AGRONEGÓCIO: Disponibilidade forrageira melhora produção do leite no RS

Porto Alegre, 17 de dezembro de 2015 – Na região da Campanha,
neste período ocorre o rebrote dos pastos nativos, melhorando a qualidade e
disponibilidade forrageira e ocasionando melhor produção de leite. Para manter
os níveis de produção leiteira, alguns produtores colocam à disposição
dos rebanhos alimentos como farelos, ração concentrada, grãos, além de
pastagens perenes.

Em razão do excesso de chuvas, as estradas estão com sérias
dificuldades de trafegabilidade, com isso prejudicando o recolhimento de leite
em algumas propriedades rurais.

A situação é adversa também para o manejo do rebanho e para a
implantação de pastagens de verão. Em alguns municípios, os animais
provavelmente apresentarão uma queda na produção devido às
condições climáticas do momento. No mercado do leite alguns produtores
mostravam-se apreensivos pelos preços com que o produto
in natura vinha sendo comercializado, mas houve uma reação positiva e o preço
está melhorando.

Já na região da Serra, o tempo se manteve firme na maior parte da
semana e com isso favoreceu um excelente desenvolvimento das pastagens
anuais de verão e perenes. O clima favoreceu também o pastoreio, reduzindo
assim o tempo de confinamento das vacas. Produtores que possuem
gado estabulado alimentam seus rebanhos com silagem e ração concentrada,
balanceada de acordo com a produção de cada vaca.

Temperatura mais quente e menos chuva facilitaram a criação das
terneiras, pois foram soltas em piquetes; aquelas criadas em cabanas
tiveram solo seco ao redor. As vacas e novilhas leiteiras apresentaram bom
estado sanitário e nutricional.

O clima quente e úmido tem favorecido as verminoses, miíases, bernes
e carrapatos; inclusive os banhos carrapaticidas tiveram que ser antecipados. Em
algumas propriedades desta região, as vacas têm retornado ao cio mais vezes
do que a média usual, o que sugere a incidência de doenças infecciosas da
reprodução.

Na região de Ijuí as pastagens anuais e perenes de verão estão com
grande desenvolvimento e excelente oferta de forragem. Entretanto os
produtores enfrentam dificuldade de manejo dos animais nas pastagens nos dias
com maior umidade, constatando-se grande revolvimento do solo, supressão de
plantas pelo pisoteio dos animais e demora no rebrote.

As fortes chuvas têm provocado escorrimento superficial das águas
causando erosão intensa nos locais de deslocamento dos animais e nos piquetes
recentemente pastejados. A formação de barro é o principal problema da
atividade no momento. O milho para silagem está em fase de grão leitoso;
a preocupação dos produtores é que o clima chuvoso possa atrapalhar a
confecção de silagem.

Na região de Passo Fundo as condições ambientais favorecem o
desenvolvimento das pastagens de verão, ampliando a oferta de pasto
para os animais. Os produtores devem estar atentos à elevação das
temperaturas, principalmente em relação às vacas em lactação, em função
do estresse calórico que pode afetar negativamente a produção, exigindo por
parte do agricultor um cuidado maior com a disponibilidade de sombra e água
para os animais.

O preço recebido pelos produtores pelo litro do leite está entre R$
0,86 e 0,96/litro, enquanto quea ração com 18% PB foi comercializada entre R$
0,96 e R$ 1,24/kg. Na zona Sul a semana foi favorável às pastagens
nativas e àquelas implantadas recentemente. Foi registrado o aparecimento de
endo e ectoparasitas devido ao clima quente e úmido, propício à infestação
de carrapatos, exigindo maior atenção do produtor em relação ao rebanho.

Também na região de Santa Maria nesta semana tivemos dias de sol, o
que já ajudou o enxugamento das áreas mais baixas e possibilitou uma maior
taxa de crescimento das pastagens de verão já implantadas. O campo nativo, o
Tifton e outras forrageiras tiveram uma taxa de crescimento bastante
significativa nos últimos dez dias, permitindo uma melhor oferta para as vacas.

Em Tupanciretã permanece a dificuldade de comercialização de leite
por produtores que têm baixo volume de produção; o preço apresentou
baixa e é considerado insatisfatório pelos produtores. As condições das
estradas estão dificultando o recolhimento do leite em algumas propriedades do
município.

Em Santiago, na maioria das localidades o preço pago aos produtores de
leite está abaixo do mercado; esta situação de preços baixos, aliada a
problemas de recolhimento do leite e linhas desativadas ou precarizadas com
recolhimento temporalmente mais espaçado, tem provocado o abandono da atividade
leiteira entre alguns produtores.

Em Santa Rosa, com o excesso de umidade provocado pelas fortes chuvas,
se constatou prejuízo no pastoreio e também por conta da
formação de barro no local de acesso à sala de ordenha, o que provoca aumento
nos casos de mastite. As trombas d’água localizadas danificaram pastagens,
cercas e silagens. As informações partem do boletim semanal divulgado pela
Emater(RS).

Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras

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