Agroindústrias e Cooperativas

Variação cambial impacta preços e custos nas indústrias de SC

30 de setembro de 2015
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A depreciação da moeda brasileira frente ao dólar está impactando no comportamento dos preços e dos custos na vasta cadeia produtiva da suinocultura industrial catarinense: de um lado, torna mais competitivo o produto cárneo no mercado internacional, mas, por outro, encarece os custos de produção porque muitos insumos são importados ou cotados em dólar.

Para compensar essa expansão dos custos, a Cooperativa Central Aurora Alimentos, terceiro grupo nacional do setor e uma das maiores processadoras de suínos do Brasil, vem reajustando os preços praticados junto aos criadores na aquisição de suíno em pé para abate e industrialização.

Nas últimas quatro semanas, a Aurora concedeu quatro reajustes que representam 11% de aumento: o preço básico pago aos criadores passou de R$ 2,90 a R$ 3,20 o quilograma de suíno em pé, valor ao qual se acrescenta o índice de qualidade da carcaça pelo critério da tipificação, elevando o preço a até R$ 3,52.

Em razão de ser a maior processadora de suínos, a Aurora influencia e baliza o mercado catarinense e sulbrasileiro. Desde o ano passado, o mercado de suínos se mantém equilibrado, sem aumento de oferta nem em peso total, nem em número de cabeças. Também não há excesso de suínos no mercado “spot” e as indústrias frigoríficas em geral não estão estocadas.

O último reajuste está em vigor desde o dia 23 e dá fôlego aos criadores para cobrir o aumento nos custos de produção. O presidente da Aurora e vice-presidente de agronegócio da FIESC, Mário Lanznaster, lembra
que, se de um lado, a alta do dólar facilita as exportações brasileiras de carne, de outro aumenta os custos para o suinocultor e para as indústrias, pois os ingredientes da nutrição animal como farelo de soja e milho, bem como insumos industriais (embalagens, equipamento, material genético, tripas, condimentos, aminoácidos etc) são cotados em dólar.

Novos reajustes aos suinocultores estão tradicionalmente previstos para o último trimestre do ano, mas, para isso ocorrer, as vendas externas e internas precisam crescer, antecipa o presidente da Aurora. “Temos que ter ciência que o mercado está ajustado; não podemos produzir em excesso. Essa situação de equilíbrio deve-se ao alojamento de matrizes de acordo com a demanda industrial planejada, o que evita episódios de excesso de oferta de suínos em pé, geralmente seguidos de crise de preços e posterior escassez dessa matéria-prima”, expõe o dirigente.

Custos em alta
Lanznaster diz que é ilusório pensar que a apreciação exagerada do dólar representa automaticamente elevação dos ganhos das agroindústrias exportacionistas. Lembra que os custos dispararam e, neste ano, o preço do milho teve 26% de aumento e, o do farelo de soja, 40%. A saca de milho estava em 26 reais no mês de janeiro e, agora, situa-se em 33 reais com viés de alta. A tonelada de farelo de soja está sendo comercializada a 1.500 reais (1.100 em janeiro).

Santa Catarina importa mais de 3 milhões de toneladas de milho por ano e sofre um agravante para essa escassez: a área cultivada vem se reduzindo em face da migração para a soja. Com isso, é preciso buscar o cereal no Brasil central e no Paraguai. Essa operação exige mais de 60 mil viagens de carretas entre o oeste catarinense, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul para transferir essa imensa quantidade de milho que alimenta a indústria de processamento de carnes.

O presidente da Aurora aponta que “o milho existe no Brasil e está nas regiões produtoras, mas todos querem exportar para aproveitar os excelentes preços internacionais”. Por isso, o preço interno está alto, balizado pelo “preço do Porto”. Milho e soja mais caros tornam a nutrição animal mais onerosa. Aliás, todos os grãos sofrerão aumento, inclusive o trigo, o que impactará diretamente no preço do pão.

Cotação semanal

Dados referentes a semana 22/11/2024

Suíno Independente kg vivo

R$ 9,53

Farelo de soja à vista tonelada

R$ 71,50

Casquinha de soja à vista tonelada

R$ 1.200,00

Milho Saca

R$ 1.975,00
Ver anteriores

Preço base - Integração

Atualizado em: 07/11/2024 17:50

AURORA* - base suíno gordo

R$ 6,35

AURORA* - base suíno leitão

R$ 6,45

Cooperativa Majestade*

R$ 6,35

Dália Alimentos* - base suíno gordo

R$ 6,35

Dália Alimentos* - base leitão

R$ 6,45

Alibem - base creche e term.

R$ 5,55

Alibem - base suíno leitão

R$ 6,30

BRF

R$ 7,05

Estrela Alimentos - creche e term.

R$ 6,10

Estrela Alimentos - base leitão

R$ 6,10

Pamplona* base term.

R$ 6,35

Pamplona* base suíno leitão

R$ 6,45
* mais bonificação de carcaça Ver anteriores

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