Porto Alegre, 5 de maio de 2016 – O Plano Agrícola e Pecuário (PAP)
2016/2017, conhecido como Plano Safra, divulgado nesta quarta-feira (4) pelo
Governo Federal causou descontentamento à classe produtora brasileira. “O
Plano não atende às expectativas. Não há algo novo, principalmente em
relação ao seguro rural. As lavouras de soja e milho sofreram baixas e não
há nada de novo que transfira maior segurança ao produtor nesse sentido”,
afirmou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso
(Famato) Rui Prado.
O valor anunciado para atender o setor produtivo será de R$ 202,8 bilhões
de crédito. Comparado ao PAP 2015/2016 houve um aumento de aproximadamente 8%,
porém a proposta dos produtores rurais brasileiros era de R$ 225 bilhões
equivalente há 10% do volume.
Quanto ao investimento, houve uma queda de 11%, saindo de R$ 38 bilhões na
safra 2015/2016 para R$ 34 bilhões na safra 2016/2017. Outro fator que causou
insatisfação foram as taxas de juros para grandes produtores. Houve um
incremento de 0,75%, saindo de 8,75% a.a para 9,5% a.a na safra 2016/2017,
enquanto que a proposta era de redução para 7,5% a.a.
Rui Prado destacou que o limite de crédito por CPF na safra 2016/2017 vai
continuar sendo insuficiente para financiar produtores que possuem área
superior a 500 hectares em Mato Grosso, visto que o aumento foi de 10%, saindo
de R$ 1,2 milhão na safra 2015/2016 para R$ 1,32 milhão na safra 2016/2017,
enquanto que a proposta era de R$ 2,4 milhões. “É um plano tímido. O limite
por CPF só cobre a inflação. Nós pedimos R$ 2,4 milhões, quase o dobro do
que foi concedido”, destacou o presidente.
Para Prado, a instabilidade política em que vive o país reflete
diretamente no PAP. “Não sabemos se ele irá vigorar, se será executado, em
virtude das mudanças que o impeachment pode gerar. Não é um plano capaz de
promover a retomada do crescimento do país a partir do setor agropecuário,
não foi ousado suficiente como necessário”, afirmou.
A classe produtora entende que onde houve aumento o percentual está menor
do que a inflação. O custo de produção subiu mais do que o percentual de
aumento, o que é inócuo na avaliação de Prado. “Aumentou a rubrica para
custeio, mas diminuiu para o investimento. Só mudou os recursos de lugar. Se
não tivesse diminuído em lado nenhum, estarei certo, mas não foi o que
ocorreu. Uma situação dúbia, bom para uns, mas ruim para outros”, pontuou
Prado.
Conforme o representante de classe a burocracia dos bancos continua. “Um
exemplo disso é que ainda existe recurso da safra anterior, o que significa
dizer que o produtor continua tendo dificuldade de acessar o crédito”,
apontou o ruralista. Com informações da assessoria de imprensa da Famato.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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R$ 1.800,00Casquinha de soja à vista tonelada
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Atualizado em: 22/05/2025 09:15