Porto Alegre, 11 de fevereiro de 2015 – Importante fonte nutricional para
gado de leite e corte, dentre outros ruminantes, o sorgo vem ganhando espaço
entre as espécies forrageiras cultivadas em Minas Gerais, ampliando a
produção em 617% entre os anos de 2001 a 2014. O cultivo é recomendado como
alternativa para regiões ou períodos de cultivo com baixo índice de chuvas,
que inviabilizam outras culturas.
A escolha da cultivar correta, adubação, controle de pragas e doenças,
dentre outras técnicas de manejo, impulsionaram a produtividade do sorgo em
mais de 70% desde 2001, atingindo 3.007 kg por hectare, garantindo aos
produtores mineiros maiores retornos da cultura. A produção estimada para a
safra 2014/2015 é de 506,3 mil toneladas e contribui em 25% do total produzido
no Brasil. O Valor Bruto da Produção (VBP) do sorgo atingiu R$ 125,16
milhões, em 2013, ocupando a 17 posição ranking dos produtos avaliados pelo
IBGE.
“O sorgo é cultivado em duas safras, sendo que a segunda safra mineira
é a mais expressiva, representando mais de 96% do total da produção da
cultura em Minas Gerais. A recorrente falta de chuvas impulsionou o cultivo de
sorgo para amenizar os riscos com a seca e as altas temperaturas. O que garante
maior estabilidade na produção”, explica o assessor técnico da Secretaria
de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), Francisco
Augusto Lara.
Estudos da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) têm
atestado o potencial do sorgo também como matéria-prima para o setor
sucroenergético para produção de biocombustíveis. Além disso, existem
várias técnicas de manejo, como o sistema de Integração Lavoura, Pecuária e
Floresta, controle de pragas e doenças que garantem bons resultados.
De acordo com o pesquisador da Epamig, Carlos Juliano Brant Albuquerque, o
uso na alimentação humana também vem atraindo pessoas que evitam alimentos
com glúten. “Além do uso na forma de silagem, pastagem e na forma de
ração, o sorgo pode ser utilizado na alimentação humana. Isso é comum em
países africanos, onde o milho não é produzido devido aos problemas com
escassez de chuva”, explica.
O amido do sorgo é utilizado na produção de massas para biscoitos,
pães, entre outros pratos, com a vantagem de não possuir glúten ao contrário
de outros cereais como trigo e milho, por exemplo. Recentemente, pesquisas têm
demonstrado também o potencial do sorgo para produção de etanol de primeira
geração e segunda geração (sorgo sacarino), além da cogeração (sorgo
biomassa). “Acredito que a continuidade de pesquisas envolvendo esses grupos
de sorgo é fundamental para que possamos obter mais uma alternativa de energia
renovável para o Brasil”, avalia o pesquisador.
Segundo o coordenador de culturas da Empresa de Assistência Técnica e
Extensão Rural (Emater-MG), em Montes Claros, Reinaldo Nunes de Oliveira, a
empresa vem ao longo dos últimos anos incentivando o cultivo de sorgo no
semiárido mineiro. Apesar dos baixos índices pluviométricos dos últimos
meses, com as chuvas que atingiram o estado na última semana, foram observadas
melhorias nas lavouras. “Com as chuvas dos últimos dias pode-se constatar que
a cultura do sorgo apresentou uma recuperação satisfatória, situação que
não ocorreu com o milho”, explica o coordenador.
Tipos de sorgo
De acordo com o pesquisador da Epamig, Carlos Juliano, o que diferencia os
tipos de sorgo é a forma no qual se destina o uso. As características
morfológicas como tamanho da planta, produtividade de grãos, tamanho dos
internódios, tipo de panícula, teores de açucares no colmo direcionam maior
aptidão das cultivares.
“Para uso como sorgo granífero, sorgo silageiro, sorgo corte pastejo,
pastejo, sorgo vassoura, sorgo sacarino e sorgo biomassa, os dois primeiros mais
comuns e com sistema de produção bem definidos e ajustados para várias
regiões do estado”, comenta.
Regiões aptas a produzir
A região Norte de Minas Gerais é uma das principais regiões produtoras
de sorgo silageiro no Brasil. Já no Triângulo Mineiro prevalece o sorgo
granífero na segunda safra, ou safrinha. “Em Minas Gerais o sorgo é
recomendado para todas as regiões, entretanto alguns cuidados devem ser
tomados, exemplo disso é o uso do sorgo na segunda safra ou safrinha no sul do
Estado. Essa região é caracterizada por baixas temperaturas na segunda safra e
essa condição pode favorecer a mela ou ergot, doenças típicas quando a
temperatura é baixa” explica Carlos Juliano. Com informações da assessoria
de comunicação social da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e
Abastecimento de Minas Gerais.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 17/06/2025 09:45