safras

AGRONEGÓCIO: Agrivision debate produção sustentável de alimentos

29 de dezembro de 2021
Compartilhe

Porto Alegre, 29 de dezembro de 2021 – O consumo de alimentos aumentou 48%
em termos globais nas duas primeiras décadas do século 21 em comparação ao
mesmo período no século passado. Os dados são da Tropical Forest Alliance,
plataforma global que apoia compromissos do setor privado em prol da produção
de alimentos com sustentabilidade. Os dados foram divulgados durante o
Agrivision 2021, evento, evento que reuniu porta-vozes do agronegócio mundial
para debater desafios e oportunidades da produção de alimentos de maneira
sustentável para nutrir a população global, que está em crescimento.

“Se queremos alimentar 10 bilhões de pessoas em 2050 de uma forma
sustentável, justa e transparente, precisamos pensar, juntos, em novas formas
de fazer isso acontecer. Estou convencido de que a única forma de alcançarmos
esse propósito é trabalhando em parceria como indústrias e produtores. O
desafio é imenso. Teremos de produzir nos próximos 30 anos mais alimentos do
que produzimos nos últimos 8 mil anos”, alertou Fulco van Lede, CEO da
Nutreco.

O problema é iminente: 50% dos recursos do planeta já foram usados para
atividades humanas. Diante dos números, Saskia Korinsk, CEO da Trouw Nutrition
– empresa global da Nutreco que atua em alimentação animal -, reforçou que a
responsabilidade é muito grande para que apenas uma empresa lidere a busca por
novas formas de produzir alimentos. Para isso, todos os profissionais ligados ao
setor produtivo têm papel significantemente a desempenhar na crescente demanda
por carnes, de forma sustentável.

“O futuro importa, e importa para todos. Por isso, as discussões e trocas
precisam ser cada vez mais frequentes. Assim como percebemos na pandemia,
quando lidamos com os problemas reunindo esforços coletivos somos muito mais
rápidos em encontrar soluções. Espero que consigamos fazer o mesmo com o
desafio de alimentar mais pessoas sem impactar mais o meio ambiente. É tempo de
agir”, destacou Saskia.

Com participação do vice-presidente da WWF-US, Jason Clay, a reflexão
sobre a velocidade em que as mudanças têm acontecido se tornou o centro do
debate. “Tudo acontece de forma muito mais rápida do que poderíamos imaginar
há alguns anos. Isso significa que temos de aprender mais rápido e também
responder com maior agilidade. O que é sustentável hoje pode não ser
amanhã”.

O futuro das proteínas animais tem destaque quando o assunto é encontrar
novas formas de produção. Para fomentar o tema, Justin Sherrard, Estrategista
Global de Proteína Animal do Rabobank, lembrou que o mundo já possui fontes de
proteínas alternativas, como carne cultivada em laboratório e fontes de
proteínas não-animais. “O mercado de proteínas animais continuará
crescendo, mas grande parte desse avanço ocorrerá nos países em
desenvolvimento. Não tanto pela riqueza, mas muito pela crescente
urbanização”. Sobre as proteínas alternativas, ele explicou que muitas ainda
têm preços pouco atrativos. Por isso, as proteínas tradicionais ainda
continuarão a ser mais procuradas. Especialmente no curto prazo.

Ainda sobre esse tema, Marcel Sacco, Vice-presidente de Novos Negócios da
BRF, complementou que a nova realidade não é de substituição das carnes.
“Trata-se de oferecer mais opções aos consumidores. Podemos combinar a oferta
existente de proteínas animais com novos produtos”.

Fazenda de caviar alimentada por vacas leiteiras

O Dr. Rogier Schulte, professor de sistemas agrícolas e ecologia da
Wageningen University & Research, na Holanda, compartilhou no Agrivision uma
nova forma de pensar a agropecuária: o conceito de “fazendas-modelo”. A ideia
é que no futuro seja mais comum o uso dos recursos naturais para a produção
de diferentes alimentos, simultaneamente, como já acontece na Indonésia, com
os sistemas de cultivo de arroz, consorciado com peixes e patos.

Em outro exemplo, ele citou a fazenda As Ziedi, na Letônia, que tem 2.000
vacas leiteiras, além de 3.000 hectares de terras com diferentes culturas. “O
leite é o subproduto. O principal produto é o estrume, que é colocado em
biodigestores anaeróbios, que geram eletricidade. Mas a energia também é um
subproduto, cujo principal produto é o calor, pois permite o crescimento de
esturjões e enguias. Em dois anos, os peixes estão preparados para despesca,
também um subproduto. Aqui, o caviar é o negócio principal. É uma fazenda de
caviar alimentada por vacas leiteiras”.

A mesma ideia de que a solução para os problemas atuais pode ser
encontrada na natureza foi reforçada pelo fundador do One Planet Business for
Biodiversity e ex-CEO da Danone, Emmanuel Faber. Para ele, a indústria investe
muito tempo e recursos na produção de alimentos não tão saudáveis e
sustentáveis. “Quando produzimos, estamos oferecendo soberania alimentar às
pessoas”. Faber alertou que o modo de olhar a natureza como um dado científico
no laboratório não é a solução. “Precisamos usar tecnologias não para
substituir a natureza, mas para colocá-la de volta ao centro do nosso sistema.
A diversidade de espécies cultivadas na agricultura é muito baixa. Precisamos
recuperá-la reintroduzindo espécies de volta”, pontuou. As informações
partem da Grupo Texto de Comunicações.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

Copyright 2021 – Grupo CMA

Cotação semanal

Dados referentes a semana 19/12/2025

Suíno Independente kg vivo

R$ 8,59

Farelo de soja à vista tonelada

R$ 1.930,00

Casquinha de soja à vista tonelada

R$ 1.000,00

Milho Saca

R$ 68,50
Ver anteriores

Preço base - Integração

Atualizado em: 19/12/2025 08:45

AURORA* - base suíno gordo

R$ 6,70

AURORA* - base suíno leitão

R$ 6,80

Cooperativa Majestade*

R$ 6,80

Dália Alimentos* - base suíno gordo

R$ 7,00

Dália Alimentos* - base leitão

R$ 7,00

Alibem - base creche e term.

R$ 5,75

Alibem - base suíno leitão

R$ 6,70

BRF

R$ 7,30

Estrela Alimentos - creche e term.

R$ 6,40

Estrela Alimentos - base leitão

R$ 6,70

Pamplona* base term.

R$ 6,70

Pamplona* base suíno leitão

R$ 6,80
* mais bonificação de carcaça Ver anteriores

Parceiros da Suinocultura Gaúcha

Parceria