Porto Alegre, 14 de junho de 2017 – No dia 15 de junho tem início o vazio
sanitário da soja em cinco estados brasileiros: Paraná, São Paulo, Mato
Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia. No Brasil, 11 estados e o Distrito
Federal adotam essa medida, estabelecida por meio de normativas estaduais. Além
do Brasil, o Paraguai também estabeleceu o período de vazio sanitário.
O vazio sanitário é o período de 60 a 90 dias em que não se pode semear
ou manter plantas vivas de soja no campo. De acordo com a pesquisadora Claudine
Seixas, da Embrapa Soja, o objetivo do vazio sanitário é reduzir a
sobrevivência do fungo causador da ferrugem-asiática durante a entressafra e
assim atrasar a ocorrência da doença na safra. “O vazio sanitário soja é
uma das principais estratégias para o manejo da ferrugem-asiática da soja, que
é a mais severa doença da cultura da soja”, diz Claudine.
A pesquisadora explica que o fungo que causa a ferrugem-asiática é
biotrófico, ou seja, precisa de hospedeiro vivo para se desenvolver e
multiplicar. “Ao eliminarmos as plantas de soja na entressafra “quebramos” o
ciclo do fungo, reduzindo assim a quantidade de esporos presentes no
ambiente”, diz Claudine.
Ferrugem da soja
A ferrugem asiática da soja foi identificada pela primeira vez no Brasil
em 2001. Hoje essa doença, considerada a principal na cultura da soja, possui
um custo médio de US$ 2 bilhões por safra. Apesar da contribuição dos
fungicidas, uma redução da eficiência desses produtos vem sendo observada
desde a safra 2007/08 em função da adaptação do fungo.
Segundo os pesquisadores da Embrapa, os fungicidas utilizados no controle
da ferrugem pertencem a três grupos distintos: os Inibidores de desmetilação
(IDM, “triazóis”), os Inibidores da Quinona externa (IQe, “estrobilurinas”)
e os Inibidores da Succinato Desidrogenase (ISDH, “carboxamidas”). Ao ser
identificada no Brasil, em 2001, a ferrugem-asiática foi controlada com a
aplicação de fungicidas triazóis isolados e misturas de triazóis e
estrobilurinas. Desde 2008, produtos isolados não são recomendados em
decorrência da menor eficiência, sendo recomendados somente misturas
comerciais de fungicidas com diferentes mecanismos de ação.
“A partir da safra 2013/14, uma redução de eficiência foi observada
para a estrobilurina isolada nos ensaios cooperativos”, explica a pesquisadora
Claudia Godoy. Nessa mesma safra foram registradas as primeiras misturas de
fungicidas estrobilurinas e carboxamidas para a cultura da soja. Na safra
2016/17, a pesquisadora explica que alguns fungicidas com carboxamidas
apresentaram redução de eficiência nos ensaios cooperativos, em relação aos
resultados da safra anterior, em regiões específicas. “Dessa forma, o rigor
na adoção do vazio sanitário é extremamente importante para redução do
inóculo entre as safras, auxiliando assim no manejo da ferrugem-asiática”,
relata a pesquisadora. As informações partem da assessoria de imprensa da
Embrapa Soja.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 12/12/2025
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R$ 1.925,00Casquinha de soja à vista tonelada
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Atualizado em: 12/12/2025 10:10