Porto Alegre, 25 de outubro de 2017 – Em uma cúpula de alto nível em
Londres, a Associação Internacional de Soja Responsável (RTRS) anunciou seu
forte apoio a um manifesto, publicado recentemente, que pede o fim da
destruição das florestas e vegetações nativas na região do Cerrado
brasileiro.
Em um comunicado aprovado pelo Comitê Executivo, a RTRS afirmou seu apoio
ao Manifesto do Cerrado, elaborado por mais de sessenta organizações que
operam no Brasil. O Manifesto convoca as empresas e investidores a tomarem
medidas urgentes para garantir que as cadeias de suprimentos da soja e da carne
bovina não contribuam para o desmatamento e a conversão de áreas naturais
para fins agrícolas.
O Cerrado é considerado uma das grandes áreas naturais do planeta; no
entanto, metade de sua área original já foi destruída. A área detém cerca
de 5% da biodiversidade mundial e, das mais de 11 mil espécies de plantas no
Cerrado, quase metade não existe em qualquer outro local do planeta. O Cerrado
também armazena o equivalente a 13,7 bilhões de toneladas de dióxido de
carbono (CO2).
A RTRS já trabalha com mais de 32.000 produtores de soja, bem como
diversas marcas globais e conhecidas de alimentos e produtos agrícolas; a RTRS,
portanto, está bem posicionada para fazer cumprir os compromissos do
Manifesto, visto que a organização oferece um padrão global viável para a
certificação da soja produzida sem desmatamento e sem contribuir para a
conversão da vegetação natural.
De acordo com a Presidente da RTRS, Marina B. de Engels, parcerias
colaborativas com produtores locais de soja são fundamentais. “A produção
mundial de soja não pode prejudicar a biodiversidade mundial – esse é o nosso
ponto de partida. É fundamental apoiarmos os produtores e a cadeia mais ampla
de suprimento da soja, para que eles produzam soja responsável de acordo com um
padrão confiável de desmatamento zero”, diz.
“No Brasil, os membros e produtores da RTRS já vêm demonstrando que é
possível produzir soja segundo esse padrão e, ao mesmo tempo, ampliar as
atividades comerciais. A RTRS oferece forte apoio ao Manifesto do Cerrado e
está pronta para trabalhar com os produtores locais e contribuir para a
solução, ao invés de fazer parte do problema”, complementa.
Uma recente inovação da RTRS foi a aprovação de seu novo Padrão de
Produção de Soja Responsável. Essa terceira versão do padrão da RTRS foi
acordada em junho de 2016 e tornou-se o padrão global de soja sustentável,
promovendo o Desmatamento e Conversão Zero e relações trabalhistas e
comunitárias mais progressistas.
Além de ser uma mesa-redonda global e multipartes, a RTRS também
desempenha um papel crucial ao garantir a confiabilidade da certificação da
produção de soja responsável. Em 2016, a produção certificada pela RTRS
cresceu 29% em relação a 2015; mais de 32 mil produtores da Argentina, Brasil,
Canadá, China, India, Paraguai, Uruguai e Estados Unidos produziram, juntos,
mais de três milhões de toneladas de soja certificada pela RTRS. A maior parte
dessa soja foi vendida no mercado europeu.
Segundo o Manifesto do Cerrado, incentivos e instrumentos econômicos –
como os oferecidos pela RTRS – precisam ser desenvolvidos tanto pelo governo
quanto pelo setor privado, de modo a recompensar os esforços dos agricultores
que conservam as áreas de vegetação nativa.
De acordo com Jean F. Timmers, Líder de Soja Global da WWF e membro do
Comitê Executivo da RTRS, é por isso que a RTRS será fundamental para
promover os avanços necessários no cenário atual. “O WWF assinou o Manifesto
do Cerrado, é parceiro-chave na Colaboração para Florestas e Agricultura e
considera a RTRS o único padrão que proíbe, explicitamente, toda e qualquer
conversão de vegetação natural, bem como uma ferramenta extremamente útil
para garantir a consecução transparente desse objetivo”, comenta.
Marcelo Visconti, Diretor-Executivo da RTRS, afirma que a RTRS é o padrão
capaz de realizar, em escala, as mudanças necessárias para proteger o
Cerrado. “Trata-se de um desafio global que envolve as gerações futuras. Os
compromissos internacionais do setor privado, do governo, da sociedade civil e
da própria comunidade exigem ações renovadas e soluções sustentáveis em
longo prazo”, avalia.
“À medida que a produção de soja responsável aumenta constantemente, a
RTRS oferece uma via prática e comprovada para atender a essa enorme demanda.
Nosso padrão cobre tanto vegetações naturais quanto florestas. Ele foi
elaborado colaborativamente por meio de diálogos entre produtores, a indústria
e ONGs; trata-se de uma certificação transparente e confiável, capaz de
reduzir os riscos da cadeia de suprimentos. É por isso que a RTRS quer apoiar o
Manifesto do Cerrado e oferecer seu padrão global como a principal via de
execução de ações rápidas e tangíveis na região”, finaliza. As
informações partem da assessoria de imprensa da RTRS.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 22/11/2024 17:50