Porto Alegre, 5 de outubro de 2017 – A Confederação da Agricultura e
Pecuária do Brasil (CNA) promoveu na quarta (4), na sede da entidade, o
encontro de representantes do setor privado do Mercosul com a negociadora-chefe
da União Europeia (UE), Sandra Gallina, e negociadores da parte sul-americana.
No encontro foram debatidos pontos do acordo comercial entre os países que
integram os dois blocos. “Sem sombra de dúvida é um momento único para a
relação comercial entre o Mercosul e a União Europeia. Esperamos que essa
rodada possa trazer reais benefícios para os nossos produtores”, afirmou o
presidente da CNA, João Martins.
Durante os debates, os membros do Mercosul relataram o sentimento de
“decepção” em relação à oferta agrícola dos europeus, considerada
essencial para a conclusão do acordo.
A principal crítica é direcionada às cotas de exportação estabelecidas
para o etanol (600 mil toneladas) e para carne bovina (70 mil toneladas). Os
números são inferiores ao acordado há mais de 10 anos, quando as
negociações haviam sido interrompidas.
“A discussão do etanol e da carne bovina está difícil nesse momento na
Europa. Não é um problema com o Mercosul, mas uma questão política interna.
Existem outros pontos que já estão sobre a mesa como suco de laranja, milho,
frango e carne suína. Creio que isso pode ser interessante, especialmente para
o Brasil”, afirmou Sandra.
Na opinião da Superintendente de Relações Internacionais da CNA, Lígia
Dutra, o encontro permitiu um momento de “abertura” entre o setor privado e
os negociadores-chefe presentes.
“Foi uma oportunidade de ouro para as entidades do setor privado
conseguirem pressionar um pouco a União Europeia, que vem apresentando uma
resistência injustificada a ampliar as negociações e fazer uma oferta mais
condizente com o tamanho do mercado do Mercosul”, afirmou Lígia.
O negociador-chefe do Brasil, embaixador Ronaldo Costa, afirmou estar
otimista em relação ao andamento do acordo. “As negociações têm avançado
de uma forma muito positiva e importante ao longo do último ano. Esse encontro
promovido pela CNA é uma oportunidade valiosa porque permite aos negociadores
um contato direto e franco sobre o real interesse dos distintos setores
econômicos”.
Hoje, apenas 8% das exportações agro mundiais saem do Mercosul, num valor
estimado de US$ 116 bilhões de dólares. Por outro lado, a UE é o maior
exportador de alimentos do mundo. Com informações da assessoria de
comunicação social da CNA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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