AGRONEGÓCIO: Preço do leite tem leve queda com melhora de oferta no RS

Porto Alegre, 30 de dezembro de 2015 – No Rio Grande do Sul, as
temperaturas elevadas e a volta das chuvas estão contribuindo para o bom
desenvolvimento das pastagens anuais e perenes de verão, assim como das
lavouras de milho destinadas para a produção de silagem.

Na região produtora de soja grande parte da dieta animal é à base de
silagem e ração, pois as áreas de pastagem de inverno foram destinadas ao
plantio de soja. Esse fato acaba aumentando os custos de produção e
ocasionando alguns problemas como acidose, principalmente em bovinos de leite de
alta produção.

O produtor de leite deve estar atento ao bem-estar animal com vistas ao
melhor despenho dos animais, pois o calor em maior intensidade pode causar
estresse no animal e reduzir produção. Em razão do excesso de chuvas, as
estradas estão com séries dificuldades de trafegabilidade, com isto
prejudicando o recolhimento de leite em algumas propriedades rurais; a
situação é adversa também para manejo do rebanho e utilização das
pastagens de verão.

Em São Gabriel, segundo informações de produtores assistidos, a
produção de leite teve uma quebra de 30% em decorrência das últimas
chuvas e pela falta de pastoreio normal dos animais. Aumenta o consumo de
ração pela falta de condições das pastagens cultivadas, até que as
pastagens atinjam o ponto ideal de pastejo e também por que poucos produtores
no município fazem silagem.

Em relação à comercialização, na maioria das bacias leiteiras do
Estado, em virtude do aumento da oferta, houve pequena redução do preço pago
ao produtor em relação ao mês anterior. Na região de Erechim as chuvas
excessivas aliadas à baixa insolação estão prejudicando a implantação, o
desenvolvimento e o manejo das pastagens, principalmente das anuais.

Tem havido estiolamento, enfraquecimento e acamamento das
pastagens anuais. Além das pastagens, os produtores estão utilizando silagem,
feno, grãos, farelos e ração para alimentar os animais. Os
preços do litro de leite variaram de R$ 0,68 a R$ 1,02, com média R$ 0,85 e
tendência de baixa.

A atividade leiteira foi fortemente prejudicada na região pelas
diversas fraudes detectadas pela operação “Leite compensado” da Polícia
Federal. Estas notícias, altamente divulgadas na mídia, reduziram o consumo de
leite, despencando os preços em alguns momentos.

Foi um ano difícil para os pequenos produtores. Alguns param com a
atividade leiteira. Na região de Passo Fundo o preço recebido pelo produtor de
leite foi de R$ 0,89 a 0,96 por litro, enquanto os valores praticados na
comercialização de ração foram de R$ 0,98 a 1,24.

Na região de Porto Alegre os produtores reclamam do preço praticado
para o leite e da alta no preço de insumos. O valor do litro do leite pago ao
produtor descontado o frete, Fundesa e fundo rural foi de R$ 0,80 a 0,95/l,
valores pagos conforme quantidade e qualidade do leite, ou seja, melhores
parâmetros de proteína, gordura, CCS conforme IN 62 do MAPA.

Os valores estão estáveis, utilizando a produção de setembro como
referência. O Conselho Estadual do Leite (Conseleite) divulga
balanço anual, que mostra uma retração dos preços do leite pago ao produtor
nos últimos dois anos. Em 2014 o preço de referência do litro do leite foi de
R$ 0,9286 e em 2015 fechou com R$ 0,8492, revelando um uma redução de 8,5 no
último ano.

Destacamos a aprovação na última segunda-feira (28/12) do Projeto de
Lei (PL) 414/2015, chamado de Lei do Leite, que regulamenta a produção, o
transporte e comercialização de leite no Rio Grande do Sul. A lei institui um
programa de qualidade e garante a responsabilização em caso de
irregularidades; após sancionada e regulamentada, será obrigatório que as
atividades de coleta e transporte de leite sejam realizadas por transportadores
devidamente cadastrados e vinculados às indústrias ou postos de
refrigeração.

Outra exigência prevista é o treinamento de cada transportador, que é
de responsabilidade das empresas de acordo com padrões a serem estabelecidos
pela Secretaria da Agricultura. Com informações do boletim semanal divulgado
pela Emater (RS).

Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras

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