Porto Alegre, 29 de janeiro de 2016 – A participação do agronegócio
brasileiro no comércio mundial saltará de 7,04% para 10% até 2018. A meta foi
anunciada nesta sexta-feira (29) pela ministra Kátia Abreu (Agricultura,
Pecuária e Abastecimento) durante entrevista coletiva à imprensa. O
crescimento das exportações do setor, afirmou, será baseado em garantias
sanitárias, produtividade e conquista de novos mercados.
Para responder por 10% de todo o comércio agrícola no mundo – que em
2014 alcançou US$ 1,17 bilhão -, o Brasil continuará investindo em
negociações comerciais e sanitárias com os 22 principais mercados
internacionais que, juntos, representam 75% da atividade comercial mundial.
Fazem parte desse grupo parceiros tradicionais do Brasil e que compõem o
chamado “Big 5”, os cinco maiores importadores de alimentos no mundo:
Estados Unidos, União Europeia, China, Rússia e Japão. “Somente essas
nações são responsáveis por metade de todas as compras mundiais de produtos
agropecuários”, disse a ministra, que ressaltou que o país precisará
negociar um “mix” de acordos, tanto sanitários quanto tarifários.
“Estamos com uma agenda bastante arrojada e agressiva para negociar
barreiras sanitárias com nossos parceiros, mas isso não exclui a possibilidade
de esses mesmos países também firmarem acordos tarifários”, assinalou a
ministra. “Nossa perspectiva é bastante real e conservadora para atingir a
meta dos 10%.”
Também fazem parte do hall de prioridades mercados ainda pouco
acessados, mas que apresentam alto potencial de importação. Um exemplo é a
Indonésia, que pode aumentar as compras de produtos brasileiros em 15% até
2018, principalmente de açúcar e soja. Destacam-se ainda a Arábia Saudita
(com potencial de crescimento de 12,4%), a Tailândia (11,5%), o Egito (13,6%) e
os Emirados Árabes Unidos (10,6%).
Barreiras tarifárias
A ministra apresentou dados da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE) que mostram que o comércio mundial é feito
cada vez mais por meio de acordos comercias, o que indica a necessidade de o
Brasil priorizar esse tipo de negociação. Em 1998, 20% do comércio agrícola
estava inserido em acordos de tarifas ou de cotas. Em 2009, esse percentual
saltou para 40%.
Em comparação com os 22 mercados prioritários mundiais, a média das
tarifas brasileiras aplicadas a produtos agropecuários é baixa, de 10%. O pico
está em 55%, provocado por apenas dois produtos, coco e pêssego em calda.
Dados da Organização Mundial do Comércio (OMC) mostram ainda que o Brasil
exporta mais para países com média de tarifária menor, com exceção dos
Estados Unidos.
Acordos sanitários e fitossanitários
Os acordos sanitários e fitossanitários que serão conduzidos pelo Mapa
em 2016 têm potencial para aumentar em US$ 2,5 bilhões ao ano as
exportações do agronegócio brasileiro.
O Mapa negocia com parceiros acordos que visam a harmonizar regras e
facilitar procedimentos sanitários e fitossanitários, sem envolver tarifas ou
cotas comerciais. As negociações concluídas em 2015 representaram potencial
anual de US$ 1,9 bilhão em exportações e, para 2016, a expectativa é ainda
maior: US$ 2,5 bilhões.
A pasta projeta para 2016 a conclusão das negociações para
exportação de carne suína para a Coreia do Sul, que se alonga há quase sete
anos. Vai focar ainda no comércio de frutas para diversos países, como Japão,
China e India e ainda abrir os mercados do Canadá e do México para a carne
bovina in natura brasileira.
A ministra destacou a iniciativa da Junta Interamericana de Agricultura
de fazer um acordo para harmonização de procedimentos de ava liação de risco
sanitário e fitossanitário entre os 34 países americanos. “Essa proposta,
que é muito ambiciosa, vai favorecer o posicionamento conjunto da região em
fóruns internacionais e aumentar o fluxo comercial entre as nações.”
Kátia Abreu também falou sobre o acordo de preferências tarifárias
que atualmente o Brasil negocia com o México. A lista de ofertas entre os dois
países poderá ser ampliada para mais de 5 mil produtos, sendo 673 agrícolas.
Destacou também o acordo Mercosul-India, que está em negociação.
Mercados considerados pequenos também estão no radar do agronegócio
brasileiro, destacou a ministra. “Nenhum país deve ser descartado porque tem
pouco consumo. O somatório de cada mercado acaba fazendo a diferença na nossa
balança comercial.” As informações partem da Assessoria de Comunicação
Social do Mapa.
Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras
COpyright 2016 – Grupo CMA
Cotação semanal
Dados referentes a semana 30/05/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,25Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.765,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 68,25Preço base - Integração
Atualizado em: 03/06/2025 09:40