da Faep.

O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, acenou
com a possibilidade de se adotar um caminho de consenso entre as partes e
proibir o plantio da soja safrinha a partir de janeiro de 2017. “A partir
desse prazo, o vazio sanitário no Estado deverá ser estendido”, afirmou.

Ao invés de vigorar entre junho e setembro, deverá ser antecipado para o
mês de maio. O vazio sanitário, adotado para conter o avanço da ferrugem
asiática, foi estabelecido pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento em
2007.

“Nossos esforços são para que os agricultores adotem as boas práticas
de cultivo e elas recomendam a necessidade de reduzir a aplicação de
agrotóxicos”.

Ortigara ressaltou que vem sendo alertado pelos órgãos de pesquisa sobre
a ineficiência dos fungicidas diante do aumento da resistência dos fungos, que
se multiplicam de forma rápida e podem colocar em risco as lavouras.

O presidente da Adapar, Inácio Afonso Kroetz, alertou os produtores que a
ferrugem asiática já provoca custos acima de US$ 2 bilhões por ano no Brasil,
com o uso de fungicidas. A medida restritiva, se adotada, tem a finalidade de
interromper o ciclo do fungo e diminuir o custo da aplicação de fungicidas,
disse.

Kroetz destacou que foi alertado pela Associação Nacional de Defesa
Vegetal (Andef) que nos próximos 10 anos não terá produto novo para conter o
avanço do fungo.”Não há novas moléculas sendo pesquisadas pela
indústria”, disse.

No Congresso Brasileiro de Soja, realizado este ano, em Florianópolis, a
informação que circulou é que nos próximos 8 anos não há expectativa de
lançamento de novas moléculas de fungicidas no mercado. Com informações da
Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Paraná.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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