Porto Alegre, 18 de maio de 2017 – O uso de defensivo biológico, aliado
com o Manejo Integrado de Pragas (MIP) na cultura de soja permite, além de
manter igual produtividade do sistema convencional, reduzir significativamente
os custos de produção. Em alguns casos, essa redução pode chegar ao
equivalente ao valor de quatro sacas de soja.
A constatação é do supervisor de Implementação da Transferência de
Tecnologia da Embrapa Cerrado, Sergio Abud da Silva, e foi feita em palestra
durante o Workshop Agrobrasília sobre Controle Biológica de Pragas e Doenças
nas Culturas, realizado nesta quarta-feira (17), na Agrobrasilia 2017 – Feira
Internacional dos Cerrados, no Distrito Federal.
O evento, que foi acompanhado por 120 profissionais do agronegócio,
incluindo engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas e produtores rurais,
entre outros, contou com a participação dos maiores especialistas no assunto e
foi organizado pela ABC Bio – Associação Brasileira das Empresas de
Controle Biológico e pela APDC – Associação de Plantio Direto Cerrado. A
solenidade de abertura do workshop foi comandada por John Landers, presidente da
APDC, um dos pioneiros na difusão do plantio direto no Brasil e entusiasta do
controle biológico, além do presidente da ABC Bio, Gustavo Herrmann, e do
presidente da FEBRAPDP – Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação,
Alfonso Sleutje.
O workshop foi aberto com a palestra Panorama Brasileiro e Avanços
Recente, proferida por Alexandre de Sene Pinto, do Centro Universitário Moura
Lacerda, de Ribeirão Preto. Na sequência, houve também uma série de
depoimentos de produtores , engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas sobre
diversos aspectos ligados à aplicação de defensivos biológicos. Um deles, o
produtor Helio Dall Bello, que atua em Goiás e no Distrito Federal, chamou a
atenção para a necessidade de o agricultor interessado em utilizar o controle
biológico, atuar de forma a manter uma população de insetos que são
benéficos para as culturas. “Um exemplo é entender as diferenças entre os
vários tipos de percevejos, de maneira a preservar aquele que é predador de
pragas”, comentou.
Já o agrônomo Leomar Cenci, presidente da COOPA-DF, uma das entidades
apoiadoras do evento, informou que, no cerrado, já começa a surgir produtores
de trigo, cevada e aveia que estão usando o controle biológico. “E aqui na
região já existem aproximadamente 25 mil hectares de cevada plantada, que pode
ser um bom potencial para o uso de agentes biológicos”, afirmou. Jean
Phillippe Butruille, produtor de hortaliças orgânicas no entorno de Brasília,
por sua vez, chamou a atenção para as boas perspectivas do defensivo
biológico. “São muitas as razões para o aumento do uso de biológico. As
principais são: os defensivos convencionais estão perdendo eficiência, a
produtividade está estagnada e os custos elevados. Além disso, a opinião
pública cobra alimentos com menos resíduos”, observou a avaliação sobre o
bom potencial do segmento de biodefensivos também foi referendada por Harley
Nonato de Oliveira, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste.
“Os produtores do Mato Grosso do Sul estão muito interessados em
conhecer as vantagens do uso de biológicos. Vários estão efetivamente
convencidos dos benefícios. Tanto que o governo do Estado decidiu formular um
Plano Estadual de Controle Biológico para incentivar a atuação das empresas
do segmento na região.
Durante os debates, o presidente da ABC Bio fez questão de reforçar um
alerta sobre os riscos de se produzir agentes biológicos em fazendas, sem os
cuidados e os controles de um ambiente fabril. “Atualmente só existe
legislação do Ministério da Agricultura que possibilita a produção de
produtos fitossanitários e defensivos biológicos para uso na agricultura
orgânica.
Nas demais áreas é proibido e quem estiver produzindo, está atuando de
forma ilegal. Pelo que constatamos essa informação sobre essa questão legal
não está chegando aos produtores”, afirmou Herrmann.
A sessão de debates do workshop foi coordenada pelo engenheiro agrônomo
Cláudio Malinski,da COOPA-DF. Também participaram, como palestrantes, o
engenheiro agrônomo Carlos Pitol, de Maracaju-MS; e Celso Tomita, especializado
no uso de controle biológico em hortaliças. O workshop contou ainda com a
palestra Estado da Arte de Controle Biológico no Brasil e visão do Futuro,
proferida também pelo presidente da ABC Bio. Ocorreu ainda o depoimento das
empresas: Laboratório Farroupilha/Lallemand, Stoller, Grupo Vittia/Biosoja,
Simbiose, Ballagro, Koppert e Bayer. Os debates foram coordenados por Alfonso
Sleutjes, presidente da FEBRAPDP.
Ao final, foi definida a criação de um grupo de companhias para estimular
o uso de biológicos, de forma a repetir o sucesso de uma iniciativa promovida
nos anos de 1990, por técnicos, produtores e empresas, para incentivar o uso do
plantio direto em várias regiões do país. O workshop promovido na
Agrobrasília 2017 coincide com um momento bastante rico da área de controle
biológico no País, pois o segmento vem experimentando um grande avanço nos
últimos cinco anos. Tal movimentação positiva envolve tanto a pesquisa no
âmbito privado, quanto no público, e tem sido marcada por produtos confiáveis
sendo colocados à disposição dos produtores agrícolas, sejam aqueles
fabricados por empresas nacionais ou estrangeiras.
Outro grande impulsionador do mercado de defensivo biológico é a maior
conscientização e também pressão dos consumidores, cada vez mais
interessados em consumir alimentos com baixa carga de resíduo químico. Nesse
particular, a indústria brasileira desse tipo de insumo detém uma tecnologia
que pode ser considerada de ponta em termos mundiais. Além disso, o produtor
brasileiro tem se tornado mais consciente sobre as vantagens ambientais e
também para sua segurança do uso de defensivos biológicos. As informações
partem da assessoria de imprensa da ABC Bio.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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