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‘-AGRICULTURA: PERIODO JANEIRO A MARÇO FOI O 2o MAIS SECO EM SP DESDE 1890

28 de maio de 2014
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SAFRAS (28) O Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, divulga resultados
do monitoramento das condições de seca no Estado de São Paulo, relata seus
efeitos em diversos ramos e faz um prognóstico até setembro de 2014. Da
análise, conclui-se que o período hidrológico de outubro de 2013 a março de
2014 foi extremamente seco no Estado, condição que refletiu em todos os
setores, incluindo a agricultura e os usos humano e industrial. “A seca está
elevada e a probabilidade de ocorrência desses valores anômalos é de duas
vezes em 100 anos ou de apenas uma vez”, afirma Orivaldo Brunini, pesquisador
do IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo.
Com a chegada da frente fria e as chuvas ocorridas na semana passada (22 de
maio), segundo Brunini, pode ter havido alteração momentânea da situação
de seca agrícola, mas os aspectos meteorológicos e hidrológicos ainda são
sérios. “Na última semana, o Estado sofreu a influência de forte fria, que
ocasionou chuvas em diversas regiões, o que pode ter alterado momentaneamente a
situação de seca agrícola”. O pesquisador afirma que, nestes últimos dias,
em algumas regiões paulistas choveu bastante e em outras o volume foi baixo.
Nesse cenário, serão iniciadas semanalmente as análises de seca. “Sob a
consideração agrícola, ainda estamos para iniciar a estação seca no Estado
e essas situações serão avaliadas nos próximos 15 dias, para diversas
culturas”, afirma.
Os resultados de análises da seca feitas pelo Instituto Agronômico
apontam que a situação meteorológica do Estado é preocupante e o
planejamento do uso dos recursos hídricos deveria ser iniciado.
Para Campinas, considerando-se a série climatológica, do ano de 1890 a
2014, o período de janeiro a março foi o segundo mais seco. “Esta mesma
tendência é observada quando se analisa o ano hidrológico, considerando o
período de outubro a março, em 2013/2014 foi o mais seco em 123 anos de
estudos”, diz Brunini, responsável pelo trabalho.
O período hidrológico 2013/2014 foi de baixa precipitação em todo o
Estado, acentuando-se de janeiro a abril. “As condições de déficit hídrico
se acentuaram na segunda semana de maio.”
De acordo com o estudo, no momento atual a segurança hídrica do Estado
está ameaçada pelo comprometimento das reservas hídricas nos reservatórios e
pela falta de chuva, que podem trazer sérios problemas, como racionamento de
água e energia. “Como não temos mecanismos de evitar o fenômeno seca,
devemos adotar técnicas e ações que possam mitigar, ao longo do tempo, os
efeitos danosos desta situação”, recomenda.
A análise foi baseada no banco de dados do Instituto Agronômico, o mais
completo do Brasil, com registros desde 1890. Para os estudos, foram
considerados os efeitos agronômicos, meteorológicos e hidrometeorológicos da
seca. A metodologia para análise e cálculo dos índices pode ser acompanhada
nos sites: www.ciiagro.sp.gov.br, www.infoseca.sp.gov.br e www.ciiagro.org.br.
Esse trabalho liderado pelo IAC conta com recursos do Fundo Estadual de
Recursos Hídricos (FEHIDRO), com a participação da Coordenadoria de
Assistência Técnica Integral (CATI) e da Fundação de Apoio à Pesquisa
Agrícola (FUNDAG), responsável por procedimentos administrativos.

