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SOJA: Cultivo no Brasil avança em áreas de desmatamento

8 de dezembro de 2022
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Porto Alegre, 8 de dezembro de 2022 – O cultivo de soja em áreas de desmatamento recente
continua avançando em níveis alarmantes no Brasil, afetando de forma crítica três biomas e o
combate às mudanças climáticas no país. Em 2020, 562 mil hectares de soja foram colhidos em
áreas desmatadas ou convertidas nos cinco anos anteriores, sendo o Cerrado a região mais
impactada. Os dados fazem parte de um estudo realizado pela Trase, plataforma que monitora a
exposição de cadeias de commodities agropecuárias ao desmatamento, em parceria com o Instituto de
Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora).

Segundo o estudo, em 2020 os campos de soja ocuparam, no Cerrado, mais de 264 mil hectares de
terras recentemente desmatadas e convertidas – uma área equivalente ao dobro da extensão da cidade
de São Paulo. Já nos Pampas, o cultivo do grão em áreas de desmatamento foi de 196 mil hectares,
no mesmo período. Três dos cinco municípios com maior conversão de vegetação nativa em cultura
de soja se localizam na região Sul. “Os Pampas vinham sendo uma área pouco estudada até agora. No
entanto, os dados mais recentes do Mapbiomas mostram que o bioma se tornou um dos mais ameaçados no
Brasil, com conversão ativa e acelerada de campos naturais, e é preciso agir com rapidez para
reverter esse quadro”, alerta Vivian Ribeiro, coordenadora de inteligência espacial da Trase.

Os dados também apontam que a Amazônia segue sob forte ameaça da expansão do cultivo da
commodity, apesar da proteção fornecida pela Moratória da Soja – acordo firmado entre empresas,
organizações da sociedade civil e do governo que prevê o compromisso de não adquirir grãos ou
financiar safras cultivadas em áreas desmatadas da Amazônia após julho de 2008. Em 2020, 133 mil
hectares de soja foram colhidas de áreas desmatadas após 2008 na Amazônia, em contradição com a
Moratória da Soja .

Esta ação afeta diretamente o combate à crise climática: a produção de soja do Brasil em
terras recentemente desmatadas e convertidas liberou 103 milhões de toneladas de CO – 11% do total
anual de emissões de mudanças no uso da terra do país. Ou seja, o desmatamento da vegetação
natural rica em carbono contribui significativamente para as emissões de gases de efeito estufa.

Os dados levantados pela Trase com o Imaflora revelam que a expansão da commodity é
concentrada: apenas 13% dos 2.388 municípios produtores de soja representavam, em 2020, 95% da
produção do Brasil em terras recentemente desmatadas ou convertidas. “Nossas análises apontam com
clareza quais regiões concentram a maior parte da soja com desmatamento e conversão. Essas
informações são de grande importância para a implementação de medidas direcionadas para a
produção de commodities livres de desmatamento. Produtores rurais, empresas, governos municipais,
estaduais e federal precisam se unir para fornecer transparência ampla aos compradores e
reguladores de mercados consumidores”, afirma Tiago Reis, coordenador da Trase na América do Sul.

Para Lisandro Inakake de Souza, coordenador de cadeias agropecuárias no Imaflora, a redução
da conversão de terras para cultivo de soja é do interesse de toda a cadeia. “Temos a Moratória
da Soja como um exemplo de compromisso que pode nortear políticas para todo o país e deveria ser
ampliado além do bioma amazônico. Além disso, ainda é preciso avançar em tecnologias e
processos, aumentar investimentos em monitoramento e fiscalização, em atuações conjuntas dos
setores privado, público e organizações da sociedade civil.”

Como resposta a esse problema, o estudo defende que é preciso criar políticas públicas mais
duras. Uma das recomendações é o desenvolvimento de um sistema de rastreabilidade público,
universal e totalmente transparente, abrangendo todas as commodities agrícolas produzidas no país.

Ações como essa podem ser fundamentais para que o Brasil continue ocupando uma posição de
destaque no mundo em exportações de grãos de forma sustentável. A União Europeia está
finalizando um regulamento que exige que as empresas fiscalizem suas cadeias de suprimentos e
comprovem que seus produtos não são provenientes de áreas desmatadas, mas a regra, como vem sendo
elaborada até agora, não prevê cobertura de todos os biomas brasileiros. “Excluir o Cerrado e os
Pampas dessa regulamentação deixaria algumas das áreas naturais mais biodiversas do Brasil
vulneráveis. Pior ainda, pode aumentar a pressão sobre essas áreas, já que a regulamentação as
declararia ‘liberadas’ para derrubada de vegetação natural”, alerta Helen Bellfield, diretora da
Trase na Global Canopy.

Além da União Europeia, a China tem papel importante: o país é o maior destino da soja
brasileira e importou em 2020 229 mil hectares de soja com desmatamento, seguido pelo próprio
consumo do Brasil (102 mil hectares). A exposição ao desmatamento da soja na União Europeia é
menor, esteve em 29,8 mil hectares, em 2020. As informações são da assessoria de imprensa da
Trase.

Revisão:Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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