Porto Alegre, 22 de fevereiro de 2022 – A escolha da cultivar de trigo
pode resultar em uma diferença de 35 sacos por hectare, o equivalente a R$
2.975,00 (considerando o valor de R$ 85,00 o saco). Os números foram divulgados
durante a apresentação dos resultados do Ensaio de Cultivares em Rede (ECR)
de Trigo da Safra 2021, nesta terça-feira (22/02) por videoconferência. Esta
é a décima terceira edição da pesquisa que é uma realização da Farsul em
parceria com a Fundação Pró-Sementes e conta com o patrocínio do Senar-RS e
da Bayer.
A apresentação foi conduzida pela coordenadora de Pesquisa e
Desenvolvimento da Fundação Pró-Sementes, Kassiana Kehl, responsável pelo
trabalho. A pesquisa foi realizada em uma rede experimental dividida em duas
regiões totalizando sete municípios. A Região 1 formado por São Gabriel,
cruz Alta, Passo Fundo e Vacaria, e a Região 2 com Cachoeira do Sul, São Luiz
Gonzaga e Santo Augusto. “Buscamos uma forma heterogênea no Rio Grande do Sul
que tenha uma representatividade com a cultura do trigo. Temos uma diversidade
grande em relação a clima, tipo de solo e altitude. Também observamos a
questão da semeadura, dentro do que é indicado pelo zoneamento agrícola, para
não prejudicar os produtores”, informou Kassiana.
No total, foram avaliadas trinta cultivares de cinco obtentoras. A pesquisa
foi dividida em ciclo precoce, médio/tardio. A coordenadora chama a atenção
para alguns eventos ocorridos durante o experimento como em São Gabriel que
teve infestação de azevém e São Luiz Gonzaga que registrou forte estiagem no
mês de julho.
Na Região 1, o destaque ficou com a cultivar ORS 1403 que atingiu
produtividade de 162,1 scs/ha (ciclo médio/tardio), em Vacaria. Kassiana
comentou que este foi o maior resultado obtido desde que ela está à frente da
pesquisa. Porém, ela chama a atenção para um fato. “Existem locais que
pertencem a mesma região, mas trazem resultados bem diferentes”, comentou. É
o caso da cultivar campeã que em São Gabriel ficou em 79 scs/ha.
Já na Região 2, a maior produtividade registrada foi TBIO Ponteiro, com
127 scs/ha, em Cachoeira do Sul, também no ciclo médio/tardio. A coordenadora
destacou a qualidade tecnológica nos resultados. “Nosso objetivo, como
instituição de pesquisa, é, além de auxiliar o produtor, também analisar a
qualidade para indústria moageira”, explicou Kassiana
A pesquisadora ressaltou a importância do aumento de produtividade. “O
grande desafio que temos nas mãos é aumentar a média estadual. Sabemos que o
custo de produção aumentou bastante. É um custo bastante alto e nós
precisamos agir para que o produtor tenha uma maior lucratividade”, avaliou ao
se referir a um levantamento da Fecoagro/RS que indica um custo equivalente a
50,5 scs/ha, enquanto a produtividade média no Rio Grande do Sul ficou em 49,97
scs/ha.
Kassiana fez questão de reforçar o objetivo da pesquisa. “Temos
objetivo, com o ECR, de aumentar a lucratividade através da escolha da
cultivar. Não pretendemos mostrar quem produz mais. O que muitas vezes o
produtor não percebe é a diferença de produtividade de uma cultivar para
outra conforme a região. Esse é um número que choca quem vê por esse
ângulo. O trigo é uma cultura muito técnica. Para ser triticultor tem que
apostar mesmo na cultura e investir”, descreveu.
O presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, abriu o evento. Ele falou
do atual momento da agricultura. “Estamos num ano extremamente difícil na
agricultura dos quatro estados do sul. Não sei se não é o pior momento da
nossa existência, saímos do céu ao inferno em um ano. Na safra passada
recorde de colheita, preços maravilhosos e nesta um desastre que está
acontecendo, tanto que está influenciando o preço da soja no mundo”,
comentou. Porém, Gedeão lembrou que as previsões climáticas indicam o
prolongamento do La Niña até o final do ano. “Mas, sabemos que o trigo gosta
de tempo seco. De repente, teremos uma grande perspectiva de uma boa safra de
inverno desse cereal tão nobre”, considerou.
O superintendente do Senar-RS, Eduardo Condorelli, destacou a importância
técnica da pesquisa. “Existe muito na gestão das lavouras que não se refere
a questão econômica, mas muito mais técnicas e manejos. Este trabalho se
dirige a isso. O que este trabalho se dispõe a fazer é mostrar o comportamento
das trinta cultivares disponíveis no mercado conforme os variados tipos de
solo, clima e altitude no estado. Ele é muito importante para que o produtor
escolha o melhor automóvel conforme a estrada que vai dirigir”, comparou.
“Consultamos a publicação umas três vezes no máximo, mas justamente nos
momentos mais importantes”, completou.
O gerente Regional de Soja da Bayer, Marcos Puhlmann, salientou a
necessidade cada vez maior de planejamento do negócio. “Este verão está
fazendo a gente pensar em sistema de produção. O agricultor, em média,
precisa tomar de setenta a cem decisões, quase sempre sozinho. Ele precisa cada
vez mais estar junto ao seu técnico a sua fonte de informação para a tomada
de decisão. Quanto mais gente próximo para ajudá-lo nessa decisão melhor
é”, disse.
As informações são da assessoria de imprensa da Farsul.
Revisão: Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência
SAFRAS
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Dados referentes a semana 15/08/2025
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Atualizado em: 14/08/2025 10:30