Apesar de ainda não haver um posicionamento oficial sobre a possível volta da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), aventada pelo novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o deputado e presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), Marcos Montes (PSD-MG), afirma que a notícia não foi bem recebida pelo bloco de congressistas. “Queremos ajudar (o novo governo), mas isso não estava no pacote, pelo contrário”, diz.
A chamada bancada ruralista foi uma das principais bases de apoio no congresso para a abertura do processo de impeachment da presidente deposta Dilma Rousseff. Os deputados do grupo sempre rechaçaram a volta do tributo. Agora, dizem que ainda não fizeram uma disucussão oficial sobre o tema. “A reação é contrária, é posição quase unanime que nós temos o compromisso de ajudar o governo, mas não estava embutido nisso a questão da CPMF. Quando falou-se disso, a reação foi negativa. Queremos ajudar, mas não com um recurso mal visto no país todo”, diz Marcos Montes.
A volta do tributo foi cogitada pela primeira vez no ano passado, durante o governo Dilma. Em setembro, em um almoço com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Montes foi opositor ferrenho da proposta. Depois da reunião, ele disse que a FPA expôs um sentimento de repulsa a novos impostos e à volta da CPMF. “Não suportamos mais essa carga tributária tão alta”, disse Montes, que chamou o aumento de tributos de “coisa desmedida que não tem o apoio da Frente”.
Posicionamento mais brando
Agora na base aliada do governo interino de Michel Temer, abancada ruralista deve se manter contrária ao imposto. Desta vez, porém, a oposição será mais branda. “Como ainda está na especulação, não nos posicionamos. Quando decidirem, vamos discutir institucionalmente. Não vamos nos desgastar antes. Quando chegar na pauta daremos um posicionamento. Se tornar oficial, vamos nos posicionar”, diz Montes. “O sentimento hoje é de que, se acontecer, o procedimento é ser contra. Muitos deputados são contrários”, argumenta.
Famato
A Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) também se posiciona contra a volta do imposto. O presidente da entidade, Rui Prado, diz que a federação manterá a mesma postura contrária à proposta do governo afastado. “Principalmente em Mato Grosso, o setor não suporta o tributo. A nossa logística é muito precária”, diz.
Prado diz que o atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi, também é contrário ao tributo. “O ministro Blairo já fez várias declarações contra esse tipo de taxação”. Clique aqui para ver o posicionamento anterior da Famato, que será mantido.
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Atualizado em: 22/11/2024 17:50