Após cinco anos e seis meses, o pesquisador Dirceu Talamini encerrou no dia 3 de agosto sua gestão à frente da Embrapa Suínos e Aves, único centro de pesquisa do país especializado em suinocultura e avicultura vinculado ao governo federal e o único da Embrapa localizado no Estado de Santa Catarina. Os principais compromissos assumidos foram, além de dar continuidade às pesquisas, contribuir na formação de novos gestores, ampliar o quadro de pesquisadores e de analistas e de modernizar a estrutura física da Unidade. “Alcançamos os objetivos a que nos propusemos, destacando-se a recomposição do quadro de empregados e a modernização e ampliação da infraestrutura de pesquisa”, avaliou Talamini.
Alguns números mostram bem essa evolução. O quadro de empregados, que fechou o ano de 2008 com 189 profissionais, passou para 213 em 2014. Ocorreu crescimento de 24% no número de pesquisadores e de 67% no número de analistas. Além disso houve um crescimento de 56% de empregados com doutorado e de 35% com mestrado. O crescimento e a grande qualificação destas duas categorias de profissionais, que possuem papel fundamental no cumprimento da missão da Unidade, sinalizam para uma contribuição da Embrapa ainda maior no futuro. O investimento em equipamentos para laboratórios e ampliação da infraestrutura superou os R$ 22 milhões. Os recursos para as despesas do dia a dia, chamados de custeio, também cresceram. Na comparação entre o exercício de 2013 e o de 2008, o aumento foi de 57%. Conforme Talamini, “esse esforço é parte do conjunto de ações visando criar condições de excelência para desenvolver as pesquisas e oferecer as soluções tecnológicas que os produtores e a sociedade esperam”.
Obras importantes foram concluídas como a reforma e modernização do auditório, do prédio de Administração e das estruturas para a experimentação com aves, a construção do abatedouro experimental de aves, da estação de compostagem de dejetos de suínos, da estação de tratamento dos efluentes, da conclusão do Laboratório Sanidade Animal de nível de segurança 3 (NB3), da ampliação do Laboratório de Sanidade e Genética Animal, da infraestrutura interna de rede e comunicação com internet, do cluster de servidores e storage aplicados à Tecnologia da Informação bem como um moderno sistema de alarme e vigilância eletrônica da área física da Unidade. Estas melhorias somam-se a aquisição de diversos equipamentos de laboratório e outras ações de menor dimensão. “Não tenho dúvidas que alcançamos uma estrutura invejável para a pesquisa em suínos e aves, sem dúvida a melhor dos países em desenvolvimento, que por muito tempo proporcionará ótimas condições de trabalho”, completou Talamini.
Na Pesquisa, incentivou-se a proposição de projetos densos visando à solução de problemas complexos, cujos impactos potenciais para as cadeias produtivas de suínos e aves sejam altamente relevantes. Exemplos do êxito da iniciativa foram obtidos na área de Melhoramento, Genômica, Sanidade e Rastreabilidade em suínos. Meio Ambiente e Doenças exóticas e de notificação obrigatória em aves e suínos, entre outros. O desenvolvimento de projetos mais robustos possibilitou à Unidade ampliar consideravelmente a captação de recursos de custeio no Sistema Embrapa, destinados especificamente à pesquisa, tanto que em 2013 em torno de 60% dos recursos de custeio da Unidade advinham desta fonte, comparados com 30% em 2008. Assumiu-se ainda o papel importante e estratégico do Comitê Assessor Externo na definição das prioridades de pesquisa e foi fortalecido o papel do Comitê Técnico Interno (CTI) na avaliação das propostas e no acompanhamento dos projetos em execução. Essas premissas são importantes para aproximar o trabalho da Embrapa às reais necessidades das cadeias produtivas. O processo de relato e avaliação dos resultados finalísticos dos projetos também foi implantado de forma a apoiar a área de transferência de tecnologia na proposição e execução de planos de transferência de inovações, ou seja, das tecnologias, produtos e processos gerados nos projetos de pesquisa.
Os resultados da pesquisa foram numerosos. Entre eles, destacam-se o desenvolvimento da linha fêmea Embrapa MO25, voltada a qualidade da carne e a consolidação no mercado do suíno light MS 115 e da poedeira colonial 051. A participação da Embrapa visando o entendimento e harmonização dos custos na produção integrada (contratual) de suínos e aves, apoiando com informações técnicas à política de Drawback e à defesa contra barreiras comerciais, como no caso dos métodos de insensibilização de frangos e nas metodologias para o diagnóstico de doenças emergentes também devem ser registradas. Importante também a cooperação com a BRF – Brasil Foods e BNDES no programa de melhoramento genético de suínos e com a Itaipu Binacional para o tratamento e aproveitamento dos resíduos da suinocultura e avicultura na produção de fertilizantes e biogás. Outro projeto de grande relevância para o país refere-se ao programa de monitoramento e controle de javalis em parceria com os Ministérios da Agricultura e Meio Ambiente, outras instituições federais e estaduais dos estados produtores de suínos. No caso do Mapa/Dipoa uma cooperação de grande impacto para a competitividade das cadeias produtivas está sendo elaborada com foco na modernização dos procedimentos de inspeção federal de suínos e de aves. Na transferência de tecnologia, os projetos Leitão Ideal e Frango Aurora, em parceria com a Cooperativa Aurora também são iniciativas que servem de referência para a modernização de tecnologias e melhora da renda das propriedades.
A Embrapa Suínos e Aves, enfim, tem claro seu papel na sustentabilidade econômica, social e ambiental da suinocultura e avicultura. Desenvolveu grande sinergia com o setor produtivo e com órgãos do governo. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Mapa (Dipoa e Conab) e empresas privadas como Basf, Altech, cooperativas e universidades cooperam nos cerca de 60 contratos e convênios nas diversas áreas do conhecimento.
Também deixam a gestão os três chefes adjuntos: o contador Fernando De Toni (Administração), o médico veterinário Arlei Coldebella (Pesquisa & Desenvolvimento) e o médico veterinário Luizinho Caron (Transferência de Tecnologia). Atuaram ainda durante a gestão como chefes adjuntos o zootecnista Gilberto Schmidt (Transferência de Tecnologia) e o engenheiro agrônomo Gerson Scheuermann (Pesquisa & Desenvolvimento). Talamini agradece o apoio e a contribuição de todos os supervisores, empregados da Unidade bem como da Diretoria Executiva e demais Chefes da Embrapa.
A partir do dia 4 de agosto, assumirá a chefia geral a pesquisa Janice Zanella, que terá como chefes adjuntos Armando Lopes do Amaral, Aírton Kunz (Pesquisa & Desenvolvimento) e Marcelo Miele (Transferência de Tecnologia).
Cotação semanal
Dados referentes a semana 22/11/2024
Suíno Independente kg vivo
R$ 9,53Farelo de soja à vista tonelada
R$ 71,50Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 1.975,00Preço base - Integração
Atualizado em: 07/11/2024 17:50