Porto Alegre, 12 de fevereiro de 2016 – O Ministério da Agricultura deve
enviar técnicos e pesquisadores ao Rio Grande do Sul para viabilizar e
apresentar um estudo de mercado, tanto interno quanto externo, para sustentar ao
agricultor quais os melhores caminhos para o trigo não destinado para a
panificação.
A reivindicação foi feita pela Federação das Cooperativas
Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS) durante reunião realizada na
tarde desta quinta-feira, em Brasília (DF), com o secretário de Política
Agrícola do Ministério da Agricultura, André Nassar.
O diretor executivo da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio
Grande do Sul (FecoAgro/RS), Sérgio Feltraco, que representou a entidade na
reunião, levou o resultado das discussões realizadas na Assembleia Geral da
federação, realizada dia 28 de janeiro, e no encontro com os gerentes
técnicos e comerciais das cooperativas no dia 4 de fevereiro. “Em
contrapartida nós levaríamos os principais agentes de cooperativas na área
comercial e também a presença das tradings que estão importando estes
produtos”, observa.
O dirigente lembra que a liquidez das últimas safras se deu pela presença
do fator de negociação para a exportação do cereal. Feltraco avalia que os
custos de produção do trigo não serão alcançados pelo valor do preço
mínimo, que no último período foi de R$ 34,98 a saca de 60 quilos para a
variedade tipo pão, mesmo que este seja reajustado em 10%, cuja a proposta foi
apresentada na reunião. “Com isso, o viés que se observa nos últimos anos
com a ferramenta da exportação nos acende o questionamento de que precisamos
entrar firmes nestes mercados para sermos um player atuante e não eventual”,
ressalta.
A direção da FecoAgro/RS vem defendendo que é preciso garantir
competitividade para o cereal e isso passa por rever o pacote tecnológico de
produção que neste momento está montado para atender a demanda do
abastecimento interno, fundamentalmente para a panificação. “Os levantamentos
que fizemos indicam que estamos disputando um mercado para 20 milhões de
toneladas para este tipo de produto no mundo. Queremos sustentar esta
discussão, e para isso precisamos de mecanismos como financiamentos adequados e
acesso à tecnologia e pesquisa para atender este tipo de demanda”, reforça
Feltraco.
O diretor da FecoAgro/RS adverte que para a implantação deste modelo não
é necessário que os produtores e cooperativas que já trabalham com a
integração da panificação necessariamente precisam mudar de estratégia e
que cada região deve avaliar qual a principal aptidão na cultura. “A ideia é
enfrentar com menor risco as adversidades climáticas formatando um modelo de
produção que caiba na possibilidade de fazer uma exportação de forma
permanente. Isso não significa que é preciso abrir mão da produção do trigo
para a panificação, na qual já existem cooperativas inseridas no processo de
moagem e que tem programas e estímulo à este tipo de produto. O que
precisamos entender é que é importante ter os dois tipos de modelos para
ofertar tanto para a moagem quanto para a exportação”, afirma.
O objetivo da FecoAgro/RS também é alinhar estratégias com os
paranaenses, lembrando sempre que a precificação do produto é diferente
devido à logística e à carga tributária mesmo se o produto for de qualidade
similar. Conforme Feltraco, em 2015 de 1,5 milhão de toneladas exportadas do
cereal, 1,35 milhão passaram pelo Porto de Rio Grande nos terminais da CCGL. O
último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento informou que a
produção foi de 1,46 milhão de toneladas, 3,4% menos que o ano de 2014, que
teve uma colheita de 1,51 milhão de toneladas de trigo. Nos dois últimos anos,
os produtores sofreram com problemas climáticos que trouxeram quebra de safra
para a cultura.
Sobre o seguro rural, André Nassar anunciou que nos próximos dias a
ministra Kátia Abreu deve apresentar o volume de recursos destinados à
subvenção e também o percentual destinado para as apólices individuais. O
diretor da FecoAgro lembra que muitos agricultores que tiveram frustração de
safra não terão como alcançar o Proagro neste ano e que o seguro será
fundamental para as culturas de inverno. Com informações da assessoria de
imprensa da FecoAgro/RS.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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