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SOJA: Brasil gasta quatro vezes mais com frete que Argentina e EUA – CNA

9 de outubro de 2015
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Porto Alegre, 9 de outubro de 2015 – O produtor brasileiro de soja gasta,
hoje, para levar a produção da fazenda até o porto, em média, US$
92/tonelada, quatro vezes mais do que na Argentina e nos Estados Unidos, por
conta da deficiência da logística nacional. Esse valor representa aumento de
228% em relação à década passada, quando a quantia gasta era de US$
28/tonelada. Os dados foram apresentados nesta quinta-feira (08/10), pelo
consultor de Infraestrutura e Logística da Confederação da Agricultura e
Pecuária do Brasil (CNA), Luiz Antônio Fayet.

Ele é um dos palestrantes do Dia de Mercado de Grãos, em Luís Eduardo
Magalhães (BA), evento promovido pela CNA, Federação da Agricultura e
Pecuária do Estado da Bahia (FAEB) e sindicatos rurais do oeste baiano. O
encontro reuniu 150 pessoas na sede regional do Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural (SENAR), entre produtores rurais, técnicos e profissionais
ligados ao setor agropecuário. O objetivo do evento é levar informações
sobre as principais demandas do segmento rural aos produtores da região e
aprofundar informações do Projeto Campo Futuro, desenvolvido pela CNA e
entidades acadêmicas.

Ao apresentar dados sobre a logística brasileira, Fayet alertou que o alto
custo do setor com o frete da sua produção reduz a competitividade do país
para exportação. “Hoje, se um produtor de soja vende uma tonelada por US$ 450
para fora do país, ele já perde US$ 92 com o frete”, afirmou. Segundo ele,
um dos motivos deste custo é a falta de um sistema de logística compatível
com a eficiência da produção “dentro da porteira”. “Infelizmente nossos
problemas fora da porteira nos prejudicam”, lamentou.

Um exemplo claro da carência de infraestrutura e logística no Brasil se
refere à produção das novas fronteiras agrícolas, localizadas acima do
paralelo 16 Sul, abrangendo parte do Centro-Oeste, Norte e Nordeste, situados no
Corredor do Arco Norte. Estas regiões respondem por quase 60% da produção
nacional de soja e milho, gerando excedente de 64 milhões de toneladas para
exportação. Entretanto, a falta de hidrovias, ferrovias, rodovias e portos
obriga os produtores a deslocarem suas safras até os portos do Sul e Sudeste.

Um produtor de soja de Sorriso (MT), por exemplo, precisa percorrer mais de
dois mil quilômetros para levar sua produção até os portos do Sul e
Sudeste. Até o Porto de Santos, o custo ficaria em US$ 126/tonelada. Por outro
lado, se os portos de Belém ou Miritituba, no Pará, tivessem condições de
operacionalização para receber a produção de Sorriso, o custo seria de US$
80/tonelada, US$ 46 a menos. “Seria mais dinheiro no bolso do produtor”, disse
Fayet. No entanto, ressaltou, a recuperação da capacidade de
operacionalização dos portos pode levar muitos anos. Se o incremento for de
cinco milhões a cada ano, o país levaria de 18 a 20 anos para atender a atual
demanda dos portos para exportação.

Fayet relatou o trabalho feito pela CNA para melhorar a questão de
infraestrutura e logística. A pauta de prioridades inclui, além da ampliação
operacional dos portos, a ampliação da concorrência portuária, a
construção de mais rodovias e ferrovias para reduzir o custo operacional do
frete, entre outras medidas. “Para recuperar a economia, é preciso investir em
infraestrutura. Estamos muito bem dentro da porteira, mas fora dela estamos
perdendo a guerra. Não adianta ter mercado, terras pra atividade, se não tiver
cadeia logística suficiente”, disse o consultor.

Custo de produção

Segundo palestrante do dia, o pesquisador Mauro Osaki, do Centro de Estudos
Avançados em Economia Aplicada (Cepea), falou sobre a evolução do custo de
produção em culturas como soja e milho nas principais regiões agrícolas do
país a partir do Projeto Campo Futuro, no qual técnicos da CNA e do Cepea
realizam levantamentos de informações sobre os custos. Também abordou a
influência do câmbio na produção, que tem ligação direta com o preços de
insumos como fertilizantes, que são atrelados principalmente à moeda
norte-americana.

Ele fez, também, um histórico de questões como clima, pragas, doenças e
rentabilidade do setor. Em alguns casos, lembrou que o milho teve prejuízo em
razão de fatores como clima, mas a soja fez com que o produtor tivesse mais
rentabilidade, recuperando inclusive os prejuízos com o cereal. Contudo, frisou
a alta dos custos de produção para combater pragas como a Helicoverpa
armigera. Com informações da assessoria de imprensa da CNA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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