Porto Alegre, 29 de maio de 2018 – A Associação Comercial e Industrial de
Chapecó (ACIC) vem a público para manifestar-se em relação ao movimento de
paralisação dos transportadores e seus efeitos na sociedade e na economia do
grande oeste catarinense.
É fato notório que os frequentes e abusivos aumentos no preço final do
óleo Diesel – resultado de uma política de reajustes sincronizada com o
mercado mundial adotada pela Petrobras – está inviabilizando a atividade de
transporte rodoviário de cargas. Por essa razão, a ACIC havia subscrito nota
oficial do Centro Empresarial de Chapecó (CEC) em apoio ao movimento dos
caminhoneiros, emitida no último dia 24.
Transcorridos nove dias da deflagração da greve, a ACIC propõe uma
reflexão sobre os resultados obtidos até esse estágio e a nova conjuntura que
emergiu desse movimento. A diminuição da carga tributária, a redução do
preço final na bomba e a instituição de prazo mínimo de 30 dias para
anúncio de reajuste, além da destinação de 30% dos fretes da Conab para os
transportadores autônomos anunciadas pelo Governo Federal e pelas entidades
classistas na última semana são conquistas reais que impactarão positivamente
na atividade rodoviária.
Essas concessões, de acordo com o governo, situam-se no limite do que as
condições fiscais e orçamentárias da União Federal permitem. Apesar desses
avanços e da formalização de um gesto de acordo, ainda não ocorreu a
esperada suspensão do movimento.
A ACIC – que reconhece a legitimidade que deu origem ao movimento, assim
como a importância do setor de transporte para Santa Catarina e o País –
chama atenção para os efeitos colaterais da paralisação.
Nesse momento, toda a sociedade está prejudicada e, em especial,
importantes cadeias produtivas ligadas ao agronegócio no grande oeste
catarinense, que sofrem pesadas perdas e estão ameaçadas de entrar em colapso.
É o caso da avicultura industrial, da suinocultura industrial, da pecuária
leiteira, dos hortifrutigranjeiros, dos grãos e frutas etc.
A maior preocupação reside nas áreas de aves e suínos, setores
reconhecidos mundialmente pela alta qualidade e pelas excepcionais condições
sanitárias. A interrupção na entrega de ração coloca em risco de morte por
inanição – a partir desta terça-feira – de grande parte dos 5,5 milhões
de suínos e mais de 150 milhões de aves do plantel permanente. No segmento de
leite, a perda já é de 5 milhões de litros/dia. Milhares de produtores rurais
e centenas de pequenas e grandes indústrias de processamento de carnes estão
sendo duramente afetados.
Os prejuízos na agricultura já são imensos e irreversíveis. A
continuidade da paralisação pode agudizar ainda mais a situação, com a perda
de mercados mundiais em face do não cumprimento dos prazos de embarque e o
surgimento de patologias decorrentes de mortandade de animais.
Pelo que conseguiu até agora, o movimento dos caminhoneiros já é
vitorioso.
A ACIC faz um apelo para que os bloqueios sejam suspensos, os caminhoneiros
possam retornar aos seus lares e a vida retome a normalidade.
A ACIC lamenta que tenha faltado visão e discernimento ao Governo Federal
para avaliar, compreender e equacionar as demandas decorrentes da categoria
profissional/empresarial dos transportes. Também lamenta que as propostas de
reforma tributária, redução da máquina estatal e implementação de plano de
modernização da gestão pública não avancem.
As verdadeiras lideranças entendem que o Brasil vive um momento
particularmente grave da história e sua recente Democracia. Todas as reformas,
mudanças e transformações que desejamos poderão ser alcançadas
democraticamente, através do voto, nas eleições de 6 de outubro deste ano.
Nesse momento é preciso subordinar as questões particulares aos
superiores interesses do País, com sensatez e espírito público.
Chapecó, 29 de maio de 2018.
Cidnei Luiz Barozzi
Presidente da Diretoria Executiva
Itacyr Centenaro
Presidente do Conselho Deliberativo
Marcos Antônio Moschetta
Presidente do Conselho Consultivo
As informações partem da assessoria de imprensa da ACIC.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
Copyright 2018 – Grupo CMA
Cotação semanal
Dados referentes a semana 16/05/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,42Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.835,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.250,00Milho Saca
R$ 71,00Preço base - Integração
Atualizado em: 15/05/2025 09:30