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‘-TRIGO: ISENÇÃO DA TEC NÃO DEVE MUDAR CRESCENTE CONSUMO INTERNO DO GRÃO

21 de maio de 2014
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SAFRAS (21) – Deve ser anunciada essa semana uma nova isenção da TEC –
Tarifa Externa Comum sob trigo importado de fora do Mercosul como forma de
estimular a entrada maior do grão no País. Essa medida, porém, não deve
causar mudanças na participação do trigo nacional no consumo interno, que tem
sido crescente nos últimos anos e deve ultrapassar os 50% na próxima safra.
Esta é a análise da consultoria de gerenciamento de riscos em commodities INTL
FCStone, em análise divulgada hoje sobre o mercado de trigo.
“As dificuldades de importação da Argentina, principal fornecedor de
trigo do Brasil e a paridade de preços entre o grão do Brasil e do mercado
internacional têm incentivado o consumo do trigo produzido internamente. Os
preços domésticos aumentaram consideravelmente nos últimos anos,
especialmente no Paraná e no Rio Grande do Sul. Quando comparamos o ano de
2014, vemos que o salto é ainda maior. Isso faz com que a produção nacional
seja incentivada e também reduz as possibilidades de exportação, já que o
país perde competitividade internacional. Segundo a Conab, o Brasil poderá
produzir mais de 6,9 milhões de toneladas de trigo em 2014/15, o que significa
um aumento de 25% em relação ao ano anterior”, explica a analista de mercado
da INTL FCStone, Natalia Orlovicin.
Segundo a análise da consultoria, mesmo que alguns fatores entrem em jogo,
como possíveis novas liberações de exportações pela Argentina e uma nova
isenção da TEC sobre importações de trigo de fora do Mercosul pelo governo
brasileiro, não devem impactar o atual cenário.
“O primeiro fato, caso se concretize, não deve, porém, causar grande
mudança no panorama interno, uma vez que a Argentina não deve dispor de grande
excedente exportável a ponto de suprir a maior parte da demanda brasileira e,
além disso, os prêmios de exportação no país se encontram muito altos,
fazendo com que o produto chegue ao Brasil bastante caro. Caso a isenção da
TEC se concretize, também não deve haver grandes alterações no cenário
interno, pois, como vimos em 2013, o trigo americano também chega ao Brasil a
preços altos, tornando o produto nacional muito mais competitivo no mercado
interno”, complementa o analista de mercado da INTL FCStone, João Paulo
Botelho.

Análise histórica
A análise divulgada hoje pela INTL FCStone mostra que o balanço de oferta
e demanda de trigo dos últimos anos no Brasil tem mostrado uma tendência de
aumento da participação do cereal nacional no consumo interno. Esse movimento
tem sido mais intenso do que o ritmo de crescimento da produção brasileira.
Isso ocorre devido a fatores ligados ao mercado externo, como as restrições de
exportação na Argentina e os preços internacionais do produto.
Além disso, há perspectivas de que esse movimento se intensifique no
próximo ciclo. Isso significa que as exportações devem continuar em níveis
baixos e que o volume importado pelo país será mantido, mesmo com aumento da
demanda interna.
Historicamente, observa-se uma insuficiência do abastecimento interno com
o trigo produzido nacionalmente, uma vez que a produção não consegue atender
à demanda. No passado, essa lacuna era agravada pela crise de que todo o trigo
gaúcho não possuía qualidade para moagem e panificação, o que levava à
exportação de uma parte considerável da produção. Entretanto, nos últimos
anos (excetuando-se a safra 2012/13, quando houve quebra de safra), há uma
clara tendência de aumento do consumo do trigo interno em relação ao
importado. O principal fator por trás desse movimento é a instabilidade
política na Argentina, historicamente o maior fornecedor do grão do Brasil.
As restrições cada vez mais rígidas e imprevisíveis que o governo
argentino impõe sobre as exportações de trigo desde 2007, com cotas e
fixação de preços, forçaram o Brasil a procurar novos parceiros comerciais,
como Canadá e Estados Unidos, e a consumir mais o trigo produzido internamente.
Com isso, a configuração do balanço de oferta e demanda no Brasil tem
sofrido transformações notáveis. A primeira delas é a queda de mais de 30%
ao ano nos últimos cinco anos nas exportações combinada a um aumento de 16%
na utilização doméstica do trigo nacional. Isso tem levado a um crescimento
do share do trigo brasileiro no atendimento à demanda doméstica, que deve
ultrapassar os 50% na safra 2014/15.
No ano passado a situação internacional se agravou, quando ocorreu uma
quebra de safra na Argentina. O governo do país praticamente proibiu as
exportações de trigo, temendo pela disparada da inflação e pela falta de
grão internamente. Por isso, o Brasil passou a procurar mais ativamente por
alternativas na obtenção do trigo, recorrendo à produção nacional e também
a outros países produtores. Assim, a Argentina deixou de ser a principal
fornecedora de trigo do Brasil, posto que os EUA agora ocupam, e o consumo do
trigo produzido internamente aumentou significativamente.
Esse movimento foi acompanhado por um aumento dos preços internos, uma vez
que a restrição da oferta argentina pressionou o mercado interno. Além
disso, o trigo importado dos EUA chegava mais caro aos portos brasileiros do que
o argentino (mesmo depois da isenção da TEC – Tarifa Externa Comum sob
trigo importado de fora do Mercosul).
Conclui a análise da consultoria que a participação do trigo nacional no
consumo interno tem sido crescente nos últimos anos e deve ultrapassar os 50%
na próxima safra. As dificuldades de importação da Argentina (principal
fornecedor de trigo do Brasil) e a paridade de preços entre o grão do Brasil e
do mercado internacional têm incentivado o consumo do trigo produzido
internamente.
Confirmando a tendência observada nos últimos anos, a Conab estima que em
2014/15 a produção nacional seja ainda mais absorvida pelo mercado interno.
Mesmo com um aumento da demanda, as importações de trigo podem se estabilizar,
uma vez que uma parte maior da produção doméstica deverá ser utilizada
pelos moinhos brasileiros. Já as exportações devem continuar em patamar
baixo, de aproximadamente 500 mil toneladas apenas.

Sobre a INTL FCStone

A INTL FCStone Inc. e suas subsidiárias oferecem serviços de execução e
consultoria em commodities, moedas e securities internacionais. Com raízes no
setor de commodities que remontam a 1924, a INTL FCStone é especializada em
auxiliar toda a cadeia do mundo das commodities – produtores, processadores e
consumidores – a gerir seu negócio e a crescer no ambiente volátil das
commodities agrícolas.
No Brasil, a INTL FCStone está sediada em Campinas (SP) e conta com
escritórios em São Paulo (SP), Porto Alegre (RS), Maringá (PR), Cuiabá (MT),
Goiânia (GO) e Recife (PE). Com informações da assessoria de imprensa da
INTL FCStone.
(AB)

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