Porto Alegre, 12 de junho de 2023 – No ano passado, a área desmatada no Brasil aumentou 22,3%
em relação a 2021, o que corresponde a 2,05 milhões de hectares. A Amazônia e o Cerrado
responderam, juntos, por 90,1% dos biomas atingidos. Os dados estão no Relatório Anual de
Desmatamento (RAD2022) produzido pelo MapBiomas, uma iniciativa que envolve diferentes
instituições, como universidades, ONGs e empresas de tecnologia.
De 2019 a 2022, período de implementação do relatório, houve 303 mil eventos de
desmatamento, o que corresponde a 6,6 milhões de hectares. A área é equivalente a uma vez e meia
a do estado do Rio de Janeiro. A atividade agropecuária é o principal vetor de desmatamento no
país, representando 95,7% do total ou 1,96 milhão de hectares. O garimpo responde por 5,9 mil
hectares e a mineração por 1,1 mil hectares.
Análise
Em cinco dos seis biomas brasileiros, houve crescimento de área desmatada: Amazônia, Caatinga,
Cerrado, Pampa e Pantanal. A exceção é a Mata Atlântica. Quando se considera a área afetada, os
maiores aumentos aconteceram na Amazônia (190.433 hectares) e no Cerrado (156.871 hectares). Em
termos proporcionais, os mais impactados foram o Cerrado (31,2%) e o Pampa (27,2%).
Quanto ao tipo de vegetação e uso da terra, houve predomínio de desmatamento na formação
florestal (64,9%), na formação savânica (31,3%) e na formação campestre (3,6%).
Na análise por estados, o Pará lidera o ranking do desmatamento, com 22,2% da área de todo o
país (456.702 hectares). Na sequência, vem o Amazonas, com 13,33% (274.184 hectares); Mato Grosso,
com 11,62% da área desmatada (239.144 hectares); Bahia, com 10,94% (225.151 hectares); e Maranhão,
com 8,2% (168.446 hectares). Os cinco estados respondem por 66% do desmatamento no Brasil.
Quilombos e terras indígenas
As Comunidades Remanescentes de Quilombos (CRQ) e as terras indígenas (TI) são os territórios
mais preservados do país. Os desmatamentos nas terras indígenas correspondem a 1,4% da área total
desmatada no Brasil (26.598 hectares) e a 4,5% do total de alertas. A maior parte dos alertas (91%)
aconteceu no bioma Amazônia. E a maior área desmatada foi o TI Apyterewa (PA), com 10.525 hectares
atingidos.
Nas comunidades de quilombos, os desmatamentos correspondem a 0,05% da área total do país. De
456 comunidades certificadas, 62 (26,1%) tiveram pelo menos um alerta com pelo menos 0,3 ha
atingido. A comunidade com maior área desmatada foi Kalunga (GO), que teve 258 hectares de
vegetação suprimidos. Parte deles, dentro da Área de Proteção Ambiental Pouso Alto, no entorno
do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
Irregularidade e impunidade
Outros exemplos são as Áreas de Reserva Legal (RL) e as Áreas de Preservação Permanente
(APP). Os pesquisadores identificaram que metade (52%) dos alertas tem sobreposição com RL. O que
representa 699.189 hectares ou 34% da área total desmatada.
O relatório do MapBiomas analisou ações dos órgãos de controle ambiental para conter o
desmatamento ilegal, como autuações e embargos. As ações do Ibama e do ICMBio até maio deste
ano atingiram apenas 2,4% dos alertas de desmatamento e 10,2% da área desmatada identificada de
2019 a 2022. Nesse período, os estados com mais ações dos órgãos ambientais e ministérios
públicos diante dos alertas de desmatamento foram Espírito Santo (73,7% dos eventos no estado),
Rio Grande do Sul (55,6%), São Paulo (40,3%), Mato Grosso (37,3%). Os estados com menor atuação
foram Pernambuco (0,8%), Maranhão (1,6%) e Ceará (1,9%).
As informações são da Agência Brasil.
Revisão: Ritiele Rodrigues (ritiele.rodrigues@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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