Porto Alegre, 27 de janeiro de 2016 – Os países americanos têm grande
potencial para aumentar o comércio intra-regional de produtos agropecuários,
disse nesta quarta-feira (27) a ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e
Abastecimento) ao apresentar as projeções de crescimento e negócios do
agronegócio brasileiro a embaixadores da América Latina e do Caribe. A
reunião ocorreu a convite da embaixada da Colômbia em Brasília.
América Latina e Caribe representam hoje 20% do comércio mundial de
produtos agropecuários, que foi de US$ 1,147 trilhão em 2014. O Brasil é o
maior exportador, responsável por 36% da participação total da região,
seguido pela Argentina (16%), México (11%), Chile (8%), Equador (4%) e Peru
(3%). Os demais países juntos representam 22%.
Apesar da expressiva participação global, a exportação brasileira de
produtos agropecuários para os vizinhos americanos ainda é tímida e tem
espaço para crescer, destacou ministra. Os países latinos e caribenhos foram o
destino de 6,6% dos produtos agrícolas brasileiros vendidos ao exterior.
Para alavancar esse número, acrescentou a ministra, é fundamental
firmar parcerias comerciais, a exemplo do acordo de preferências tarifárias
que atualmente o Brasil negocia com o México. A lista de ofertas entre os dois
países poderá ser ampliada para mais de 5 mil produtos, sendo 673 agrícolas.
“É um acordo muito ambicioso que poderá servir de modelo para a região”,
assinalou a ministra aos embaixadores.
Ela enfatizou ainda a importância do acordo sanitário e
fitossanitário apresentado pela Junta Interamericana de Agricultura, em
novembro do ano passado. A proposta visa a harmonizar normas de avaliação de
risco para facilitar o comércio intra-regional.
A embaixadora colombiana, Patrícia Cárdenas Santamaría, afirmou que
seu país tem “grande interesse” em estreitar a relação comercial com o
Brasil: “A Colômbia e os demais países americanos e caribenhos têm muitas
áreas agrícolas, é um denominador comum entre nós. Por isso, o interesse na
aproximação.”
Demanda e oportunidades
Kátia Abreu apresentou aos embaixadores dados que mostram o crescimento
da classe média no mundo, fato que vai pressionar a demanda por alimentos nos
próximos anos. Para a ministra, América Latina e Caribe podem enxergar
oportunidades diante desse cenário.
“Os países americanos têm em comum a vocação para a produção de
alimentos e, juntos, podem colaborar com a segurança alimentar mundial”,
observou a ministra. “Em 2020, espera-se que a população mundial ultrapasse
7,5 bilhões, enquanto a expectativa é que a disponibilidade de terra
cultivável decresça continuamente. Por isso, a palavra-chave é
produtividade”.
Brasil, Argentina e Peru, ressaltou Kátia Abreu, são os países
americanos que apresentam o maior estoque de terra para acompanhar a necessidade
por alimentos do restante do mundo, em especial da Ásia.
Somente o sul e o sudeste asiáticos – que concentram 51% da população
e 19% do Produto Interno Bruto do globo – consomem 37% de toda o açúcar
produzido, 31% dos lácteos e 28% das aves.
O embaixador do Chile, Jaime Gazmuri, concordou que as Américas
desempenham importante papel ao fornecer alimentos aos demais continentes: “O
comércio intra-regional americano tem um componente de qualidade, de maior
valor agregado. Exportamos mais commodities para a China do que aos demais
países americanos.”
Pesquisa e inovação
O Brasil está pronto para cooperar com os demais países latinos e do
Caribe em pesquisa, inovação e tecnologia no campo, reforçou Kátia Abreu.
Por meio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o país
compartilha conhecimento com as demais nações.
“Deixo aqui uma semente para que possamos pensar nisso também para a
América Latina e Caribe: uma grande aliança regional, quem sabe uma biblioteca
virtual única com todo conteúdo de inovação agrícola desenvolvido nos
nossos países”, sugeriu a ministra.
Participaram do café da manhã, além da anfitriã Patrícia Cárdenas
Santamaría, representantes das embaixadas do Uruguai, Argentina, Guatemala,
México, Honduras, Nicarágua, Cuba, Chile, Panamá, Venezuela, El Salvador,
República Dominicana, Costa Rica, Peru, Bolívia e Paraguai. As informações
partem da Assessoria de Comunicação Social do Mapa.
Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras
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