Porto Alegre, 12 de abril de 2016 – O Produto Interno Bruto (PIB) do
agronegócio brasileiro cresceu 0,4% em 2015, segundo números finais do Centro
de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/ USP, com apoio da
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O desempenho
positivo, embora modesto em comparação com anos recentes, significou uma
reversão da tendência de queda no setor, ocorrida em grande parte do ano
passado. O resultado aconteceu especialmente devido ao comportamento verificado
no último trimestre de 2015, quando o destaque foi o ramo agrícola.
O desempenho da agricultura apresentou crescimento de 1,12% em 2015, na
comparação com 2014. De acordo com o Cepea/CNA o resultado final do setor
agrícola no ano passado foi positivo em todos os segmentos, com exceção do
agroindustrial. Os números finais do setor agrícola ficaram assim definidos:
insumos 3,8%; segmento primário 2,73%; serviços 0,41% e agroindústria
negativo 0,10%.
Já o ramo pecuário encerrou 2015 com queda de 1,14%, com os destaques
negativos ficando com segmento primário, redução de 1,43%, e o industrial que
apresentou queda de 1,67%.
Retração econômica
O relatório do Cepea/CNA destacou que 2015 foi um ano ruim para a economia
brasileira como um todo, fato comprovado pela queda de 3,8% do Produto Interno
Bruto (PIB), segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). A exceção, conforme a CNA, foi a agropecuária que
apresentou crescimento. Os demais setores tiveram queda, caso da indústria
queda de 6,2% e dos serviços redução de 2,7%. A pressão inflacionária, o
desemprego crescente e as elevadas taxas de juros deterioram o poder de compra
da população e afetaram os investimentos, avaliou a CNA.
Outro dado relevante foi que a valorização do dólar frente ao Real
provocou consequências diferentes sobre o desempenho do agronegócio
brasileiro. A CNA destacou que, como grande parte dos insumos utilizados na
produção agropecuária são importados, “o movimento cambial provocou
aumentos expressivos nos custos de produção, influenciados ainda pela
elevação preço da tarifa de energia elétrica e nos preços dos
combustíveis”.
Ao mesmo tempo, especialmente no decorrer do segundo semestre do ano
passado, a valorização cambial ajudou a amenizar a retração ocorrida nas
cotações dos preços internacionais, em dólares, na rentabilidade das
culturas e de agroindústrias voltadas para o mercado externo, de acordo com a
avaliação da CNA. A recuperação dos preços da soja, milho, carnes, açúcar
e do papel e celulose está entre os principais fatores que permitiu o
desempenho positivo do agronegócio em 2015.
Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 22/11/2024 17:50