O presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul – ACSURS, Valdecir Luis Folador, junto da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), participou de nova reunião no Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), realizada ontem (16), com o objetivo de tratar sobre o aumento da oferta de milho balcão para os suinocultores. O encontro contou com a participação do deputado federal Jerônimo Goergen, da Frente Parlamentar da Suinocultura. A categoria cobrou do secretário de Política Agrícola do Mapa, André Nassar, mais agiliade na adoção da medida, que pode amenizar a atual crise na produção suinícola do país.
O secretário reafirmou o comprometimento do Mapa em buscar uma solução para o problema aumentando o volume de milho disponível por produtor, passando de 6 mil quilos para até 27 mil quilos ao mês, por um período de pelo menos três meses. Reiterou, no entanto, a necessidade de uma reunião interministerial, por meio do Conselho Interministerial de Estoques Públicos de Alimentos (Ciep), em que os ministérios da Agricultura, Defesa Agrária, Casa Civil e Fazenda, decidirão conjuntamente sobre o aumento da oferta de milho balcão.
Nassar também informou que o Mapa pretende reunir no próximo mês as maiores trandings do país para entender qual a perspectiva de exportação, bem como informá-las da necessidade de reservar um volume do grão para o abastecimento do mercado interno.
Para o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, o resultado da reunião foi positivo. “O Mapa tem se mostrado aberto a dialogar com o setor e mais uma vez se comprometeu em adotar medidas que nos auxiliem. Na última reunião que tratamos do assunto, em janeiro, o secretário se comprometeu com a suinocultura e, por meio desse pleito, confirma estar ao lado dos produtores neste momento tão delicado. Entendemos o processo burocrático para que o aumento do volume de milho balcão seja autorizado, mas esperamos que essa medida venha o quanto antes a fim de que o setor possa superar esse momento o mais breve possível”, afirmou.
A última pesquisa feita pela ACSURS antes do fecho desta edição (datada em 15/2) apontou um acréscimo de 41,54% no preço do milho em relação à média anual de 2015 e a queda de 10,79% no preço do suíno, o que trouxe prejuízos para os suinocultores, que têm no milho a base para a alimentação dos animais.
Conselheiro de Mercado da ABCS, Folador alerta que a crise atinge principalmente os pequenos e médios produtores independentes e integrados que produzem a própria ração. No caso dos integrados no sistema vertical, eles são abastecidos pela integradora. “Para os pequenos e médios produtores a situação torna-se ainda mais grave, porque eles fabricam a própria ração. Portanto, a adoção de uma medida mais emergencial é fundamental para a viabilidades dos suinocultores que não tem fôlego para suportar a crise por muito tempo”, salienta.
No mesmo dia da reunião, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realizou o segundo leilão de milho dos estoques públicos. Ao todo, foram ofertadas 150 mil toneladas do cereal, ficando entre R$ 23,40 e R$ 31,20 a saca de 60 quilos. ‘‘Este milho, no entanto, fica inviável ao suinocultor gaúcho em função dele estar no centro-oeste do País, fazendo com que o frete dobre o valor do produto’’, comenta Folador.
Cotação semanal
Dados referentes a semana 22/11/2024
Suíno Independente kg vivo
R$ 9,53Farelo de soja à vista tonelada
R$ 71,50Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 1.975,00Preço base - Integração
Atualizado em: 22/11/2024 17:50