Reflexos da seca para a agricultura

“A agricultura e seus processos são os fatores mais sensíveis e
suscetíveis a qualquer anomalia climática ou extremo meteorológico, como seca
ou geada.”
Esta frase é do pesquisador do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas,
Orivaldo Brunini, responsável pela análise desenvolvida pelo Instituto, em
parceria com o Comitê das Bacias Hidrográficas da CATI, ambos da Secretaria de
Agricultura de São Paulo. O trabalho mostra que as culturas em desenvolvimento
nos campos paulistas estão sendo afetadas pela realidade que inclui seca,
altas temperaturas e baixa umidade do ar.
Com base nos dados registrados pelo IAC, são feitas algumas
considerações sobre as culturas e também sobre pragas e doenças que podem
ocorrer, dentro das condições climáticas existentes. “Primeiramente, é
feita uma análise agrometeorológica e depois elaboramos considerações
especificas sobre algumas culturas”, explica Orivaldo Brunini.
Os estudos trazem também informações sobre como está a situação de
umidade do solo em todo o território paulista. Segundo o pesquisador, essa
umidade é estimada em função do balanço hídrico e dos índices de estresse
hídrico e desenvolvimento da cultura, para duas profundidades de sistema
radicular. “Contatamos que as condições de umidade do solo estão críticas
para quase todo o Estado, trazendo sinal de alerta para as culturas de outono e
inverno cultivadas com irrigação, pois não há água para irrigar.”
O estudo traz informações sobre alguns cultivos, como a cana de açúcar,
que tem a rebrota da soqueira desfavorecida pela baixa reserva hídrica no
solo. Com isso, o ciclo seguinte da cana será prejudicado em termos de
brotação, o que irá refletir na produtividade do canavial.
No café, a alta deficiência hídrica poderá comprometer a indução
floral e a brotação de novos ramos para a próxima safra. No cultivo de
grãos, como milho safrinha e soja, apesar de a estiagem favorecer a colheita,
ela afeta o desenvolvimento do milho safrinha.
Com relação ao manejo de pragas e ervas daninhas, os baixos índices de
umidade e de absorção de água pelas plantas comprometem a eficiência do
controle químico por meio de aplicação de herbicidas. “No caso de pragas de
solo, como larva alfinete, a baixa umidade do solo prejudica o seu
desenvolvimento. Por outro lado, pragas foliares, como lagarta do cartucho e, em
especial, a Helicoverpa Armigera, são favorecidas”, esclarece.
As características gerais analisadas em diversas regiões do Estado de
São Paulo, envolvendo diferentes culturas agrícolas, apontam para uma
situação muito difícil para a agricultura paulista. “Embora se possa pensar
em irrigação, nem todos os agricultores estavam preparados para esta técnica,
seja no aspecto técnico, seja legal e, além disso, não existe adequada
reserva hídrica para tal prática”, afirma.
De acordo com Brunini, uma projeção com as médias históricas de
precipitação de abril a setembro mostra que a deficiência hídrica
persistirá até setembro de 2014, o que afetará os cultivos e processos
agrícolas.

Ciiagro-IAC completa 25 anos e Centro de Climatologia, 60

A rede meteorológica do Centro Integrado de Informações
Agrometeorológicas (CIIAGO), do IAC, monitora as condições
hidrometeorológicas em cerca de 145 pontos no Estado de São Paulo. A rede
deverá chegar a 181 estações meteorológicas até junho deste ano. Essa
estrutura fornece dados atualizados a cada 20 minutos, a cada hora e totais
diários dos diversos elementos meteorológicos, em especial: chuva, temperatura
do ar e umidade relativa. As informações podem ser acessadas no site
www.ciiagro.org.br/ema . “Esses dados, além de todo o suporte para a
agricultura e Defesa Civil, podem dar importantes subsídios para previsão e
suporte para programas de sustentabilidade da agricultura, segurança alimentar
e segurança hídrica”, afirma Brunini.
Em 2005, o CIIAGRO-IAC introduziu um parâmetro estritamente
agrometeorológico para análise de seca, baseado na diferenciação das
culturas e em suas peculiares capacidades de retenção de água no solo, que
podem ser refletidas por um maior ou menor volume de exploração das raízes.
Nesse conceito, algumas culturas são agrupadas de acordo com a profundidade das
raízes e considera-se também o tipo de solo, que pode determinar a
profundidade do sistema radicular.

Conheça a diferença entre seca e estiagem

O pesquisador esclarece sobre a diferença básica entre seca e estiagem. A
seca é um processo constante de redução da precipitação, que aos poucos se
instala em uma região, trazendo consequências agrícolas, econômicas e
sociais de grande importância. Neste caso, somente ações externas não são
suficientes para minimizar seus efeitos negativos. No cenário agrícola, a
situação é agravada em localidades onde nem a irrigação pode ser utilizada,
pois não existe suficiente reserva hídrica para que essa técnica seja
empregada.
A estiagem compõe-se por pequenos períodos com precipitação abaixo da
normal, cerca de 10 a 15 dias, e geralmente ocorre durante uma estação
chuvosa. O impacto deste fenômeno se dá mais sobre atividades agrícolas.
“Quando a falta de precipitação, no caso da estiagem, se estende por meses e
a reserva hídrica suprida pela precipitação não é adequada para atender à
necessidade das atividades humanas, industriais e agrícolas, temos a seca”,
resume Brunini.

