Porto Alegre, 7 de dezembro de 2022 – Uma rede composta por instituições de pesquisa, empresas
de melhoramento genético, sementeiras e consultorias está conduzindo, de forma integrada, um
conjunto de experimentos em Mato Grosso e Rondônia para buscar respostas relacionadas à
ocorrência da podridão da vagem, conhecida como anomalia da soja, e ao quebramento da haste de
soja. Os dois problemas surgiram em Mato Grosso nas últimas safras e vem causando preocupação aos
produtores rurais.
Cada experimento serve para observação e coleta de dados relacionados aos dois problemas. São
12 ensaios que avaliam 42 cultivares geneticamente modificadas, 12 ensaios com materiais
convencionais (não transgênico) e 12 ensaios com e 9 cultivares e 3 épocas de plantio. Há ainda
seis ensaios com uso de diferentes estratégias de fungicidas. As áreas de pesquisa estão
localizadas em Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, em Mato Grosso, e em São Miguel
Ariquemes e Guaporé, em Rondônia.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Cerrados, lotado na Embrapa Agrossilvipastoril
(Sinop-MT), Auster Farias, os dois problemas são novos e ainda não há uma conclusão sobre as
causas. Trabalha-se com diferentes hipóteses relacionando a causa a patógenos ou às condições
climáticas ou ainda ao sistema de produção. “Pode ser que não seja um fator isolado, mas sim um
conjunto dessas causas”, explica o pesquisador.
Na safra passada, já foram feitas algumas observações importantes, porém em áreas de
vitrines de cultivares e não em experimentos montados com esse propósito. Para padronizar a coleta
de informações, pesquisadores da Embrapa e parceiros definiram metodologias de coleta de dados e
de materiais.
Auster explica que nos experimentos em campo estão sendo coletados tecidos vegetais para
isolamento de patógenos visando identificar possíveis causas e também serão coletadas amostras
para estudos genômicos.
“Nosso objetivo é selecionar materiais mais resistentes ao quebramento e à podridão da vagem,
além de identificar as causas dos problemas”, explica Auster Farias.
A pesquisadora da Embrapa Agrossilvipastoril Dulândula Wruck explica que foram identificados
fungos em materiais coletados na última safra, porém, quando inoculados em plantas em casa de
vegetação, os sintomas não foram reproduzidos.
De toda forma, a pesquisa realizada nesta safra testa diferentes estratégias de controle do
patógeno, sendo tratamento de semente, aplicação de fungicidas multisítio ou sitioespecífico,
além de diferentes épocas de aplicação.
Atualmente fazem parte da Rede de pesquisa a Embrapa, por meio das Unidades Agrossilvipastoril,
Cerrados e Soja, Basf, Syngenta, Bayer, TMG, GDM, Fundação Rio Verde, Coacen, FitoLab, Aprosoja,
Proteplan, EPR Consultoria, HO Sementes, Fundação Mato Grosso, Plantagro, Universidade Federal de
Rondônia, Agronorte, Ihara, UPL, Corteva , Sipcan, Solo Fértil e MZ Serviços Agrícolas.
Quebramento da haste
O quebramento da haste ou tombamento da soja começou a ser observado com maior intensidade na
safra 2021/2022 na região médio-norte de Mato Grosso. O problema leva ao quebramento das plantas
normalmente a partir de R5. No local do quebramento há escurecimento do interior da haste, porém,
ainda não se sabe se os microrganismos ali presentes são a causa do quebramento ou se são uma
consequência.
Pela metodologia definida pela Embrapa, a avaliação deve ser feita em estádio R7, ou antes
caso o quebramento seja precoce. Escolhe-se uma linha onde há o quebramento e faz-se a contagem de
plantas danificadas em dois metros lineares. O nível de tombamento é calculado pelo percentual de
plantas quebradas. Além disso, deve-se analisar o escurecimento da haste, conforme metodologia já
descrita em 2015. Além das informações observadas em campo, são coletadas informações sobre
cultivares, hábito de crescimento, data de semeadura, manejo de fungicidas, entre outras.
Apodrecimento da vagem
O apodrecimento de grãos e vagens em estádio final de formação em lavouras de soja vem sendo
observado com maior frequência em algumas regiões brasileiras, desde a safra 2019/2020, em
especial na região do médio-norte do estado de Mato Grosso, causando redução significativa de
produtividade em lavouras com alto potencial produtivo, principalmente nas primeiras semeaduras.
Pesquisadores da Embrapa Soja e da Embrapa Agrossilvipastoril em fazendo visitas a lavouras com
o problema, coletam amostras e igualmente definiram uma metodologia de coleta e registro de
informações. Essa metodologia foi enviada para pesquisadores de outras instituições, para
consultores, agricultores e entidades de classe como sindicato rural e associação de produtores.
As informações são da assessoria de imprensa Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa).
Revisão:Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 11/07/2025
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R$ 1.660,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.300,00Milho Saca
R$ 65,50Preço base - Integração
Atualizado em: 10/07/2025 09:50