Porto Alegre, 16 de setembro de 2014 – Cerca de 805 milhões de pessoas no
mundo, uma em cada nove, sofrem de fome crônica no mundo, segundo o relatório
O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo (Sofi 2014, na sigla em inglês),
divulgado hoje em Roma, na Itália, pela Organização das Nações Unidas para
a Alimentação e a Agricultura (FAO).
O estudo confirmou tendência positiva observada nos últimos anos de
redução da desnutrição mundialmente: o número de pessoas subnutridas
diminuiu em mais de 100 milhões na última década e em mais de 200 milhões
desde o período 1990-1992.
Segundo o documento, a redução da fome nos países em desenvolvimento
significa que a meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) de
diminuir à metade a proporção de pessoas subnutridas até 2015 pode ser
alcançado, “se apropriados e imediatos esforços forem intensificados”.
Até o momento, 63 países em desenvolvimento alcançaram o objetivo, entre
eles o Brasil, e outros seis estão a caminho de consegui-lo até 2015. O
documento incluiu este ano sete estudos de casos, entre eles o Brasil. De acordo
com o levantamento, o Programa Fome Zero, que colocou a segurança alimentar no
centro da agenda política, foi o que possibilitou o país a atingir este ODM.
O estudo também destaca os programas de erradicação da extrema pobreza, a
agricultura familiar e as redes de proteção social como medidas de inclusão
social no Brasil.
O relatório é uma publicação conjunta da FAO, do Programa Mundial de
Alimentos (PMA) e do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola
(Fida).
“Isto prova que podemos ganhar a guerra contra a fome e devemos inspirar
os países a seguir adiante, com a ajuda da comunidade internacional se for
necessário”, dizem, no relatório, o diretor-geral da FAO, o brasileiro José
Graziano da Silva, o presidente do Fida, Kanayo Nwanze, e a diretora executiva
do PMA, Ertharin Cousin. Eles ressaltaram que “substancial e sustentável
redução da fome é possível com comprometimento político”.
O documento ressaltou que o acesso a alimentos melhorou significativamente
em países que experimentaram progresso econômico, especialmente no Leste e
Sudeste da Ásia. O acesso à comida também aumentou no Sul da Ásia e na
América Latina, mas principalmente em países que têm formas de proteção
social, incluídos os pobres no campo, segundo o estudo.
No entanto, o relatório apontou que apesar do progresso significativo
geral, ainda persistem várias regiões que ficaram atrás. Na África
Subsaariana, mais de uma em cada quatro pessoas continua com fome crônica. A
Ásia abriga a maioria dos famintos – 526 milhões de pessoas. A América Latina
e o Caribe são as regiões que fizeram os maiores avanços na segurança
alimentar.
Como o número de pessoas subnutridas permanece alto, os chefes das
agências reforçaram a necessidade de renovar o compromisso político para
combater a fome por meio de ações concretas e encorajam o cumprimento do
acordo alcançado na cúpula da União Africana, em junho, de acabar com a fome
no continente até 2025.
Os líderes das organizações destacaram que a insegurança alimentar e a
desnutrição são problemas complexos que devem ser resolvidos de maneira
coordenada e apelam aos governos para trabalhar em estreita colaboração com o
setor privado e a sociedade civil.
O relatório reforça que a erradicação da fome requer o estabelecimento
de um ambiente propício e um enfoque integrado, que incluam investimentos
públicos e privados para aumentar a produtividade agrícola, o acesso à terra,
aos serviços, às tecnologias e aos mercados, além de medidas para promover o
desenvolvimento rural e a proteção social dos mais vulneráveis. As
informações são da Agência Brasil.
Revisão: Cândida Schaedler / Agência SAFRAS
Copyright 2014 – Grupo CMA
Cotação semanal
Dados referentes a semana 22/11/2024
Suíno Independente kg vivo
R$ 9,53Farelo de soja à vista tonelada
R$ 71,50Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 1.975,00Preço base - Integração
Atualizado em: 22/11/2024 17:50