Porto Alegre, 12 de fevereiro de 2016 – A produtora de açúcar e etanol
Biosev SA, segunda maior processadora global de cana, acredita que os preços
do adoçante seguirão atrativos por um longo período, já que as perspectivas
para investimentos em aumento de capacidade são sombrias.
A Biosev, empresa controlada pela trading de commodities francesa Louis
Dreyfus, divulgou na noite de quinta-feira seu primeiro lucro trimestral em mais
de três anos, devido a fortes aumentos nas receitas com vendas de açúcar e
etanol.
“O Brasil, sendo o país mais competitivo, seria o primeiro a poder
expandir a produção. Boa parte dos atores estão com custos acima do mercado,
estão sem incentivo para crescer”, disse à Reuters nesta sexta-feira Rui
Chamas, presidente-executivo da Biosev.
“Em princípio seria o Brasil que elevaria a produção, mas como isso
deve demorar um tempo para acontecer, pode fazer com que o ciclo de baixa de
produção seja maior e faça com que o ciclo de alta nos preços seja
potencialmente mais longo”, afirmou.
Chammas disse que boa parte da indústria sucroalcooleira no Brasil ainda
tem nível de endividamento alto e está fresco na memória de todos o ciclo
recente de baixa nos preços, que elevou fortemente o endividamento.
“Então vai se esperar uma consolidação dos preços no mercado antes
que se volte a falar em investimento importante em crescimento de produção, o
que é positivo para o setor.”
A Biosev registrou lucro líquido 162,80 milhões de reais no terceiro
trimestre do ano safra 2015/16, terminado em dezembro. A receita líquida da
empresa considerando os nove primeiros meses da safra cresceu 60 por cento na
comparação com período similar anterior, para 5 bilhões de reais.
Os preços do açúcar se recuperaram no ano passado após um longo
período de baixa, quando grandes superávits anuais de produção deprimiam os
valores da commodity. O setor também busca se recuperar do longo período de
preços artificialmente baixos da gasolina, só encerrados em 2015.
O banco Itaú BBA estima em aproximadamente 100 bilhões de reais a
dívida do setor sucroalcooleiro. A Biosev diz que seu custo atual de produção
de açúcar é de 9,5 centavos de dólar por libra-peso, comparado ao valor do
açúcar nesta sexta-feira em Nova York de cerca de 13,15 centavos por libra.
O custo médio de produção no Brasil, segundo a consultoria Kingsman,
está pouco acima de 12 centavos, enquanto outros países produtores possuem
custos superiores a 14 centavos.
O Brasil deverá colher uma safra recorde de cana em 2016/17, devido a
chuvas benéficas. A perspectiva de grande produção afetou os preços do
açúcar neste início de ano, já que chegaram a estar acima dos 15 centavos no
final do ano passado.
Mas Chammas não acredita que haverá uma grande mudança em favor do
açúcar na próxima safra, como muitos acreditam. “Muita gente diz que o
açúcar está pagando um prêmio sobre o etanol e por isso a safra será mais
açucareira. Esse consenso foi construído algumas semanas atrás, desde então
o açúcar caiu um pouco”, afirmou
“Não estou seguro que a safra será mais açucareira como alguns
acreditam. Nos primeiros meses da safra acredito até que etanol estará com
melhores preços que o açúcar”, disse o executivo.
Segundo ele, algumas usinas mais endividadas continuarão dando
preferência para o etanol visando gerar caixa rapidamente para custear as
operações, já que o biocombustível é mais líquido no mercado.
Questionado sobre se a Biosev teria interesse em adquirir as usinas da
Abengoa, que estão à venda, Chammas disse que o foco segue na disciplina
operacional e na maximização do uso dos ativos do grupo, mas que a empresa
“continuará observando as oportunidades no mercado”.”Eu prefiro não
especular, não estamos ativamente buscando usinas”. As informações partem da
Reuters.
Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras
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