Porto Alegre, 30 de setembro de 2019 – Reconhecido nacionalmente como
celeiro produtivo, o oeste da Bahia vai ganhar o primeiro polo de irrigação do
Nordeste. A exemplo do Rio Grande do Sul e Goiás, a implantação, na Bahia,
faz parte da política nacional de irrigação, traçada pelo governo federal. O
tema foi amplamente discutido em evento promovido pelo Ministério do
Desenvolvimento Regional (MDR), em Barreiras. A Associação de Agricultores e
Irrigantes da Bahia (Aiba) sediou o debate, que reuniu, durante dois dias,
produtores rurais, representantes da sociedade civil e equipes técnicas de
órgãos ambientais das esferas municipal, estadual e federal.
De acordo com o coordenador de projetos de polos de irrigação do MDR,
Antônio Leite, a escolha do oeste baiano para implantação do polo se deve ao
potencial agrícola da região, que é destaque nacional na produção de grãos
e fibra. “Buscamos regiões onde já existe a atividade irrigada consolidada.
O intuito não é implantar a tecnologia, mas melhorá-la e até expandi-la”,
pontuou.
Com agricultura majoritariamente sequeira, o oeste da Bahia tem apenas 8%
de sua área plantada irrigada, o equivalente a 192 mil hectares. Estudos
preliminares apontam potencial para ampliar, com segurança, esse percentual.
“Nenhum outro empreendimento é tão rentável economicamente, socialmente e
ambientalmente quanto a irrigação. Sem falar no desenvolvimento sustentável
da região. A agricultura irrigada no oeste da Bahia é bem equipada
tecnicamente, fazendo o uso eficiente da água”, avaliou o professor da UFV,
especialista em irrigação, Everardo Montovani, que coordena os Estudos do
Potencial Hídrico do Oeste da Bahia.
Para a diretora de Meio Ambiente e Irrigação da Aiba, Alessandra Chaves,
essa é uma importante discussão, uma vez que não se trata apenas em ampliar a
área irrigada, mas de favorecer a eficiência do uso da água, garantindo
segurança hídrica aos usuários do recurso natural. “O objetivo maior é
fortalecer a atividade agrícola, com vistas na sustentabilidade. O polo como
ele é pensado e estruturado vai desenvolver tanto a agricultura irrigada quanto
a de sequeiro; tanto o pequeno produtor, quanto o de médio e grande porte;
beneficiando o Cerrado e o Vale, de modo que contemple não só a produção de
grãos e fibra, como fruticulturas e hortaliças, porque não se pensou apenas
nas áreas consolidadas, mas em todo o seu potencial de ampliação, fomentando
o custeio agrícola e fortalecendo a economia da região”, destacou.
A chegada do polo de irrigação do oeste contemplará 17 municípios da
região e trará benefícios diretos e indiretos à população, a exemplo da
melhoria de estradas e pontes, energia e internet. O primeiro encontro para
discussão da implantação do mesmo resultou na criação de um grupo gestor,
formado por representantes de órgãos ambientais e de entidades de classe, que
indicaram as prioridades da região. Baseada em quatro eixos (infraestrutura,
legislação, assistência técnica e pesquisa), a carteira de projetos será
construída em conjunto com o MDR, que ficará responsável por buscar parceiros
e recursos para as obras. “Há, ainda, a parte que não envolve obras, mas
que beneficiam a região, a exemplo da regulamentação de leis. O Ministério
vai empenhar todo apoio às demandas”, sinalizou o representante do MDR.
O presidente da Aiba, Celestino Zanella, destacou ainda a pluralidade de
entidades públicas e privadas que participaram da discussão. “Convém
ressaltar a importância de receber em nossa região uma equipe técnica do
Ministério, que teve a sensibilidade de ver a potencialidade do oeste da Bahia
e trazer para cá um debate tão importante, envolvendo todos os
interessados”, disse ao citar a participação do Inema, Codevasf, Sudene,
Faeb, Sindicatos dos Produtores Rurais, Bahiater, Seagri, DNR, prefeituras,
assessorias e consultorias da região. Com informações da assessoria de
imprensa da Aiba.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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