Perfil paulista

O Estado de São Paulo possui características gerais de clima tropical de
altitude, como na região do Planalto. Há algumas regiões com clima mais
chuvoso, como no Litoral, e ainda as que se enquadram na classificação de
clima subtropical, como na área Serrana. Esse perfil identifica o Estado com
clima de verão úmido e quente, inverno seco no Planalto e inverno com boa
precipitação no Litoral. Essas condições explicam a distribuição das
culturas agrícolas, como exemplo, a concentração da heveicultura, no
Planalto, justamente pelo fato de o clima desfavorecer a ocorrência de pragas
típicas das seringueiras. No Estado, as geadas são ocasionalmente observadas,
com frequência entre oito a dez anos de recorrência.
Segundo o pesquisador Orivaldo Brunini, embora com clima definido, as
anomalias climáticas que mais afetam o Estado são chuva em excesso,
ocasionando inundações, e falta dela, que leva a períodos de veranico, em
especial, em janeiro e fevereiro. “Seca é um fator normal, sendo que em
vários anos essa ocorrência foi mais acentuada, como em 1963, 1961 e 1978”,
afirma.
Ele ressalta que os fenômenos adversos mais comuns são seca e
inundação. “Neste ano de 2014, o fenômeno seca apresenta-se de forma
acentuada no Estado, o que vem trazendo sérios prejuízos à agricultura, ao
abastecimento de água para consumo humano e uso industrial”, diz.
De acordo com o pesquisador do IAC, a quantificação das secas pode ser
feita sob as seguintes óticas: agrícola, meteorológica e hidrológica. “A
correta interpretação dos resultados gerados está diretamente relacionada ao
correto entendimento e definição do fenômeno seca”, afirma. Usualmente, a
literatura traz quatro definições de seca, fundamentadas principalmente no
campo de atuação do especialista ou no enfoque a ser dado. Essas definições
são baseadas em considerações meteorológicas, hidrológicas, agrícolas e
econômicas.
A seca agrícola está relacionada à baixa umidade do solo, causada pela
baixa precipitação, em dado período, sendo insuficiente para suprir a demanda
das plantas. “Neste caso, podemos ter diferentes graus de seca agronômica ou
agrícola, pois isso depende muito da cultura em análise”, esclarece.
A seca meteorológica refere-se às condições de precipitação
pluviométrica abaixo das normais e esperadas. Já a seca hidrológica refere-se
aos níveis de rios e reservatórios abaixo do normal, afetando todo o processo
social e diversas atividades. A seca econômica constitui a situação em que o
déficit de água induz à falta de bens ou serviços (energia elétrica ou
alimentos, por exemplo). Esse cenário pode resultar de volume de água
insuficiente, má distribuição das chuvas, aumento no consumo ou ainda ao mau
gerenciamento dos recursos hídricos. Com informações da assessoria de
imprensa do IAC. (AB)

Cotação semanal

Dados referentes a semana 28/06/2024

Suíno Independente kg vivo

R$ 6,99

Farelo de soja à vista tonelada

R$ 2.205,00

Casquinha de soja à vista tonelada

R$ 1.300,00

Milho Saca

R$ 63,50
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Preço base - Integração

Atualizado em: 02/07/2024 14:00

AURORA* - base suíno gordo

R$ 5,55

AURORA* - base suíno leitão

R$ 5,65

Cooperativa Majestade*

R$ 5,55

Dália Alimentos* - base suíno gordo

R$ 5,50

Dália Alimentos* - base leitão

R$ 5,65

Alibem - base creche e term.

R$ 4,70

Alibem - base suíno leitão

R$ 5,55

BRF

R$ 5,35

Estrela Alimentos - creche e term.

R$ 4,52

Estrela Alimentos - base leitão

R$ 5,60

JBS

R$ 5,30

Pamplona* base term.

R$ 5,55

Pamplona* base suíno leitão

R$ 5,65
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