AGRONEGÓCIO: Bolsa de Cereais rejeita alta de pressão tributária argentina

Porto Alegre, 21 de março de 2022 – A Bolsa de Cereais de Buenos Aires
rejeitou o aumento da carga tributária sobre o agronegócio, “especialmente em
uma campanha atingida por uma seca severa que reduziu significativamente o
volume da colheita”.

Nessa linha, a entidade afirmou que restringir as exportações e aumentar
os impostos é desacelerar a dinâmica do principal setor que atualmente fornece
divisas e gera empregos.

A Bolsa sustentou que essas medidas, que implicam uma mudança abrupta nas
regras do jogo, são contrárias ao objetivo de maior produção e
industrialização e exportação como forma de reativar a economia nacional,
especialmente diante do conflito entre a Rússia e a Ucrânia que enfrenta a
responsabilidade de produzir mais e com maior valor agregado para atender a
essas demandas.

MEDIDAS DO GOVERNO

O ministro da Agricultura da Argentina, Julián Domínguez, oficializou a
criação do Fundo do Trigo e o aumento de 2% nas retenções para farelo e
óleo de soja e 1% para biodiesel até 31 de dezembro, em linha com as novas
políticas do governo de Alberto Fernández para lutar contra a inflação de
preços.

Fica estabelecida a suspensão temporária do diferencial de 2% das tarifas
de exportação de farelo de soja e óleo, que retornarão de 31% para 33%.
Enquanto o aumento das tarifas de exportação de biodiesel aumentará em 1% e
passará de 29% para 30%.

A medida atingirá 11 empresas exportadoras de subprodutos de soja, das
quais 8 representam 95% do total exportado. “A decisão não afeta o produtor
de trigo, milho, girassol ou soja”, comentou o chefe da carteira agrícola,
acrescentando que o fundo só será constituído com o aumento das retenções
sobre subprodutos da oleaginosa

Julieta Marino / Agência CMA LatAm