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SOJA: Colheitas no noroeste do PR surpreendem pela quantidade, diz Cocamar

8 de março de 2016
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Porto Alegre, 8 de março de 2016 – Colheitas generosas de soja deram o que
falar no noroeste do Paraná. Na microrregião de Paranavaí, que inclui
municípios banhados pelo Paranapanema, na divisa com São Paulo, as quantidades
colhidas nesta safra 2015/16 foram surpreendentes.

Os solos arenosos com baixo teor de argila, as altas temperaturas e o
regime de chuvas marcado por volumes historicamente inferiores às médias de
outras regiões, não impedem a expansão da oleaginosa. A lavoura está
entrando no lugar de pastos degradados e avançando sobre a cana-de-açúcar.

Atendidos pela unidade da Cocamar em Paranacity, produtores conseguiram
colher até mais, este ano, que muitos de seus colegas da terra roxa. As chuvas
intensas trazidas pelo El Niño ajudaram, mas a explicação está no cuidado
com o solo, no emprego de tecnologia e na mentalidade empresarial.

A Fazenda Flor Roxa, em Jardim Olinda, é a principal vitrine desses novos
tempos do noroeste. Seus resultados mostram como é grande o potencial para o
desenvolvimento de uma agricultura moderna e produtiva na região. Num lote
inicial de 12 alqueires, a média alcançada foi de 192 sacas, quantidade que
ficou em 175 sacas em outra área.

De acordo com o proprietário, o engenheiro agrônomo César Vellini, de 47
anos, as primeiras experiências com soja começaram em 1996, evoluindo depois
para um bem conduzido programa de integração lavoura, pecuária e floresta
(ILPF). “A colheita de 192 sacas por alqueire foi o nosso recorde”, diz
Vellini, lembrando que, até então, a maior média havia sido obtida em 2003:
165 sacas. Ao longo de 20 anos, demonstrando a viabilidade da soja na região, a
média na Flor Roxa, considerando um ano pelo outro, é de 125 sacas, conforme
Vellini.

Ao falar sobre produtividade, algumas lições foram aprendidas, segundo
ele. Uma delas, o fornecimento de boa quantidade de matéria orgânica ao solo,
adubado com dez toneladas por alqueire de uma mistura de esterco de galinha e de
gado, e gesso.

Outro detalhe importante: o plantio da safra deve ser feito, no mais
tardar, no comecinho de outubro. “Precisamos chegar em janeiro, mês muito
sofrido para nós, com a soja pronta”, observa o proprietário. O problema de
janeiro não se resume a eventuais veranicos: “com a alta temperatura, a terra
molhada é capaz de cozinhar a lavoura”.

A terceira lição é que, sem cobertura para proteger o solo, nada feito.
Vellini conta que é preciso saber “armazenar” água no solo. Ele explica
que após colher a soja, faz o plantio de milho consorciado com capim
braquiária. Como o milho vai crescer mais rápido, a braquiária fica por
baixo, sem atrapalhar. E será um pasto de qualidade, no inverno, quando o
cereal for colhido. Dessa forma, o produtor vai ter comida em quantidade para
fornecer ao rebanho por um período de 90 dias, até às vésperas do plantio da
safra seguinte, quanto a pastagem é dessecada para fazer a proteção do solo
no verão. A palhada vai reter umidade por mais tempo após a chuva. “A gente
precisa estar sempre preparado para uma seca”.

Sobre o consórcio milho e braquiária, faz quatro anos que o mesmo foi
adotado e os resultados têm sido “os melhores possíveis”, conforme
Vellini, que acrescenta: “é um sistema fácil” e o capim tem a vantagem,
ainda, de inibir o desenvolvimento de ervas como a buva e o amargoso.

O engenheiro agrônomo César Gesualdo, da unidade da Cocamar em
Paranacity, destaca a qualidade do trabalho desenvolvido por Vellini. “Tudo o
que a Cocamar orienta, ele procura seguir à risca”. Da mesma forma, o
produtor está sempre de olho em novidades.

A colheita de soja está chegando ao final na região da Cocamar. Com o
tempo firme dos últimos dias, o trabalho avançou e a expectativa é que até a
terceira semana desde mês a operação esteja concluída. Com informações da
assessoria de imprensa da Cocamar.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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