A importância de manter equilíbrio entre qualidade do ar e temperatura dentro das instalações

As épocas de grande amplitude térmica, especialmente o outono e o inverno, são desafiadoras para a suinocultura. Tanto nas instalações com automação da climatização como nas convencionais, a busca por encontrar a regulagem adequada dos equipamentos pode bastante ser desafiadora.

Dentro das instalações, a umidade relativa do ar, a concentração de gases da respiração (como gás carbônico, monóxido de carbono) e da fermentação de fezes (como a amônia) e a temperatura precisam estar em equilíbrio para manter a saúde respiratória dos suínos.

Os suínos atuais passaram por um grande processo de melhoramento genético nas últimas décadas, o que facilmente pode ser constatado a campo com ganho de peso diário superior 450 g na creche e a 1 kg na terminação e uma melhora muito expressiva na eficiência alimentar. Junto com isso, o jogo diário de resistência/sensibilidade desses animais também foi sendo alterado.

Antigamente os suínos tinham muita sensibilidade ao frio e aprendemos na prática a manter as cortinas fechadas para manter a temperatura próxima da zona de conforto térmico. Como consequência, aumentava a umidade do ar e a concentração de gases também. Esse ambiente gera um aumento da pressão de infecção com multiplicação de vírus e bactérias, além de danos às defesas do trato respiratório, facilitando a instalação de doenças respiratórias, mortalidade, refugagem e condenações ao abate.

Hoje, a temperatura continua sendo importante, porém o foco precisa ser diminuir a variação dentro da instalação e associar com um bom controle da concentração de gases e da umidade.

Nas granjas, falamos em deixar o ar “mais leve” para os suínos, com umidade de até 70%, níveis de gás carbônico de abaixo de 1200 ppm e temperatura o mais adequada possível, respeitando o conjunto dos três indicadores.

Quando esse equilíbrio não é respeitado, os leitões ficam sonolentos, diminuem a ingestão de ração, o sistema imune diminui sua eficiência e nossos resultados zootécnicos e de sanidade pioram.

Como existe muita variação na qualidade das instalações, incidência de vento, variação de temperatura entre a noite e o dia e umidade entre as granjas, cada instalação precisa encontrar seu equilíbrio. A capacidade de observação das pessoas envolvidas no processo faz muita diferença para o resultado nesta época.

Por Djane Dallanora Médica veterinária | Atualtech Consultoria e Instrutoria