Porto Alegre, 15 de setembro de 2015 – O presidente do Sistema FAEMG,
Roberto Simões, criticou o pacote de ajuste fiscal anunciado ontem pelo Governo
Federal. Segundo ele, é um grande desequilíbrio que se proponha R$ 26 bi em
cortes e arrecadação de R$ 39 bi, quando a medida deveria ser, no mínimo,
inversa: “Tributar a população em lugar de reduzir gastos demonstra má
vontade do Governo em cortar na própria carne. Há aí a transferência para a
sociedade de um ônus sem que haja a respectiva contrapartida dos políticos”.
Ele lembrou ainda que a carga tributária brasileira já é uma das mais altas
do mundo, próxima a de países nórdicos, enquanto a qualidade de serviços
oferecidos é muito baixa.
Outro ponto destacado por Roberto Simões é que, ao onerar mais a
sociedade do que o próprio governo, as propostas impactam diretamente a renda
da população e investimentos em atividades que contribuem para a economia,
aprofundando a crise ao invés de solucioná-la: “É muito difícil nos
recuperarmos de uma situação de crise com ainda mais recessão, contenção de
desenvolvimento”. Para ele, o agronegócio seria, neste momento, ferramenta
útil para ajudar na recuperação brasileira: “Somos um setor que,
comparativamente, responde a investimentos com maior intensidade e velocidade do
que os demais. Em cinco meses uma safra retorna com margem o que foi investido.
A agropecuária deveria receber estímulos para alavancar o país para fora da
crise. E o pacote trouxe exatamente mais insegurança aos produtores”.
O presidente da FAEMG avaliou também alguns outros pontos do pacote
anunciado que impactariam o setor do agronegócio:
– Redução da estimativa de gasto com subvenção agrícola em R$ 1,1
bilhão:
“Hoje o crédito rural é uma preocupação do setor, por ser escasso
e estar submetido à exigências cada vez maiores por parte dos bancos. Um corte
no programa de preço mínimo de garantia neste momento abala de vez a
segurança dos produtores rurais, que pensarão muito antes de plantar a nova
safra. Ao invés de estimular, irá retrair quem produz. Somados aos juros mais
altos impostos pelo Plano Agrícola Pecuário em junho, esses fatores demonstram
o desprezo do Governo pelo setor que poderia ser trunfo na recuperação da
economia”
– Redução de recursos do Sistema S e do Sebrae:
“Em tempos de crise o Sistema S é fundamental apoio ao empresariado,
buscando inovação, eficiência e redução de custos. Levam tecnologia,
gestão, formação profissional e promoção social mesmo nos pontos mais
remotos do país. Em minha opinião, são o que de melhor aconteceu ao Brasil e
deveriam ser nossas entidades mais respeitáveis. Em Minas Gerais, por exemplo,
o Senar Minas capacita, gratuitamente, mais de 200 mil pessoas por ano. Retirar
recursos é diminuir a capacidade de atendimento dessas entidades e,
consequentemente, tira a possibilidade de apoio em momento de grave retração
econômica”.
– Redução de custeio do Ministério da Agricultura:
“Não temos a informação de como se dará o corte, mas nos preocupa
a possibilidade de serem atingidas áreas essenciais como a defesa sanitária.
Não podemos arrefecer a vigilância e o controle de fronteiras, portos e
aeroportos, e o monitoramento de áreas de produção. Outra preocupação é o
campo da pesquisa, da Embrapa, que sempre teve orçamento reduzido. Qualquer
corte nesse sentido certamente representará perda de tempo e de
competitividade”. As informações partem da FAEMG.
Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras
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