Governo, empresas e entidades que representam diversos setores do agronegócio do Brasil têm alinhado um discurso de garantia de abastecimento de alimentos no país, em meio à crise do coronavírus.
Por meio de comunicados, publicações em redes sociais e propagandas publicitárias, o objetivo é tranquilizar a população para evitar compras excessivas no varejo para formação de estoque domiciliar, em meio ao avanço do vírus no país, que já soma quase 1.900 casos confirmados no Brasil.
A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), entidade que representa as indústrias de café torrado e moído do país, informou nesta segunda-feira que, “apesar dos problemas causados pela pandemia do Covid-19, logísticos e operacionais, o abastecimento do café seguirá normalmente”.
Os moinhos de trigo contam com estoques de matéria-prima, embalagens e materiais auxiliares em nível compatível com as vendas, mesmo ante o aumento na demanda ocorrido no curto prazo, disse a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo). O fluxo de recebimento destes materiais continua ocorrendo normalmente.
“O principal foco dos moinhos neste momento é garantir o abastecimento de toda a cadeia do trigo – supermercados, atacados, padarias, indústrias de massas, biscoitos, pães industriais e bolos e demais canais de food service.”
Também nesta segunda-feira, a oferta de carne de aves e suínos foi garantida pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) e a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) por meio de uma nota conjunta.
“As granjas, as indústrias frigoríficas e os supermercados do Brasil não interromperam seu funcionamento e estão priorizando o cumprimento das normas do Ministério da Saúde com relação às medidas preventivas”, disse o comunicado assinado pelos presidentes das três associações.
Ainda foi citado o compromisso de “manutenção de preços justos” pelo produto comercializado no varejo.
No setor de carne bovina, a Marfrig Global Foods informou, em nota, que as operações de suas 14 plantas espalhadas entre Brasil, Estados Unidos, Argentina, Uruguai e no Chile, estão em operação e continuarão a funcionar, de forma a garantir a oferta nestes mercados e as exportações da companhia para mais de 100 países.
Levantamento encomendado pela Associação Brasileira das Indústrias de Carnes (Abiec) à consultoria Athenagro prevê que a produção brasileira de carne bovina deve ser 35,5% maior do que o volume consumido no país.
“Essa produção já está contratada com as operações em andamento nas fazendas, e, por conta da dinâmica da cadeia produtiva, não pode ser interrompida. Ou seja, os volumes serão produzidos, portanto não há risco de desabastecimento de proteínas”, afirmou a Abiec em nota.
A entidade também informa que está em contato direto com o Ministério da Agricultura para gerenciar e identificar situações pontuais que necessitem de ações para ajustar fluidez do processo produtivo.
No âmbito do governo, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, usou sua conta no Twitter para afirmar, em vídeo publicado no último sábado, que a pasta vem acompanhando todos os dias os fluxos das cadeias produtivas, para que sejam mantidos.
“A agropecuária está incluída nos serviços essenciais porque o alimento é básico para a sobrevivência das pessoas”, enfatizou enaltecendo, também, a figura do produtor rural.
Além disso, a Sociedade Rural Brasileira (SRB) enviou nesta segunda-feira uma carta à Presidência da República, ministros e governadores com medidas para garantir a segurança alimentar. No documento, a entidade classifica como “imprescindível” manter a estrutura logística de estradas e ferrovias funcionando para o livre trânsito de produtos agrícolas e trabalhadores.
Cotação semanal
Dados referentes a semana 22/11/2024
Suíno Independente kg vivo
R$ 9,53Farelo de soja à vista tonelada
R$ 71,50Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 1.975,00Preço base - Integração
Atualizado em: 22/11/2024 17:50